8.10.25

Teosofia ?...não, obrigado!

 



(ou a anti-história  ocultista)


Porque setembro é um mês de certas efemérides e tb um mês de balanço do 1º semestre do ano templário (que começava em março), aqui deixo algumas reflexões…


- Há quem não acerte, tentando adivinhar coisas sobre idades e futuros: primeiro ele achava que estava perante um jovem pretensioso tentando contrariar o “mestre “ acerca da localização do poço de San Patrick em Itália ( que é em Orvieto e não em Perugia)… passado algum tempo (pouco) acha que se trata de alguém velho, a propósito de uma imagem e respectivo comentário… afinal em que ficamos oh senhor crítico com reumático nas ideias(?!)… ideias com mais de 100 anos e em abandono progressivo (conforme os próprios dizem)… embora vão mudando de nome como veremos.

Ora vamos lá ao assunto primeiro: a observação era pertinente pq eu conheço bem e estive lá em itália, a quando de reuniões da rota templária (turistico-cultural)... ora mais tarde voltou a insistir no mesmo erro… qual onagro… só pode ser convencido, do que pensa e cria passa a existir… é como naquela anedota dos irmãos Marx : “ na casa ao lado há um tesouro - mas não há nenhuma casa ao lado(!) - então faça-se UMA”… tal e qual o sr V… só se vê a ele próprio no trono!

Segundamente: queixa-se correntemente de que lhe roubam coisas , textos… e dedica-se habitualmente a exclamar que fez isto e aquilo, publicou tudo e algo mais nos jornais, lutou sozinho contra as trevas, etc… Omg… que presunção (onde está a renúncia ao “eu” e à vaidade do mundo?… ou a busca espiritual serve apenas como estatuto e reforço do Ego?)... mas tb é capaz de fazer algo semelhante como expor uma imagem de outrem fora de seu contexto e tecer comentários a despropósito… haja coerência com o 9º mandamento “agártico”!... (isto segundo o princípio: A Agartha o que é de Agartha)!

…Tratava-se simplesmente de uma artista que pinta as unhas como quiser… para um jantar numa coletividade - daí estar numa mesa - e que tinha a ver com o tema cultural do dia e não rigorosamente nada a ver com nenhuma ordem ou cavalaria que usa capacetes de motard (ou seja esféricos e brilhantes em vez de baços e cónicos como os originais)... ou grupos que andam a registar comercialmente marcas de espírito ecuménico, na realidade mais tipo vendilhões do Templo que outra coisa, espalhando confusão de norte a sul, agregando terras e locais que nada tem historicamente de templários (só porque sim, pq estava no caminho!) só para inglês ver (tipo BBC) como soe dizer-se…

Entretanto apareceu a público uma foto de damas que dançam, alinhadas em plena Charola… e ficámos preocupados se estávamos perante alguma revisão histórica sobre danças sagradas feitas por mulheres dentro da Charola templária… tal só poderia provir de algum “formador” tipo aquele mestre politécnico, co-organizador da festa anual, que vê marcas judaicas e admite até cavalos no interior da Charola!! (afinal, as danças acabaram por ser nos claustros)... Soubemos agora também que este aglomerado de cavaleiros se prepara em outubro para homenagear o mestre Gualdim: não evocando o seu òbito mas talvez a sua “ressurreição” (!)… uma vez que o cortejo “templário” vai partir ao contrário ou seja, desde o sentido do panteão em direção à Corredoura, que é o sítio onde gostam de dar espetáculo… pois!... mas do mal o menos, lembraram-se: Gualdim está vivo no meio de nós!

… Mas voltando ao sr.V e esclarecidas explicitamente as nossas distâncias de tais cavalarias, dizemos: Nada portanto de misturar tudo no mesmo saco… e fique sabendo que a visada é criadora/produtora de transformação tanto na arte como na vida… enquanto mulher e mãe… e já o enviou em consequência para o “portal dantesco”, já que gosta tanto de mundos subterrâneos… (ou se preferir: o “tofete” blavastkyano). Quanto a mim estou além do tempo e do templo , na exata medida em que não sou filiado em qualquer ordem neo templária, trato apenas de difusão cultural e patrimonial, da minha cidade ( e este conceito de cultural não inclui esoterismos, excluindo portanto fantasias não provadas sobre uma 2ª Regra da Ordem, interna e secreta) e por outro sendo uma associação tem várias idades na sua realização e redação, como é óbvio.

Mais, escolhi este ano publicar um livro numa editora de cariz universitário , que publica teses científicas de historiadores, sobre ordens militares e não em qualquer editora dedicada ao esoterismo, o que é uma opção diferenciadora de caminhos: não nos dedicamos ao oculto nem a escrever histórias secretas de países… áreas acientíficas… nem citamos mestres e arquivos que sejam inexistentes… ah o gosto pelos mistérios e segredos tão vivo nos esoteristas… e sem baralhar ideias na obscuridade do ocultismo e da iniciação… ele há coisas que estão melhor num hospital de loucos… aí estamos de acordo!

Não sei o que lhe deu… talvez não tenha gostado que aparecesse neste mesmo ano , outro livro de “peregrinagem” e que tenha vendido mais de duzentos exemplares em dez dias… (pergunte ao editor)… o certo é que 2 professores de História comentaram que só a sua introdução valia uma conferência… e por alguma razão apresenta mais de 500 notas!

Ou o seu problema tem a ver mais exatamente com Thomar e tudo o que se lhe refere(?). Enquanto centro do país e do Templo atrai tudo e todos. Bem sei que o inclui num triângulo mágico luso - Sintra, Tomar, Sagres - e deve portanto considerá-lo/pensá-lo como terreno exclusivo e lugar eleito/perfeito para a sua doutrina: onde existe um sinal de Melquisedec ou Preste João em Jamprestes nos arredores de Tomar e aqui existe também uma capela de S.Lourenço (junto ao rio)... lugar do “luzeiro” ou senhor da Luz (teosófico), tb junto a Tomar e por onde passou Nun’Álvares (de facto)...


Esclareçamo-nos: para o sr. V os profanos não contam em nada… cá para nós é o contrário, os esoteristas não contam em nada… estamos entendidos… e se me dediquei a tal leitura foi por causa dos incautos… que adoram ser enganados… apenas para elucidação. Um abre-olhos em vez do “Abre-viaturas” dos cursos de história… e aqui há várias! E se há algo aqui risível, nesta seleção de textos, é apenas o karma a dar umas picadas… Mas adiante, passemos então às tais ideias com mais de cem anos…

Como confessou um teosofista um dia: “possuímos o espírito da imitação para as coisas que não são genuinamente nossas” (isto vale tanto como crítica ao pai natal importado como para “os tibetanos” ocidentais!)... Nestes, todo o tipo de elocubrações vai sempre parar a Agartha e ao pensamento hindú…( até falando da ordem de Avis saltam anagramaticamente para Siva/ S(h)iva , divindade hindu) …pelo que podemos dizer que o “espírito” a ocidente evoluiu (ou não) do latim para o sânscrito, pq essa é a nova linguagem técnica de uso corrente (e muito na moda, desde a chegada dos gurus à Europa nos anos 60, a New Age…

Ah, mentes férteis (!) com seus poderes ocultos que são fonte de esoterismo. Herdeiros dos loucos de espírito medievos bem terrenos, hoje mais lunáticos ou venusianos… cada um com sua imaginação mais delirante, fundando e replicando seitas. Todos exclamando que a união das Essências prevaleça sobre a diferença das aparências… no entanto o que parece é que há diferença mesmo de essências, para lá das aparências!!...

Para o ocultista que joga com as palavras, há sempre infinitas possibilidades escondidas no texto, a fábula eterna de um aspecto interior e outro exterior, que só os iniciados apreendem… o esoterista parte de um texto qualquer e procura ensinamentos para a conduta da alma humana, a moral da estória… Já Moisés era “um ocultista que sabia” manobrar as forças da Natureza, pq separou as águas do mar Vermelho!

Analisemos então em detalhe, os mais recentes “condutores no sentido espiritual” e em simultâneo alguns factos concretos de seu comportamento, desconhecidos da maioria…


1- A madame B

Uma “historia” que começa com Blavatsky imaginosa e aventureira, responsável pela introdução no ocidente da tradição oriental: a teosofia como um sincretismo de religiões.

Nascida em 1831, sua imaginação fértil vinha das origens: filha de uma romancista, a irmã escritora de novelas fantásticas…entretanto lia numa biblioteca de um avoengo maçom e nobre russo livros de esoterismo e magia. Depois viajando pelo mundo adquire conhecimentos de astrologia, espiritismo, budismo, vedas, etc…

Em 1875 funda a soc. teosófica, amálgama de ocultismo e filosofia religiosa oriental, juntando a magia neopagã à terminologia hindú… A Índia como motor espiritual do mundo!

–Desta mistura destila a sua revelação da hierarquia dos mestres espirituais ou mahatmas ocultos guiando a evolução do homem e do planeta durante milénios - pedra basilar da sua teosofia - escrita sob influência dita psíquica dos mestres… Blavatsky diz tb ter consultado livros na “biblioteca astral” onde tivera acesso, a manuscritos antigos como “As estâncias de Dzyan”: uma série de tratados de budismo esotérico e textos sagrados hindus .

Assim em 1888 surge a Doutrina Secreta: trata-se de um livro de mais de 2 mil páginas, reescrito várias vezes com alterações e acréscimos, com a ajuda dos editores, e comentado como confuso e contraditório pela própria (in My books)… a partir de uma pilha de 1 metro de altura de manuscritos… em processo criativo caótico e desorganizado.

Mas a base factual do livro de Blavatsky não existe. O Livro de Dzyan foi supostamente composto na Atlântida usando a língua perdida senzar, de que nenhum estudioso de línguas antigas encontrou a menor referência, como lembra o historiador Ronald Fisher, antes foi fortemente influenciado por obras ocultas e orientais, como o “Vishnu Purana” e outras, segundo W. Coleman (1895).

- Na época ,diz-se que as cartas ditadas pelos mestres e que às vezes apareciam ou melhor se “materializavam” em sua secretaria vindas do teto, no “quarto do oculto” em Adyar (sede em Madrasta na Índia) são forjadas por ela…

Quanto à sua visão dos mestres… convém lembrar que ela bebia brandy em quantidade que só o cheiro mataria um iaque ou touro tibetano, segundo ela própria afirmava!, (morre de uma nefrite causada pelo álcool)... não admira portanto que visse mestres invisíveis… (com essa dose até eu veria vários em simultâneo)!!! Ler: Gertrude Williams “Priestess of the Occult, 1941,pág 204.

(É como aquela “clarividência” dada a certos homens maçons entre colunas B e J… na realidade devido antes ao consumo de JB, produto escocês ratificado… como virtuoso na matéria, naqueles encontros ajantarados e filantrópicos da respectiva Agremiação)!

Para além disso quando esteve no Cairo estudando e fumando haxixe… ”droga (que dizia ela) esclarece mistérios profundos” segundo o citado por Albert Rawson (teosofista coevo) na publicação “Popular Monthly” (Fev.1892), afirmava ainda: “ Minhas experiências são tão reais como se fossem eventos comuns da vida real. Ah! Eu tenho a explicação. É uma lembrança de minhas existências /encarnações anteriores”.

Nas palavras da jornalista Hanna Wolff,[Blavatsky] era viciada no uso de haxixe. Ela disse não ter encontrado nada que se comparasse ao seu efeito em despertar e estimular a imaginação… Ler: H.Wolff in Madame Blavatsky “The two worlds,4”, nº213 (11 dezembro 1891) pag. 671/2. Assim as grandes transformações da história são claramente descritas por ela como produtos vivídos da imaginação!

Se o oculto é a arte de bem viver, ela praticou-a bem… ”bon vivant” de seu tempo… com sua fenomenologia espírita e mediúnica!

Já antes inspirada pela própria Isis, sg ela conta a sua irmã Vera, escrevera “Isis sem Véu” desvelando a existência do oculto nas leis da natureza para além das provas científicas e afirmando que todas as religiões (ocidentais e orientais) supostamente descendem de uma fonte comum: a antiga e universal "Religião-Sabedoria" de acordo com a filosofia hermética.

Quanto aos Superiores desconhecidos - referidos por Blavatsky - diz-se que habitam cidades no interior da terra, iluminadas por um sol central, o que nos leva à teoria da terra oca, com afinidades com teorias orientais. Referimo-nos a Agharta, esse mundo subterrâneo, onde há uma hierarquia do oculto: “na sexta iniciação, os 7 mestres responsáveis pelo governo do mundo, na sétima os oficiais responsáveis pela administração do oculto no mundo, bodhisattva e manu, na oitava o buda, na nove o senhor do mundo e na dez a trindade do logos ou deus”. O “bodhisattva” responsável pelo desenvolvimento espiritual da humanidade é o senhor Maitreya que já visitou a terra 2 vezes: Sri Krishna e Jesus …

Nas lendas tibetanas os residentes no céu da doutrina tem 200 metros de altura e vivem 4 mil anos os bodhisattvas… e esse império subterrâneo - em cuja existência creem todos os budistas - tem milhões de habitantes em muitas cidades, todas debaixo do domínio duma capital desse mundo subterrâneo, chamada Shamballah, onde vive o rei do mundo.

Em Agartha os sábios escrevem todas as ciências de nosso planeta e de outros mundos em “tábuas” de pedra . Assim tb tem escrito na pedra os seus 10 mandamentos de Agartha para a raça humana… Dizem que Lhasa a capital do Tibete está conectada por um túnel secreto com a cidade de Shamballah: um lama contou que o rei do mundo apareceu nas festas solenes do budismo, vinha numa carruagem puxada por elefantes brancos, trazia um manto e uma tiara vermelha, e bendizia o povo e curava cegos e paralíticos…



—Quanto à terra oca : houve uma expedição alemã de radares até a ilha de Rugen no mar Báltico em abril de 1942 comandada pelo dr. H. Fisher indagando da terra oca e de seu sol central…segundo a cosmogonia de Horbiger com aberturas nos pólos …mas na verdade os resultados dessa demanda foram nulos e não conseguiram sequer avistar a armada inglesa (ancorada no grande porto e base naval de Scapaflow no norte da Gra-Bretanha) …que devia ser “visível” nessa hipótese, por reflexão das ondas retilíneas de radar apontadas sob um ângulo de 45º para o céu….

Mas voltando ao livro de madame B: segundo a autora, a existência e evolução do Universo e dos planetas é uma alternância de ciclos ou períodos de atividade e inatividade, que ela chama de "Dias e Noites de Brahman" que se repetem em sucessão sem início nem fim.

Segundo a cosmogênese apresentada no livro, dois elementos inseparáveis formam o universo: a Ideação Cósmica e a Substância Primordial (chamada por Blavatsky (o caos primordial bíblico). A ideação pré-cósmica é a raiz de toda a consciência individual, e a substância pré-cósmica é o substrato da matéria em seus vários graus de manifestação. Esta cosmogênese é descrita por Blavatsky como uma "fertilização imaculada" da natureza primordial pelo Espírito Universal.

“E não existe um criador, mas uma infinidade de potências criadoras que juntas formam a Eterna substância , cuja essência é insondável”...

Em a Doutrina Secreta, considerada a nova Bíblia… e pretendendo criticar Darwin- introduz teorias fantasmagóricas sobre a origem da humanidade: ela alega que os homens não são primatas, como afirma a teoria da evolução. Ao contrário, para Blavatsky, os primatas são descendentes de antigas raças humanas que se degeneraram, ou seja, os primatas descendem do homem… assim o último lemuriano (degenerado) cruzou-se com outro animal originando os antropóides! A antropogênese descreve a origem e evolução da humanidade. Nela são descritas as diversas raças humanas, chamadas Raças-raiz que já evoluíram neste planeta na atual Ronda ou período de evolução da cadeia planetária (ciclo percorrido por qualquer corpo cósmico através de 7 estádios ou “globos” , do mais etéreo ao mais denso e novamente ao etéreo).

Assim, um mesmo elenco de almas evoluem no teatro da existência até atingir a perfeição espiritual, (adotando a Teosofia o conceito de transmigração das almas). Assim temos : as eras lendárias da lemuria ,atlantida, etc… cada era experimentando um ciclo de trevas e luz alternados; estamos no kali-yuga as trevas ( cujo simbolo é a estrela de 5 pontas invertida) conforme aos vedas, na era da 5ª raça raiz iniciada no ano 3102 AC com a morte de krishna ; a isto segue-se a 6º raça raiz e depois a 7ª- a raça dos homens deus… quando surgir o senhor Maitreya o último messias culminando o ciclo - tese fulcral de Blavatsky - A teosofia incorpora a noção pseudocientífica, de que diferentes estágios evolutivos ou ciclos da Humanidade - separados por cataclismos- seriam representados por diferentes raças. Cada ciclo é dominado por uma raça-raiz, com a qual convivem suas sub- -raças e remanescentes, vagamente degenerados, das raças-raízes de ciclos anteriores. A “atual” raça raiz é a ariana (indo-europeia) o que deu origem a interpretações perigosas, como na Alemanha nazi. Em pormenor, as cinco Raças-raiz apresentadas no livro são:

1-"Nascidos por Si Mesmos" ou "Sem Mente" - Os homens desta raça eram imensos e não possuíam nem corpo físico (eram seres etéreos), nem mente.

2-"Nascidos do Suor" ou "Sem Ossos" - Eles viveram no continente "Hiperbóreo".

3"Nascidos do Ovo" ou "Lemuriana" - Viveram no continente chamado "Lemúria"(a primeira raça com corpo físico).

4"Atlante" - Eles são os gigantes que viveram há 18 milhões de anos, em um continente chamado "Atlântida" A Atlântida, foi destruída por um cataclismo;

5-"Ariana" - Segundo Blavatsky, a raça Ariana é a atual raça-raiz.

Objeção científica : nunca foram encontrados registos fósseis das raças anteriores à ariana!

- Segundo o livro, a criação e evolução do Homem ocorre de forma semelhante à cosmogênese. Então, cada evento que ocorreu na cosmogênese tem seu equivalente na antropogênese (a mesma sequência de 7 estados ou globos).

Quanto aos cataclismos, a coisa passa-se assim: A lua aproximando-se acabará por cair sobre a terra, a força da gravitação aumenta, as águas aumentam de volume e os seres humanos crescerão, surgem novas raças. Estamos na quarta e última lua… captada (já houve 3 luas caídas, dando origem a mutações na Terra. Em cada final seus gigantes…no final da 3º lua na época terciária a atlântida dos andes… época do apogeu humano: tempo de luas baixas, período áureo, tempo de gigantes e deuses Trata-se de uma concepção paracientifíca das leis do cosmos: a alteração da gravitação no universo.

“ Os climas vão e vêm , e já começaram, a mudar, eliminando uma sub-raça, mas apenas para gerar outra raça superior no ciclo ascendente ; enquanto uma série de outros grupos menos favorecidos - os fracassos da natureza - irão, como alguns homens individualmente, desaparecer da família humana . Espécimes humanos como os bosquímanos e algumas tribos africanas. A "centelha sagrada" está faltando neles… são criaturas semi-animais. Há, no entanto, um número considerável de povos mistos Lemuro-Atlantes produzidos por vários cruzamentos com tais linhagens semi-humanas, por exemplo, os homens selvagens de Bornéu e os aborígenes australianos. Os semitas, especialmente os árabes, “são arianos mais tardios - degenerados em espiritualidade e perfeitos em materialidade".

Segundo René Guenon - filósofo coevo - a teosofia é uma pseudo religião , falha de autenticidade, carece de confiabilidade científica: a terra oca com raças superiores e inferiores e genocídios necessários…

Os ocultistas socorrem-se do mundo “astral” onde vivem esses espíritos superiores desencarnados, para explicar tudo, incluindo o que ignoram …Colocam a intuição e a mística no mesmo plano do conhecimento racional e da investigação científica!

Perante tais pressupostos é difícil ou mesmo impossível atender seriamente a tais teorias pró-defesa da melhoria da humanidade /sociedade .

Entretanto a sede da doutrina em Adyar na Índia transformou-se num ponto de turismo da New Age…


2- JHS
(Sg. JHS profetizou  a 6a raça-mãe será na América do norte...
provávelmente um exemplar será o buda Trump alourado!!)


Entretanto no Brasil , JHS como é conhecido, considerado mestre por seus discípulos,
fez uma viagem à “Índia das 1001 noites ocultas”, estudou teosofia, funda uma sociedade espiritualista “Dharana”, como homenagem a Índia, faz agora 100 anos, depois mudado o nome para STB.

É o próprio quem assim se define: “Quando de Mim falarem, podem dizer: tenho por Raiz o Segundo Trono (mundo intermédio entre o divino e o terreno), por ser o da Árvore dos Kumaras; por Morada original na Terra, Agharta; por Berço cíclico a Bahia (Salvador); por Berço histórico, Portugal (Sintra). Portanto, diversos nomes, sendo que o verdadeiro é EL RIKE (Henrique)”.

Segundo a doutrina própria: a data em que nasceu (15 setembro 1883) marca a arrancada de um novo ciclo da Obra do Eterno na face da terra !(autoproclama-se pois como manifestação de avatar neste mundo… não faz a coisa por menos)... ele veio portanto para a terra para acelerar o processo evolutivo espiritual! (acelerar a consciência espiritual da humanidade)... homem-espírito planetário ”ligado a Vénus” (um “kumara” ou ser divino associado ao homem)... surgido atempadamente do espaço cósmico e místico ou substância primordial (akasha)!

Também poeta e músico afirma de si e de sua “contraparte” (a esposa Helena JS) como sendo excelsos gémeos espirituais, gémeos com a categoria superior de deuses na terra: (reencarnados por afinidade)… e acima do conceito de bem e do mal, que no “plano humano são relativos (variáveis no tempo e no espaço) subordinados a hábitos e tradições”.

Considera o Brasil, santuário de iniciação do género humano a caminho da sabedoria futura : “são eles agora os da Índia, os primeiros a afirmar a próxima encarnação no Brasil”... São Lourenço é a capital espiritual do mundo. E a STB a única detentora na terra da Obra … como centro de irradiação espiritual: a portadora da “revelação adequada para este ciclo”, a semente da nova civilização (!)... uma escola de iniciação filosófica capaz de “desenvolver o mental superior".

…Ao longo da vida ouve vozes que lhe indicam o caminho a seguir: ordens que vinham da consciência interior, misteriosas mensagens que o fazem mudar de casa ou até ir a São Lourenço levando Helena, uma jovem adotada que vivia em sua casa… apesar das incompreensões havidas sobre o assunto, seguindo aquela ideia de Blavatsky que recomendava que por mais absurda que pareça a ordem dos mestres, não hesiteis em segui-la (no caso daquela o absurdo poderia ser ocasionado pelo brandy… aqui talvez explicável pela presença da cachaça nas fazendas paternas!)...

Assim, 28 set.1921 - segundo ele - assinala uma nova aurora para o mundo, como data da fundação espiritual da Obra, que prepara o advento de Aquarius e a chegada de Maitreya!

A razão da escolha de S.Lourenço como santuário de iniciação tem a ver com o facto de que as aǵuas medicinais e fontes, são sinais enviados por Maitreya (do interior subterrâneo do lugar) considera JHS!

…Embarcaram então os dois, para a pequena estância hidromineral em busca das virtudes curativas de suas águas… contavam ela 15 e ele 38 anos… diferença de 23 anos… ”diferença oriunda do acidente de Lisboa”… (onde morrera a 1º Helena ) agora de novo “refeitos” os Gémeos… esta 2ª Helena encarnação da outra (segundo JHS)… sediando-se na pensão Benedito - onde acontecem desconcertantes fenómenos - entre a admiração de uns e a desconfiança de outros… e subindo a montanha da Mantiqueira ali fizeram o “juramento e receberam o bastão de comando espiritual de “Akjorg”, o cavaleiro das idades himalaio (ou o S.Jorge cristão)”... e suas vidas passaram a vibrar em outro estado de consciência, sg o próprio. Acontece o “mito do jato de leite” (sob o aspecto de manteiga) descendo sobre a cabeça do(s) Ungido(s)...

Agora JHS multiplicava-se em palestras a propósito de qualquer assunto do dia nos jornais e repentinamente “o arcanjo levantava voo” lampejando as suas originais revelações teosóficas sobre qualquer ramo do conhecimento… acompanhadas de fenómenos provocados…em sessões especiais assistidas por jornais cariocas (que tal relatam)… onde aconteciam materializações de mensagens em armários fechados, de medicamentos, flores, objetos… até um livro da biblioteca “astral” se materializou em suas mãos… ele tocando piano as cadeiras na sala acompanhavam dançando… ervas medicinais materializam-se em vários cantos da casa, assim como medalhas, bandeiras,etc… puro efeito maya budista com que se iniciam os homens (atraídos assim primeiro e depois catequizados)... E “não indagueis sobre, meditai apenas… pois o conhecimento é direto, não é preciso raciocínios de hoje em diante” decretou o professor!”

Fala de sua obra como tendo origem divina única, criticando outros que tb materializam em sessões espíritas sem valor… psiquismos inferiores, etc… (Dotes psíquicos e toxicidade, não são aliás sinónimo de espiritualidade, acrescenta)...

Enfim, ali acontecem muitos milagres para o “povão”, coisas assombrosas que atraem uns e afastam outros! São “os irmãos da sombra contra a fraternidade branca”! Aqueles, ignorantes e perjuros ficam fora da corrente evolucional do ciclo… fora da elite de iniciados a desenvolver poderes latentes que lhes conferiria o direito no futuro próximo, de participar de uma sociedade perfeita, de felicidade pura e sem doenças. Pobres ”náufragos dum ciclo agonizante” a pensar no regresso à idade de ouro… fazer parte dos 777 eleitos ! (isso, só depois de lerem os 7.777 escritos do mestre!)...

O supremo iniciado fala por anagramas - método de iniciação mental - pois os ocultistas gostam de jogar com as palavras. JHS fala mesmo de projeção da consciência do mestre sobre os discípulos… mas às vezes não eficiente! Pois ninguém entendeu a explicação ou interpretação iniciática que JHS deu quanto ao seu 2º casamento, depois de a 1ª esposa (D.Hercília) ter morrido nos inícios dos anos 30. Esta senhora tinha sido tutora de Helena desde quase o berço quando ela foi entregue por sua família (um casal de imigrantes ibéricos) de poucas posses, aos cuidados do casal rico de Salvador/Baía (Henrique e Hercília). JHS casou com Helena em 1937 num cartório do Rio de Janeiro, mas toda a gente achou na época andar por ali o anjo do bizarro…ou o mito de Salomé… O caso andou nos jornais e nos tribunais por 10 anos. Enquanto JHS falava de reencarnação de 2 Helenas: uma que fora sua namorada e morrera com 16 anos (num acidente em Lisboa) e esta segunda Helena que tinha com JHS uma diferença de menos 23 graus (anos)… Esta 2ª Helena assinava às vezes Iracy que era o nome da primeira e as “duas Helenas alternavam (troca de corpos) na ida ao dentista, que se espantava com os estados dentais diferentes e inesperados da paciente” , isto segundo se contava… Enfim, uma grande estória de (outro) cérebro imaginoso (como a Blavatsky). Tal como na “gloriosa” tradição egípcia Osíris ressuscita em seu filho Hórus… aqui a divina Helena (de Lisboa) ressuscita na nova Helena (sua filha adotada?) quando ela tinha a mesma idade… Também a deusa MUT foi mãe e mulher de AMON (marido de sua mãe)... aqui Brasil: a “divina” foi esposa de seu pai adoptivo(!). Regresso aos tempos antigos… a jovem zeladora da Obra desposou um enviado do céu e os esposos gémeos -” colhem o fruto não proibido do 2º trono”(?)…”não ousem profanar o mistério dos deuses”, afirma (!).

…Em 1949 é inaugurado o seu Templo no Monte verde em S.Lourenço, de estilo greco-romano com colunas na fachada , com seu arquivo /museu com livros e gravações de palestras, junto com objetos “materializados” e outros de sua infância… a bandeira do brasil… apenas 2 salas com pouco, alguns quadros… por fora mais elucidativo: o estilo das origens e as centenas de asas brancas que passam sempre ao fim do dia sobre o templo… com seu significado… a esperança (da paz) está no plantado.

-Por 4 décadas JHS publica as chamadas cartas de revelação onde expõe as linhas mestras da Obra com propostas de divinização da mente humana, a membros privados e provados… pois há coisas que não se dizem a profanos, sob pena de ridículo… (por isso diz ele : re-velar é velar duas vezes, uma linguagem portanto duplamente velada)… pois a iniciação (gradual ) assim o exige… “O próprio teve de descartar alguns livros, outros perderam-se por incúria de discípulos, mesmo assim ainda sobram mais de 4 mil páginas nos arquivos da sociedade” (inf. de “Lusophia”).

A um iniciado nos grandes mistérios da vida (eubiose) não interessam a letra das coisas, mas sim o espírito (a demanda do seu significado mais profundo), ver sob as alegorias bíblicas as verdades transcendentes: Jonas engolido por uma baleia… isso quer dizer que foi “engolido” por Agartha (mundo aquático e subterrâneo)...”trata-se de um profeta do templo subterrâneo, intérprete do 7º rei de Agartha”!

…JHS fala com entusiasmo do que se passa nesse reino subterrâneo, apenas apercebido por sua “intuição superior”, ali onde homens e animais (os vindos com Noé) são diferentes dos “terrenos”: ah o mel de ambrósia das abelhas e os belos cavalos agárticos… o que nos remete de imediato para a influência da soc. Ahnenerbe que estabelecendo contatos com os lamas levou para a Munique (hitleriana) para estudo, cavalos e abelhas arianos, por ordem do coronel W.Sievers...

JHS anuncia que o rei do mundo falará pela rádio à humanidade em 1956… acreditando no entendimento das nações (um entusiasmo quase evangélico pela ONU) e no desarmamento geral, depois da 2º guerra mundial.

E em corolário em 2005 Maytreia manifestar-se-á à face da terra… Enfim… um “Prometeu” que não cumpriu! Daí vários desiludidos dizendo como o beatle McCartney dizia na década de 60 do guru Maharishi: “afinal ele é humano, no início pensávamos que não!)...

Fala de tudo e mais alguma coisa no dia a dia… que serve de pretexto para sua doutrinação… por exemplo: sobre a aparição de um disco voador em 1955 em S.Lourenço de Minas Gerais frente à casa do professor “aterrou um veículo com 3 belos gigantes de 2,5 m de cabelos longos vindo de Agartha” (afinal uns gigantinhos …o túmulo de Nemrod tinha 9 metros…) Nemrod, o caçador biblico que edificou Ninive na Assíria, filho de Cus (neto de Noé) sendo aquele filho de Cão (cap X, Genesis, 1-11). Em seu mausoléu com 9 metros de altura e estátuas gigantes está escrito “Deus justo manifestado”…

Mas prosseguindo: aqueles tripulantes saudaram teosoficamente JHS - (aliás vieram ”para isso”(!) – colocando a mão direita espalmada sobre o peito e curvando-se ligeiramente…

personagens oriundas dos mundos subterrâneos… os 3 representantes da Tríade ( ou aqueles 3 cavaleiros de Agartha que virão a quando da morte iminente das nações )...

afinal tudo passa por JHS… como centro ou umbigo deste mundo e do outro!

“Isto foi escrito para contar, não para provar” avisa o mestre…

Segundo o mestre teúrgico os discos voadores provêm de várias cidades do submundo de Badagas… oriundos portanto da civilização intraterrestre a cerca de 60 km abaixo da crosta terrestre. Tanto sob o Brasil como sob o Tibete (aqui foram vistos em 1924); estes passam a ser os 2 pontos do mundo onde se acede com mais facilidade ao contacto com o mundo subterrâneo dado a existência ali de muitas fendas e canais…

Diga-se aliás que a serra da Mantiqueira no Brasil é o lugar preferido dos discos voadores- fazendo parte do folclore local esotérico e turístico, com sua nascente de água mineral e salvífica… a chamada montanha sagrada em São Lourenço (segundo o mestre, que nomeou aliás um seu filho do 1º casamento como guardião da Montanha!

Existem aberturas a noroeste da serra da Mantiqueira - dizem - que levam a esse mundo interior povoado por remanescentes das antigas civilizações, depositários de conhecimentos ancestrais, mundo de adormecidos e gigantes… enfim teorias sobre o universo que não se baseiam em factos científicos, antes soando delirantes e absurdas…o próprio JHS considerado um absurdo maior!

JHS explica tb a evolução das raças à face da terra: depois dos adâmicos e os hiperbóreos, os negros como lemurianos, os judeus expressando vestigios da 4ª sub raça atlante, a raça germanica como 5ª sub raça da 5ª raça-maẽ Aria , a 6ª será na América do norte (deve ser o buda Trump alourado!!) e a 7ª na América do sul…

Elucidativa tb a sua posição sobre as mulheres: “ é o cúmulo promover mulheres na ordem, de discípula a mestre… o papel da mulher é a maternidade - a lei natural das coisas - para formar bons cidadãos”!… ( não se trata aqui de uma interpretação particular ou não significativa), pois em consequência , ele afirmou que na STB a sucessão é pelo primogénito varão claro… E para explicar ou conceber o papel de Blavatsky diz então que ela “era mulher assexuada segundo exames clínicos e nunca teve filhos”…

E fala da lei que impele ao amor da humanidade, que edifica o lar… da cópula que provém do divino, que é postulado de evolução…( enfim espermatozoides cósmicos !)… ele depositou 12 sementes: além dos 8 filhos do 1º casamento, depois mais 4 no 2º casamento!

Dar filhos para a Obra, um objetivo; um “crescimento” a partir de dentro… a esperança está na semente (os chamados “cadetes” da Obra)...

—JHS escreve vários livros: “O Oculto e a Teosofia”, “O verdadeiro caminho da Iniciação” e outros escritos como uma nova visão sobre o graal: “um cálice cujo conteúdo é ligado a 4 tragédias(!) Atlântida, Gólgota, Tibete e Rua Augusta!!(Lx) onde perdeu a namorada, a 1ª Helena, grávida… (ou seja: o “ sangue do Graal contêm as experiências da Evolução até hoje”)...

JHS- quer salvar ⅔ da humanidade (de suas almas em evolução) adquirindo conhecimentos superiores e serem homens santos, por seus ritos e yogas; os outros ⅓ voltarão a ser animais bípedes como no final do 3º ciclo lemurianos primatas, de alma pro-simia… enfim um outro planeta de macacos… (daí talvez o genocidio pensado do outro terço pelos germânicos)...”só os mais aptos sobreviverão e os inferiores serão aniquilados”!

No livro O Caminho da Iniciação fala do ocultismo prático e teórico e sobre o alvorecer de uma nova era. Na introdução afirma: "Só aquele que possui a condição consciente da verdade, reconhecendo-a por percepção direta, a ela se acha intimamente unido e não pode absolutamente enganar-se"...(o que faz lembrar o coevo doutrinador germãnico Eckardt falando de legiões conduzidas por homens infalíveis, guiados pelos grandes Antigos, em direção ao destino espiritual da Terra)... e continua: “Existem homens que alcançam aquele estado. São os verdadeiros teósofos. Por sua pureza de vida, conseguem adquirir verdades elevadas, impossíveis de serem recebidas por indivíduos comuns (...) Por isso afirmamos, sem temores nem restrições de espécie alguma, que a STB representa a expressão máxima da vontade divina na face da Terra, como asseveram os Adeptos (Mestres) nas mensagens que à mesma sociedade constantemente se dignaram enviar.

A teosofia é a nova modalidade com que se apresenta a Verdade Una, bem diferente das formas fracionadas e obscuras com que a têm revestido, através do considerável número de religiões e ideais que até hoje debalde procuraram resolver o problema da “felicidade humana”.

O texto descreve os diferentes estágios da consciência humana, desde os primitivos, o longo processo de autotransformação através de várias vidas/ reencarnações sucessivas e dos grandes mestres que aceleram o progresso espiritual da humanidade. Em 1883 desaparecia Ramakrishna, “nesse mesmo ano nascia certa pessoa destinada a novo espiritual” (cf.pág 39… ou seja: o próprio JHS se auto afirmando nova divindade, a que se elegeu por seus esforços!). Mais à frente (pág 67) afirma: a imaginação se educa pela confiança em nossa vontade… a confiança (emoção positiva por oposição ao medo) deve superar a imaginação. (Enfim, uma imaginação, uma confiança e uma vontade trinamente Agárticas!)...

Mais no final da vida, fala do esgotamento espiritual, o fim da instituição, da incompreensão da Obra do Eterno à face da Terra. Quando morre JHS é uma perda pouco divulgada e “menos percebida fora de seu círculo de familiares, amigos e discipulos “… que no entanto acreditam que os Registos Akáshicos guardarão para o futuro os seus ensinamentos…

A ideia de JHS no Brasil (depois da promoção termal de S.Lourenço - enquanto santuário de águas celestes - mui apreciada pelos governantes) subsiste como apoio social (creche e escola) através de uma fundação e hospedaria de curiosos…e algumas (poucas) sucursais.



3- O sr. V



                 (  Lagoa azul : lugar de aparição de "vimanas" sob várias formas em Sintra!)

- Em entrevista de julho 2014 dada a A.Paiva transcrita em seu livro “O Rosto e a Obra” o Sr. V nascido em meados do séc passado, conta que viajou pelo Brasil, onde conheceu coevos de JHS que o marcaram, fundou a comunidade teúrgica portuguesa em 1978 e tem uma missão: destacar a mística de Sintra, ligada à “Obra do Eterno”. Depois de 75 chegará “ uma tocha da verdade” profetizara teosoficamente Blavatsky… em coincidência. Aliás quando se dava o ocaso de um “sol” numa parte do mundo,Brasil (dizemos nós), nascia o “continuador” noutra parte do mundo,Portugal)...

Com uma tónica própria sobre Sintra e os mundos subterrâneos… o sr. V fala desta “serra sagrada” como o 5º reino espacial de Agartha e Shambala ( Sintra-”kurat” à semelhança de “moreb” de S.Lourenço no Brasil).

SIntra-a 5ª cidade do submundo Badagas- com seu lençol freático do miocénico ( “cada cidade de badagas tem um lago de águas puríssimas e minero medicinais aflorando à superfície” ) e sua cisterna de mouros (no castelo) que é passagem interdita aos profanos para Agartha… Sintra -posto representativo muito ligado aos mistérios da Obra, localizado no interior da serra, onde esteve o “ 5º bodhisattva” e sua contraparte excelsa e os Gémeos espirituais…

O sr.V vê-se como um “ filho dileto” de JHS tb chamado de Ulisses (e a sua contraparte de Ulissipa) , pois aquele ao atingir os limites do Ocidente (Portugal) invocou aos espíritos antigos a fim de que saíssem do interior da terra e o aconselhassem …

E a modos de idolatria ou devoção sem limites ao estilo oriental afirma mesmo do “venerável mestre” JHS e expoente máximo da Obra: “uma revelação supra humana (isto è: de um ser dotado de poderes sobre-humanos conduzindo os Eleitos, como dito por Bulwer Lytton /R.C), revelação essa: “provinda de sua boca perfumada”… (afinal Maitreya tem perfume… é o hálito de deus)!

Tal no contexto hindu, será o Vibhuti, uma cinza sagrada feita da queima de materiais como esterco de vaca, ritualmente espalhado na testa, posto na língua ou misturado com água e bebido… (atente-se que deste lado ocidental e atendendo aos forais lusos tb era de uso corrente o esterco… mas não tão apreciado na boca!

Depois “mais papista que o papa”…quer ensinar aos próprios filhos de JHS - a dinastia Souza em seus cargos - o que fazer quanto à publicação acontecida de parte dos arquivos:
ou seja “as impublicáveis cartas-revelação” que deveriam ser secretas (só para membros)... considerando isso um furto que devia ser tratado como tal… (entrando em confronto com o “homem dourado” arquivista das “Sacras Escrituras” eubióticas)!

Mais comenta que se o primogénito nao quer ser Maytreia ainda bem… pois ele há reencarnações improváveis… ”é como andar de cavalo para burro”... e aquela sociedade fundada nos anos 60 pelo herdeiro Jefferson é apenas classificada como esotérica…

Também lhes sugere que coloquem em S.Lourenço uma estrela de 7 pontas simbolizando os 7 raios de luz, a missão “Y” de JHS (ele fará igual em Sintra - um projeto que se arrasta no tempo)...

–De seus estudos de “aprofundamento iniciático”, destacamos um quadro cabalistico sobre os lugares da serra apresentado como o sistema geográfico de Sintra (à imagem de alguns feitos no Brasil) um vero sistema solar com 7 planetas ou “as 7 substâncias” que compõem a serra de Sintra, definido por um agrupamento de 7 lugares associados a espíritos planetários ou arcanjos (tb dos maçons). São eles os 7 planetas tradicionais, Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Jupiter, Venus, Saturno, cada um influenciando uma zona da serra, Pena, Seteais, S.Martinho, S.Eufémia, Castelo dos Mouros, S.Saturnino, Lagoa Azul e ao centro a quinta da Trindade… a marca da Causa Primeira!

No castelo e em parte secreta afirma estar o segredo do mouro rei ou sábio que é filho do mestre universal , “desconhecido e fechado a 7 chaves em túmulo só existente no mental”... à boa maneira ocultista!

Destaque ainda para a pedra de kurat: uma relíquia atlante (segundo ele) associada à língua “senzar” que Blavatsky nunca viu nem visitou… esta “materialização” coube ao sr V sem dúvida(!)… Esta pedra, julga-se, vinda de um convento franciscano ou ermida para o forno da cal mais abaixo… apresenta uma série de marcas inscritas semelhantes às encontradas em construções medievas, em maiúsculas bem latinas deste “ciclo” …nada a ver com “atlantes” indefinidas ou ideográficas… o seu número expressando eventualmente um agrupamento de associados ou contratos (algumas siglas repetidas).

Outra “materialização” conhecida (ao estilo de JHS) foi a de um cigarro que tinha no bolso e que se transformou em flor de lótus!

Em geral e a “vol d’oiseau” os textos do Sr. V mostram uma oscilação - do otimismo ao pessimismo - o que parece uma tendência involucional dentro do mesmo ciclo, diremos…

Assim um texto de 2012 intitulado - sinais de Shamballah - afirma que há “sinais da nova era, já se estão encarnando todos os oficiais… aproxima-se o rei do mundo”!

Noutra parte transcreve que exteriormente, o quinto estado de consciência Mental Superior impõe-se cada vez mais, caminhando a passos largos para o dealbar da futura Raça-Mãe! Ou esta: o Futuro é o Hoje que se solidifica a cada segundo que passa e haverá de confirmar estas minhas palavras, de uma lógica matemática infalível!

Mas outros textos mais recentes afirmam pelo contrário: O estado primário/imaturo da Iniciação regista-se até nos mais adiantados em matéria de Ensinamentos Iniciáticos de Akbel (JHS)... Poucos são, portanto , em termos de um novel estado de consciência (mental abstrato) e até “podendo não a tomar nos anos mais próximos”.

Em outro, relata: “São raríssimos os crentes bem formados… há uma debandada dos descrentes no futuro próximo… Os seus não O reconhecem na sua Obra! (afinal para quem virá?!)...

Enquanto isso a sua “técnica de formação” apresenta-se como um “mantra” de termos hindus repetido ao infinito - nos templos e nas redes - aliado às estórias imaginosas do Munindra (discípulo)… tudo para fazer crer/ver coisas que não existem (efeito ilusório maya )... onde os “sujets” sobrecarregados de “akasha” ficam num estado “semelhante à embriaguez”… (mental?)!

O método usado é aqui exemplificado, através de artigo recente no Fb: “Canário (de Ilhas Canárias) sugere-me a corruptela filológica (bem afastada dizemos nós) de Akádio, uma sub-raça da 4ª raça-mãe atlante… e parte por aí fora em pura teosofia (pois são ilhas vulcânicas)...

Ou quando se fala de Jeanne D’Arc, Jina ou génio da Arca, da Barca ou de Agartha (!)... tudo se deriva ou “ se enquadra desde que se saiba fazê-lo” auto revela-se o sr.V . È como o caso das terras escolhidas para a Obra, chamadas de S.Lourenço, seja de Minas/Brasil ou de Ansiães /norte Portugal ou S.Lourenço das Azenhas do Mar (por onde o Barão de Lisboa fez passar os Gémeos, para completar a jornada!) pois S.Lourenço consideram-no o senhor da luz, luminária e solar, o luzeiro “Akbel”… sítios de águas nascentes e fontes vulcânicas: são espaços de Agartha pois claro!! com seu sol…

Este Barão de Lisboa de seu nome Henrique Alves Neves - considerado reencarnação do condestável Nuno Álvares, talvez por aproximação do nome - era um ocultista transmontano e ligado a Goa por negócios, que foi quem levou o jovem JHS à Índia… quando o jovem perdeu a namorada Helena no acidente de Lisboa em um um assalto feito a sua caleche na Baixa , tendo-se virado a carruagem...então o barão que tinha uma taverna junto `à Sé ali por 3 dias levou o jovem a beber um vinho especial com tâmaras…para esquecer o acidente… ou para reanimá-lo em direção à Índia… (ah, grande iluminação!) e chamavam-lhe Malaquias…como o profeta bíblico.(inf. Lusophia)

Mas voltando ao sr.V : em suas comunicações frequentes insiste em afirmar que o único caminho para o encontro/iluminação é por iniciação mistérica - “é melhor que recorram a um colégio iniciático credenciado” - (diz em boa publicidade!) ignorando ostensivamente o homem sábio (e ex-Maytreia!) Krishnamurti que afirmou um dia: não há caminhos para a verdade, então ela não deve ser organizada, não deve ser formada nenhuma organização para liderar ou juntar as pessoas ao longo de um caminho qualquer, cada ser o descobrirá per si. (Dito em Ommen/Holanda, em reunião alargada em 1929 da Ordem da Estrela - criada por Annie Besant, sucessora de Madame B - dissolvendo-a na prática). Em boa verdade reconhece o sr.V : “ninguém evolui por alguém (…) só o próprio se tiver a firme disposição de transformação interior”... o que não é assim tão diferente ou exclusivo! Há quem se inicie por si mesmo… Mas o sr. V (advogando em causa própria) esforça-se por convencer que não há vida fora… da (sua) organização… ”nem humanos são” ou seja abandonando-a, voltam à condição de animais (já lá o dizia JHS!)… pelo que é preciso preservar o sistema e a doutrina, contra os “pardais devoradores da seara de trigo “ de JHS… e que a busca do sentido transcendente está na ordem do dia (mesmo que através de pura especulação fabulástica)… extensos delírios e trocadilhos iniciáticos… Portugal = Porto galo (o de Barcelos, símbolo nacional)... aqui começou a nação na área bracarense… provavelmente com o Gualdim encarnado a despertar a lusitanidade!

Muitas vezes socorre-se do seu baralho de cartas de tarot esotérico servindo de oráculo e orientação conforme os arquétipos e as circunstâncias tb astrológicas, falando de Arcanos maiores e menores presentes no caminho da Realização…

Na serra de Sintra há divindades - tb eu sei e vi - e segundo o sr.V tb há muitos elementais: gnomos, ondinas, silfos e salamandras (espécie rastejante capaz de provocar incêndios mentais) e anjos no éter! Tb seres entoando “Aum” à luz da lua… Deste inventário constam ainda as fadas que são produto de acasalamento de silfos e ondinas… (gosto especialmente desta parte)… são pequenas… pois… muito belas e de matriz azul marinha. Os gnomos guardam os acessos a Agartha… que “não é física”, é mental, pois eu sei… provavelmente o sr V tem na cabeça uma zona oca de racionalidade… pq a intuição é superior a inteligência - lá dizia JHS! A essência do sr. é aliás inimitável ! Esta abundância de elementais, diz ele, deve-se ao rei Dom Fernando II que decorou a serra e a transformou num jardim, sendo membro da fraternidade oculta da serra, tal como sua segunda esposa, a condessa de Edla (protetora das artes).

Conta-se na serra que na zona da Lagoa Azul já houve avistamentos de ovnis… reptilianos do 5º reino segundo uma guia da área… enquanto e coincidentemente um eudiota dos brasis acha que o sr V será um “vimana” sob forma não canónica… (segundo este se queixa)... ou seja, provavelmente estão afirmando por palavras tortas, a verdade tomada pelo “Caminho”… mas sem o saber ou querer… ”quando o baixaram, o elevaram”…pois o que se passa num sítio, reflete-se no outro, disse JHS o mestre um dia… (a propósito do Brasil e Portugal).

Há mesmo uma troca de mimos na última dezena de anos… que faz parte das batalhas de “extermínio mútuo” entre fraternidades (qual Fraternidade?)... uma espécie de guerra das rosas entre as cores portuguesa e brasileira que inclui acusações de assaltos a arquivos e a templos! Indícios de que o sr.Vitor está isolado da familia Souza.

Pois se o messias do vizinho é falso e manco (usa bengala) então quando vem de visita a Sintra fica á porta da capela …(é assim como aquele 1º tibetano no ocidente, Chogyam Trungpa Tulku, que era coxo e não tinha pinta de homem santo)... ah, mas se o primogénito fosse Maytreia, então ele escancaria de imediato a porta da dita capela (JHS abria portas sem chave!)... ora bem… é a prova de que ele não o é… nem possui a palavra “perdida” (o abre-te Sésamo, que resolveria o assunto)!

–Mas seguramente as grandes tradições não estão perdidas… Sintra será a próxima aposta teosófica para a vinda próxima de Maytreia.

Ora quem tem um olho é rei… e lá vai aparecendo ele de mão no peito em vários sítios como na Cruz Alta, ao modo dos navegadores, perdão os navegantes voadores, vistos por JHS… hoje visível em imagens nas redes sociais, rede de difusão mais moderna!

Conclusão: Deus fala português neste fim de ciclo, o futuro Maitreya é com certeza na casa portuguesa… a palavra/mensagem ainda não cumprida…Pessoa dixit. Eu não diria melhor!!

–Sosseguem no entanto as mentes alvoroçadas porque ainda faltam vários séculos para chegar a nova Era: efectivamente Aquárius está em atraso… (precipitada portanto a aclamação da abertura do ciclo havida em S.Saturnino da serra)… Cientificamente e tomando como referência as posições reais das constelações e tendo em conta a sua forma real e suas extensões, ou seja os seus limites (diferentes para cada uma) a Era de Aquário só começará depois da passagem do ponto vernal por esta constelação, o que ocorrerá em 2813 d.C. Tanto do ponto de vista astrológico como astronômico podemos considerar essa data como a mais provável. o resto é balela… de acordo com o que escreveu Lobo Câmara em seu livro A Farsa da Nova Era: Nem Apocalipse, Nem Era de Aquário”.ed. de autor, 1998. Ou na melhor das hipóteses em 2620 sg.Paulo Araújo Duarte. Professor de Astronomia do Dep. de Geociências da Univ. Federal de Santa Catarina/Brasil. Portanto, apontamos para uma média de 700 anos entre os 2 valores.

Ora sendo Sintra um “lugar jina” de homens sábios e imortais, os desta geração lá chegarão pq como todos os seres adâmicos viverão mais de 700 anos… (veja-se o catálogo da posteridade de Adão até Noé no capítulo 5 do Genesis bíblico… um tempo em que havia gigantes na terra).

Aqui registramos agora e a propósito a informação dada pelo sr.V da aparição em Sintra do Deva ou anjo da Serra, que segundo o sr. mede 17 metros… vá lá o dobro do bíblico Nemrod - o que demonstra a fase do agigantamento (em relação aos 2,5m dos vimanas vistos por JHS nos anos 50… ou seja fazendo numerologia ao modo teosófico e contas grosso modo: se cada 50 anos eles aumentam 14 metros, então daqui a 7 séculos serão 14 x 14 ou seja 196 o que “bate certo” com os 200 metros dos budistas agárticos!

Tudo “ questões que a tradição iniciática resolve”... é assim como na Worten !!

–Segundo a doutrina : para se transformar em imortal (física e espiritualmente) siga os mandamentos agárticos ou de Zayn: coma bastante fruta - a dádiva de Deus - e abstenha-se da carne, e guarde suas horas santas para suas yogas e asanas… recitai concentradamente os salmos em ambiente tranquilo e vós serenos (o dentro igual ao de fora, hermeticamente falando)… os dedos dos pés e das mãos contraídos por v. vontade, voltados para norte, de preferência (se não souber onde e como, seja em qualquer lado e como quiser e saiba que nada disto lhe fará mal, pelo menos… talvez algum benefício pessoal). E pela meditação adquirirá o divino conhecimento (sobre os 7 raios de luz), principalmente no 1º dia da lua nova (novilúnio)...

–Assim sendo o “predestinado” atravessará os anos até essa data em que “vos enviarei o profeta Elias (de novo em carro de fogo, presume-se ou seja em disco voador) antes que venha o dia grande” (cap.4,5 de Malaquias, o último profeta, da linhagem de Deus, segundo a Bíblia afirma na última página do Antigo Testamento. E está tudo dito para bons entendedores! Nada de observações (deixai-nos em paz). Para mais informações procurem o Malaquias, para os lados da Sé, dentro ou fora… conforme a hora!

-Entretanto e visivelmente o “nosso” sr.V transformou-se em comentador social e político do quotidiano, segundo o ponto de vista ou a cartilha da filosofia hindu… e mais reservadamente oficia, de quando em vez, em S.Eufémia ou S.Saturnino, já que a via sacerdotal é sua preferência, ministrar” as coisas celestes e redimir o mundo”, como função graálica interna. Tb à imagem de igrejas como aquela criada no século passado por Hielscher com sua liturgia, vestes, cânticos e dias de festa, cores e iguarias…invocando as forças cósmicas superiores (teurgia) e preparando a vinda do Superior Desconhecido… malgrado Guénon afirmar ser uma falsa religião… Ação e meditação… é o seu lema. Ùltimamente mais a repetição de articulado, que já teve melhores dias (quando frequentava o "velho" curso por correspondência)...

Em conclusão, mais interna do que externamente, a lei evolutiva parece-nos traçada: O mestre JHS negou Besant (a sucessora de madame B); o sr.V nega o Primogénito (sucessor de JHS), o “futuro” virá negar o sucessor (do anterior)... e assim vai o mundo teosófico ! …
A nós nenhum dos citados nos engana, lido tudo o que havia para ler de essencial na matéria.
Em definitivo, os ocultismos enquanto jogos de palavras derivadas, talvez aportem algum desenvolvimento aos praticantes de Palavras Cruzadas, mas nada acrescentam de bom às Cruzadas / Sonhos colectivos da nossa era… Tb não nos parece que a paz dos cemitérios seja merecedora de medalhas… 

Post scriptum: Quanto ao tema da paz, vamos “tributá-lo” brevemente, quando chegar um ramo de oliva.






4.7.25

Uma nova proposta temática para julho / festa templária em Tomar




 Com a evocação da despedida do mestre Gualdim e de sua passagem para a glória , termina um ciclo longo de 10 anos em que o mestre fundador do burgo e a sua defesa no Descerco de 1190 perante o Almansor, foi tema principal.(1)

Mas há muitos outros mestres templários que decidiram a nossa história em seu tempo!

Nas obras dos anos 40 do século passado em S.Maria dos Olivais - panteão dos mestres - foi descoberto debaixo da cal na parede norte da nave uma inscrição funerária gravada numa lápide de linhas auxiliares bem demarcadas com caracteres mistos, quadrados e unciais, encontrando-se bastante danificada com algumas linhas elegíveis.
A inscrição em latim foi estudada na época por Garcẽs Teixeira da União dos Amigos dos Monumentos da Ordem de Cristo e mais recentemente pelo epigrafista Mario Barroca que a identificou e aprimorou na sua leitura actualizada.

Nesse epitáfio lemos o seguinte elogio feito como a um cavaleiro perfeito da Távola:
“Prudente, Famoso, Casto, Honesto e Brilhante
o excelso Gomes Ramires da Nossa Milícia do Templo
abençoado pelo peito dos reis e (connosco) guerreando com mouros
…Choramos os fortes na batalha …sendo ferido de morte. (Julho de 1212)”

Este mestre foi um dos heróis da batalha decisiva da Reconquista ibérica em Navas de Tolosa a 16 julho e ao 3ª dia posterior (devido aos ferimentos) ascendeu à glória eterna! Foi trazido e sepulto em Santa Maria, segundo frei Bernardo da Costa.

Cavaleiro de avantajadas virtudes, do agrado e valimento dos reis, testamenteiro de D.Sancho I e nomeado por seu sucessor, Afonso II, comandante das tropas de apoio a Afonso VIII de Castela em Navas.
Bem visto de todos, dos maiores e menores do reino, como provam as muitas doações recebidas pela Ordem em seu tempo…de que se destaca a doação da Cardosa (março 1211) futura sede templária de Castelo Branco. Da documentação que diz respeito ao termo de Tomar assinala-se a confirmação da carta de foros aos moradores do Carvalhal de Ceras e ser testemunha do acordo entre os crúzios de Coimbra e a Ordem do Templo quanto aos caneiros do Zêzere ( Martinchel).

Este mestre português, de grande prestígio na época, foi mestre também dos 3 reinos (Portugal, Castela e Leão) aparecendo documentado a 29 abril de 1211 como o representante templário no pacto da Ordem con Alfonso IX, de Leão e Galiza, pelo qual este restituiu à Ordem a posse de Ponferrada , Alcanices e outras,( sg Carlos P.Martinez , 2003).


–NAVAS de Tolosa situa-se na parte oriental da Sierra Morena , na província de Jaén / Andaluzia, onde os reis de Castela, Aragão e Navarra derrotaram o califa almóada - filho do Almansor- com ajuda de cruzados portugueses e franceses.
Na batalha de Navas lutou-se corpo a corpo com lanças, espadas e machados, não havendo espaço para arqueiros ( sg Crónica latina dos reis de Castela). Registe-se que o mouro Al Nacir tinha o dobro de efectivos militares.
Com a vitória cristã de Navas a 16 julho, afastando os Almôadas , ganhou desde aí mais estabilidade toda a região a sul.
Houve baixas significativas nas Ordens militares de Calatrava, Santiago e Templários
Além do mestre portugues dos 3 reinos, ali se encontrou também o mestre templário de outros 3 reinos ( Aragão, Catalunha e Provença ) Guillelm de MontRodón , heroi catalão celebrado todos os anos em Monzón. (2 )
O estandarte mouro foi enviado ao papa Inocêncio III (3) que concedera a todos os soldados os mesmos privilégios de cruzada a Jerusalém…

MONUMENTO A NAVAS
Há exatamente 44 anos (1981) foi inaugurado no local da batalha de Navas o monumento épico com dezenas de metros de altura, que se vê na imagem.
As figuras no monumento- são da direita para a esquerda:
Sancho de Navarra- com seu escudo e na mão esquerda as cadeias, troféu da batalha, que rodeavam a tenda do mouro.
Afonso de Castela- vingador do desastre cristão de Alarcos-em 1195 (ano da morte de Gualdim) - o promotor desta campanha -vestido de simples soldado, com sua cota de malha.
Pedro de Aragão- O Católico- com seu escudo de barras .
E ainda outros dois: o arcebispo de Toledo, a alma desta cruzada e o senhor da Biscaya , que chefiava a vanguarda do exército de Castela.



Assim prestamos a nossa justa homenagem a este soldado conhecido, milites do Templo. Haverá algo mais prioritário que honrar os nossos heróis?!
Simão Mendes, comendador de Tomar, na época, recebeu seu corpo nesta igreja e lhe teceu o elogio . Honra e glória a este peregrino e cruzado à Jerusalem Celeste!
“Ponho-te neste dia, sobre as nações e os reynos” (Das Escrituras)

NOTAS
(1) - Tema sugerido por nós, numa sessão pública na Câmara, na altura.
(2) - Afecto a seu rei (Pedro II de Aragão) que embora católico, procurava conciliar interesses opostos -para preservar os seus territórios e os direitos feudais de seus dependentes occitanos, o qual morre no ano seguinte na batalha de Muret entre os cruzados francos e os albigenses, ficando o filho do rei órfão, como refém do desapiedado Simon IV de Montfort, carrasco da Occitânia! Depois da morte do rei, Guillelm foi a Roma, reclamar ao papa a restituição do infante Jaime, o qual o entregou àquele mestre do Templo, que ficou como seu educador e protector no castelo templário de Monzon (Huesca), dos seis aos nove anos de idade.
(3) - Um dos papas mais importantes da Idade Média,, convocador de cruzadas e do IV concílio de Latrão, sepulto por doença em Perugia em 1216,

Assim se associam, na vida deste mestre português, os lugares da Rota: Tomar, Ponferrada, Monzon e Perugia ! Para além de ser em seu tempo (1210) que se funda a ordem Franciscana que há-de influenciar e muito a nossa região no cultural e religioso!

-Sugestão de datas comemorativas : 16 a 19 de julho 2026 (quinta a domingo
).

Gomes Ramires, mestre templário português, herói da batalha decisiva  de Navas de Tolosa (1212)


10.6.25

Ao 3º dia milenar, os cavaleiros regressaram! (19 Anos em 19 páginas)

 



Apresentação da Templ’Anima- Associação Cultural de Tomar ( breve relato do nosso trabalho desde 2006; algumas experiências em destaque) .
Integrado nos ateliers  temáticos organizados pela TREF como contributo  para o dossier de candidatura ao Conselho da Europa. Tema: Práticas Culturais e Artisticas Contemporâneas
No final ,os participantes exprimiram o seu mais vivo interesse pelas iniciativas em Tomar (que desejam visitar) e saúdam a pertinência da ligação de raiz entre a Historia e a Arte (que preconizamos desde inicio).

---Mais generalista do que especialista (segundo recomendava o filósofo Agostinho da Silva) ousámos delinear com paixão o produto/processo, do principio ao fim,  na demanda - o mais completa possível - do que se passava na envolvente, consultando as mais “desvairadas” fontes, aproveitando das experiências acumuladas e seguindo quando necessário, a intuição(Paul Magil,gestor), enfrentámos os desafios com a perseverança requerida para”atravessar o deserto das incertezas, mas acreditando - como Michel Hammer - que os beneficios da "terra
prometida" se aprestam a ser revelados ou seja: certos que “na fase de desenvolvimento, a envolvente  vai modelar o produto, adequando-o à realidade (Chris Meyer).

- Segue-se a transcrição completa do atelier. Duração : 1 hora .


Templ’Anima - Associação cultural de Tomar  

(1) Inicio: A 29 de junho de 2006 - há 19 anos, portanto - nascia legalmente a nossa Associação cujos estatutos anunciavam como objetivos: a Evocação histórica e a valorização local, a difusão cultural e a criação última de um novo itinerário cultural (europeu)   de tema templário.

Desde logo a sigla escolhida - Templ’Anima- apresenta 2 significados:    um mostrar a alma do Templo ou seja o Espírito do Lugar ( para além das pedras, os homens do seu tempo) e por outro fazer a animação templária do monumento.    


Porque urge preservar as raízes de nossa identidade. Reconhecer o ontem para bem viver o hoje (afinal a Idade Média foi o início da actual Europa!. A maioria já não consegue identificar passagens centrais da Bíblia e dos clássicos, retratados nos capitéis das igrejas… É preciso saber ler as imagens numa época mais de gestos do que palavras.

Esta não é uma idade de Trevas, nós é que estamos nas trevas perante ela. Por exemplo, se virmos numa imagem um santo aparentemente suspenso no ar , isso não significa per si levitação mas tão só a alma do personagem elevando-se para Deus, pois segundo as ideias tomistas da época de S,Tomás de Aquino, a alma tem a forma do corpo e assim era representada! Portanto e em consequência: O  reencontro com essa Idade é a nossa Demanda! Fazer a sua recreação… e a sua actualização!

Ora, analisando a nossa situação: estávamos numa cidadeTomar, bem no centro de Portugal  -  que fora  sede da Ordem do Templo em Portugal e cujo património é Único e da Unesco também… Uma das últimas sedes da Ordem ainda completa : com seu castelo e sua Rotunda ou igreja redonda à imagem do S.Sepulcro.  Paris perdeu sua igreja, Londres perdeu o amuralhado envolvente. Um castelo aqui  portanto que  é  síntese histórica de várias épocas e da nacionalidade… com sua atratividade e potencial de crescimento.                                                                                      

Contexto: Há um grande património (Unesco,até) mas pouca valoração no seu conjunto. Dificuldade: uma certa  insensibilidade local, e por outro falta de informação para fora.                                Oportunidade- verificamos que todos os anos e a nível global saem livros ou filmes sobre os templários o que per si potencia um nicho de mercado cultural (europeu)- devido à perpetuação desse interesse temático!                                          

E então tivemos o nosso sonho -I had a dream!-  Criar uma Rota templária    europeia-- Aumentar o conhecimento do Templo e pôr Tomar no mapa europeu… Um projeto inovador-uma nova rota- fortalecendo a identidade e a integração na diversidade.  Depois de Compostela e Cluny, cientes que a motivação geográfica faria o resto ou seja -no pensar de um marketeer social- Louis Cheskin - “ o lugar diz-lhes mais do que a outros:  é subliminar a presença repetida que os atinge (os que pertencem a cada sitio e o desejo ou curiosidade por outros similares, dai a Rede! ) 

Esta a ideia e as forças à partida, daí iniciámos a busca dos meios e dos parceiros para o seu arranque.    E começámos por um inventário exaustivo de sítios templários e seus sinais específicos.  Segue-se uma breve apresentação do que temos feito. Algumas experiências fulcrais ao longo do tempo  que eventualmente fornecerão chaves para configurar ferramentas adaptadas…Desde logo: como adaptar o “seu” espaço à sua ideia ou vice versa ?!

(2) Animação teatral: um dia com os cavaleiros templários

Promovendo a ligação entre o Patrimônio/Castelo e a Cultura através do Teatro histórico, propusemos ao IPPAR- dono do monumento  (administração central- e foi aceite) uma oferta de animação cultural complementar aos visitantes do castelo templario de Tomar, dando mais vida ao conjunto patrimonial.

Designação : Um dia com os cavaleiros templários em Tomar, serviço de animação/evocação histórica , centrada no espaço patrimonial, aos sábados; actividade constituída por 3 partes, mostrando o quotidiano dos monges guerreiros- como oravam, comiam e lutavam. A obra, situando-se no último quartel do sec XIII, mostra a iniciação dum cavaleiro - sobrinho do mestre -  no terreiro e charola (igreja Redonda), seguida de refeição monástica e festiva de época com música no recinto   cavaleiros e exercícios de armas dos monges guerreiros no campo da horTrata-se de uma Animação singular, participada e solidária.


Explicando: singular, pq a sua vantagem diferencial - face à multiplicidade de ofertas ditas medievas - é não serem uns cavaleiros quaisquer em torneio ou uma ceia mais ou menos de época… são sim os templários, com a carga que isso implica: não é uma simples mostra de ambiente de época mas um cerimonial de iniciação/admissão onde o visitante será iniciado também (adquirindo novos conhecimentos)  e viverá o seu quotidiano através de um mergulho na época, tendo em consideração a vivência histórica e cultural da região e a salvaguarda de sua tradição local, pq a identidade cultural é uma questão chave  e a qualidade da ação é dada pelo rigor à época não fantasiada.

   Não queremos alimentar a simples deambulação de olheiros do vazio costumeiro , para quem o essencial permanece invisível por insensibilidade rotineira ou obnubilado por lendas extravagantes. Preocupa-nos o conteúdo, não só olhar mas sentir ao vivo e de perto a emoção, in loco, não à distância!.                                                                                                                                                                                            Animação participada : porque se procura o envolvimento dos visitantes - todos confrades por um dia - recuperando a comunhão do teatro medievo, seguindo os actores-monges pelos espaços e reagindo a suas vozes ou actos: em suma um teatro de identificação e metamorfose. Como nas procissões antigas de Valladolid (Espanha) na semana santa , onde seguia um Cristo, os carrascos e o público que vivendo veramente a cena, apostrofava e até apedrejava os carrascos (que eram alguns condenados vindos de prisões…e que caso sobrevivessem à experiência, ganhavam sua liberdade!)...                                                  

No fundo buscamos um teatro de transformação/aperfeiçoamento em direção à fraternidade  como recomendava em carta Rousseau a D’Alembert(1758): “convertam os espectadores em espectáculo, façam-nos actores, façam com que cada um se veja e goste de si próprio, para que desse modo se sintam mais unidos”! Todos irmãos aqui, portanto! Teatro solidário, pq tem como objectivos também a coesão da comunidade local, para além da satisfação da motivação específica de grupos de visitantes. Assumindo a cidadania e o envolvimento em ações de apoio à comunidade, apadrinhando causas e pessoas locais, evoluindo dos benévolos aos profissionais, em termos de colaboradores.


(3) Sinopse do Teatro Iniciático- a Didaké

Primeiramente a Didaké- Iniciação do templário: trata-se de um texto feito de raiz para este espaço e adequado a sua especificidade. Não fala de algo importado da vida de qualquer outro mosteiro - tipo o Nome da Rosa - sim do que se passava aqui intra-muros à luz do que conhecemos.

A ação ritual acontece circa 1286 no castelo templário de Thomar, onde o mestre da Ordem dom Joam Fernandes inicia um sobrinho em capítulo, segundo um testemunho relatado nas inquirições de D. Diniz de 1317.     A ação /progressão ou Caminho desenrola-se /começa no Terreiro do castelo, através de 4 “mansões”  que representam os 4 elementos iniciadores, tal como figurado para meditação dos monges nos capitéis da Rotunda (através de animais: leão, cavalo marinho,aves afrontadas, sarça ardente)) e conforme à doutrina hermética, a imagem do que está dentro é igual à que está  fora. 

Assim a 1º cena é junto à Árvore  à dextra o elemento Terra onde acontece a vigília do cavaleiro; a 2º cena no tanque à esquerda (elemento Água) onde  é o banho /purificação (e a catequese/ didascália); a 3º cena nas escadarias em frente- elemento ar/elevação que constitui a prova/evocação do sacrifício da Paixão;  e finalmente a 4º cena  na Charola -elemento Fogo, por ser igreja redonda fechada por cúpula como um athanor alquímico. Iluminação do Santo Espirito!

Na Charola, no seu interior, se passa a parte mais importante da Iniciação, com a Súplica e a Exortação. O Pater e a oração à Virgem. O Juramento. A Entrega do manto e o beijo ritual. A exposição das relíquias e a exortação final.




(4) Uma representação didática em defesa e louvor da Milícia templária 

 Efectivamente, baseados na tradição universal mas também na local devidamente pesquisada e alicerçados na autenticidade da Regra primitiva da Ordem, descrita por Régine Pernoud, visamos esclarecer as 3 principais acusações feitas aos templários em seu tempo: o beijo na boca, as ofensas à cruz e a adoração da cabeça bafomética ou demoníaca…onde  desvelamos a verdade sobre os factos!

Primeiramente a questão do beijo trocado entre o  iniciado e o mestre da Ordem: trata-se de um beijo cortez como aquele dado por El Cid o campeador a seu rei , tal como assinalado no Poema do Cid e que entretanto caíra em desuso no quotidiano europeu do séc XIII mas mantido pela Ordem de acordo com sua tradição oriental.

As ofensas à cruz,  tem a ver com a evocação da Paixão, dado geralmente as admissões se fazerem cerca da Páscoa ( até ao Pentecostes)  onde se passava a prova da negação e da dúvida e se partiam as cruzes -como ainda hoje se faz na antiga comenda templária de Cem Soldos a 7 km de Tomar- resíduo ou memoria arqueo-teológica dessa época, tal como se fazia nas escadas da sé de Lisboa quando morria um rei e se partia ali o seu escudo ou emblema… mesmo ainda agora: esta semana partiu-se o anel papal por sua morte… um símbolo, portanto!   

Por sua vez a adoração da pretensa cabeça bafomética: tratava-se do culto das relíquias da época geralmente encastoadas em prata dourada e que tomavam a forma da região do corpo a que pertenciam, dai as mãos como a de S.Gregório Nazianzeno (que ainda existe no tesouro da sé de Lisboa) e a cabeça de S.Tomás de Canterbury que esteve em Tomar e entretanto desaparecida. Sendo possível que o vulgo dos familiares e amigos e outros que apenas podiam entrever à porta meio fechada e à distância, o ritual reservado da admissão/iniciação na semi obscuridade das igrejas românicas, pudessem especular sobre o pouco que podiam ver e menos compreender… 

Visamos pois com esta peça, a devolução da honra aos injustamente acusados -ontem como hoje- destacando o valor europeu da justiça, tal como no medievo afirmada pelo mestre templário Gualdim Pais em seus forais, assim como por Dante (na Divina Comédia): “amai a justiça vós que governais” !

Visamos uma transmissão de ideias e valores: fazer reflectir sobre a época e - parafraseando Umberto Eco - “se compreendendo-a melhor,  formos levados a refletir também sobre a nossa, tanto melhor!”. Melhorar a compreensão do passado a fim de bem incorporá-lo na identidade do presente é também a nossa aposta.

 

(5) Análise da obra

O texto propõe uma construção para a realidade da época templária, gerada a partir de várias fontes credíveis, servindo como guia à parte medieval do monumento, procurando não misturar épocas nem  cair em anacronismos, seguir modas de romances policiais ou mistérios à Dan Brown, gerando mais confusões do que esclarecimento; no entanto também não queremos que fique pesado como missa do passado e aligeiramo-lo quando possível com algo de goliárdico, como a cena do iniciando no banho quando encontra um parasita entre os pelos do sovaco e exclama Vade reto Bafoma…o inimigo esconde-se em qualquer lado !!                     

–A fabricação do espetáculo / o processo de criação segue vários passos que vão do estudo do espaço em função da ideia central até à técnica escolhida e aplicada.  Tal passa primeiramente por explanar os considerandos concretos que estão por detrás em detalhe, pq tal é importante à compreensão da Animação teatral. –Cenograficamente é naturalista: o monumento apresenta-se na sua função real, que mostra e anima, veiculando a atmosfera do lugar e a vida do sec XIII. uma ligação espaços-cenas descrita no desenho da maquete da Iniciação com suas 4 mansões…mais algum elemento simbólico mas breve, de forma despojada ao espírito da época e dos monges.( Vide o cervo junto ao tanque)... Passa-se em vários planos simultâneos -pq o tempo é visto como eterno…há uma continuidade. –

Quanto à representação -didática e emotiva -  eĺa é expressionista, visa mostrar  os   estados de alma do  candidato… no terreiro - um grande espaço - o gesto é largo, no interior da igreja  um tom salmódico e comedido próprio ao cerimonial local, mais intimista. Os actores praticam o distanciamento- não há encarnação do personagem -apenas o sugerem- não actores individuais, mas apenas manchas de cor - irmandade…apenas fazer lembrar a época medieva nos gestos , momices e nas falas e que promova um efeito de adesão…simples veículos de emoção necessária para convencer…haver identificação do publico. São como capitéis vivos- estátuas que se movem –o sorriso de Daniel a mexer o pé no portal de Compostela…gestos que exteriorizam a alma…rostos sofridos ou loucos de forma a suscitar reação, participação, atenção.                                                            

–Quanto ao publico-alvo- achamo-lo no cruzamento dos visitantes de património com os seguidores do templarismo e da espiritualidade.  Segue com os actores – uma viagem /peregrinação - de aperfeiçoamento uma progressão subida no Terreiro do castelo, como purificação à imagem do caminho dificil de Dante. Um público participante, portanto que se integra na procissão inicial pelo terreiro do castelo, acompanhando o draco - sim, temos também um dragão ao medieval- que segue os monges brancos e castanhos…  A  qualidade do processo é dada pela nossa capacidade de envolvimento - esbatendo fronteiras entre actores e público -  sendo importante que estejam disponíveis para seguir e compreender…viver o acto …obtendo-se mais resultados quando o público é mais específico. grupos afins… Essencial é o publico: rir com o frade, reagir a violência do carrasco… surpreender-se com o possesso… fazer pensar, abrir outras percepções. Às vezes será preciso um milites empurrador (ao jeito japonês) que os arraste, ajude a dar o 1º passo, que ordene Vamos todos ! À Ração!... dançar de mãos dadas em volta da árvore e depois comer o pão doce do Espírito Santo imperador (uma festa  local, origem da actual festa dos Tabuleiros). 

(6) O Prandium ou refeição monástica  como um vero mergulho na época e no ritual...

Começando pelo conteúdo e formato da refeição templária , era para nós um ponto assente que deveria identificar-se com a época sem actualizações nem adulterações, tipo garfos, guardanapos, colheres de plástico, copos de vidro,etc… e com o ritual próprio, geralmente ignorado.

 Assim o receituário foi escolhido e traduzido a partir de livros datados da época (Trezentos/Quatrocentos) como anunciado no Rol de Viandas ou Menú, (distribuído pelas mesas) e não pratos inventados ao sabor da imaginação de qualquer cozinha!

Do Trezentos são conhecidos, integrados num códice terapêutico atribuído a Mondeville, físico de Filipe o Belo! (ligado aos templários,pelas piores razões...) 3 manuscritos de receitas: Enseingnemenz /franco, Tractatus de modo  preparandi /monástico e Liber de coquina/toscano, além de um rolo -único sobrevivente no género- pertencente ao bispo de Sion e mais tarde copiado por Taillevent no Viandier…

Ora estando a ordem repartida por toda a Europa e Oriente, pretendia-se apresentar uma cozinha ecuménica das regiões templárias...para o que “demandámos”  para além do receituário franco já referido, os seguintes do Trezentos : Sent Sovi/Catalunha - Form of Cury/Inglaterra- Guter Spise/Alemanha- Libro di cucina/Italia e ainda ,mais tardios, os nossos “Livro da Infanta D.Maria” e “ Caderno do Refeitório” (Alentejo) portugueses, além de uma colectânea franca de receitas de albergarias cruzado- -templárias no Oriente. São estes e não outros os livros que achamos adequados.

O receituário é apresentado em geral sem as proporções dos ingredientes….e há que ter cuidado na interpretação/tradução das receitas medievais não vá a tradução auxiliar do Google confundir verbos com substantivos e às tantas no final do receituário em vez de mandar cozer os ingredientes manda pôr o cozinheiro na panela!!!...uma sugestão canibal enfim. 

Ora sabendo que a “pitança” é melhorada em dias festivos , selecionámos 30 receitas para o tempo invernal das Quaresmas (Advento e Paixão) e outras 30 para o tempo dito comum ou de verão.

No serviço franco que estrutura a refeição gótica , os assados (peças inteiras,recheadas, postas no espeto e finalmente trinchadas á mesa) situam-se sempre no centro da refeição, sendo precedidos pelos potages(caldos leves ou grossos) e seguidos pelos entremetz e sobremensas,depois de levantar as toalhas.


Quanto ao cenário: à frente, encimando tudo e transversalmente a mesa real com seus dignitários e um aparador ao lado, a copa real com sua baixela. As mesas dos convivas são compridas com seus bancos longos como os das igrejas. Sobre as mesas com suas toalhas brancas de abas, cada comensal tem diante de si um talhador quadrado de madeira e sobre ele uma rodela de pão de calo (metade de um pão achatado cortado na horizontal). Uma tigela e copa de barro e uma faca apenas. 

Quanto à  mesa real  por sua própria natureza exigia um certo ritual de serviço (neste caso o de Aragão ) . Assim tanto a bebida como a comida, depois de préviamente  provadas em busca de algum possível envenenamento, eram trazidas bem elevadas (para evitar contaminações por espirros ou tosses) à presença real.


(7) Quanto ao Cerimonial :

O Cerimonial da refeição começa com a entrega do manto branco aos convivas- Um ritual de integração / identificação na comunidade- expressão de solidariedade básica de grupo. Segue-se a   procissão dos dignitários, anunciados pelo porteiro

O prior levanta a oração do Pater e dá a benção à mesa.

Seguia-se o Cerimonial  da Água às Mãos e da Têmpera do Vinho, que eram precedidas de procissão dos funcionários reais: o vedor, os copeiros e o roupeiro (das   toalhas), os quais sempre ajoelham quando chegados à mesa real. 

Depois a procissão das iguarias até à mesa real. A abrir num  andor vem o cordeiro de Deus em pé, inteiro, com sua lã e insígnia, ou seja a cruz.


É feita a prova das iguarias com a faca serpentina antivenenos pelo físico, à frente do rei.

Segue-se a distribuição - em grandes tábuas- aos convivas irmanados, dos tachos  das viandas: 2 espécies à escolha segundo seu gosto ou temperamento (art.185 da Regra da Ordem do Templo).

Seguem-se os  entremeses (literalmente: as "entre-iguarias") que acontecem entre uma iguaria e outra, enquanto os convivas esperam pelo próximo serviço . Geralmente, um momento de música ou momos...como o jogo de canas entre o gordo Dom Carnal e o magro Dom Pescado (de Hita /Guadalajara).

Num dos entremezes  explicamos aos convivas a ausência de pratos e de talheres – apenas na época um trincho de madeira, sobre o qual se depositava uma rodela larga de pão onde se colocavam os alimentos (tendo avisado para que não comessem este “prato” , feito de pão, antes do final da refeição! )...Havia uma colher de pau em cada tacho de barro , coberto, e cada comensal tem consigo uma faca para ajudar ao corte ou transporte dos alimentos. Mas o essencial foi a informação de como comer, com os 3 primeiros dedos da mão direita -  tal como ainda hoje em festas tradicionais de rua, se comem sardinhas no pão ou pedaços de frango assado - e que utilizassem o miolo de fatias de pão (presentes à parte na mesa)  ou em recurso, as abas da toalha da mesa, para limpar as mãos (pq os guardanapos , tal como os garfos , ainda não tinham sido inventados)...Tal era o modo de comer dos monges cistercienses , documentalmente registado para a época em Alcobaça (Portugal). Devem passar os bacios das viandas a seus vizinhos fraternalmente e ao retirar a comida não devem farfulhar (remexer) por toda a escudela ou bacio…pois o glutão incomoda seu vizinho já o disse Bouvesin de la Riva!

Acabados os manjares e  levantada a mesa, são trazidas as frutas e frutos secos- incluindo a maçã de ouro ou do conhecimento - a qual já cortada horizontalmente (perpendicular ao seu pé), revela em seu centro a estrela de 5 pontas ou pentáculo salomónico.


  No final o tacho surpresa: a rainha Isabel devidamente acolitada , distribuiu sobre os convivas pelas mesas , mancheias de pétalas de rosas, evocando em simultâneo o seu próprio milagre, mas também como anúncio da próxima vinda do Divino Imperador festivo aos tomarenses …a tb chamada festa dos Tabuleiros.

Saída dos dignitários e depois os convivas.        

Está dimensionada esta refeição para cerca de 90/100 convivas, exigindo uma inscrição e pagamento prévios, naturalmente.



(8) O treino d'Armas- Apocalypse


A terminar o dia segue-se a 3ª e última parte: o treino de armas dos irmãos.

na chamada Horta dos frades, um campo limpo e desimpedido.

Dentro da liça os 4 aparelhos já montados: o tavolado, o estafermo,sortel e arcaria.

Ao sinal da trombeta o Arauto anuncia o começo de um grandioso encontro de armas e desvairados jogos dos irmãos pera seu treino e folgação. 

  • Corrida ao Estafermo- com lança a cavalo evitando a maça do manequim rodando em seu eixo, 

  • Jogo do Tavolado: tablado quadrangular imitando torre de castelo com suas ameias onde se erguem 2 alvos/cabeças espetadas em paus, que os cavaleiros tem de derrubar com a lança arremessada de braçaria.

  • Jogo do Sortel ou canas- em que o cavaleiro armado de lança ou cana, tenta enfiá-la num grande anel ou coroa, que vai depois oferecer a uma dona da assistência.


Agora, a novo toque da trombeta o Arauto anuncia a Justa final, um combate ritual entre o 515 (nº do mensageiro divino/Dante) contra o 666 (nº da besta demoníaca).

É um enfrentamento esforçado e prolongado entre 2 milites com suas máscaras sobre a cabeça , de carneiro e diabo, respetivamente. Simbólico, algo mais do que um combate qualquer!

Seguem-se os jogos populares: tiro com arco onde os convivas tentam acertar numa abóbora e as cavalhadas ou corridas de convivas montados em burros ou a pé com venda nos olhos, que tentam partir com um pau um cântaro suspenso, com conteúdo surpresa…

Opcional para crianças: corrida de sacos ou jogo da glória gigante desenhado no chão onde evoluem - conforme a sorte dos dados - montados em poneis,  se os houver. 



(9) Análise deste evento : ao fim de algum tempo resolvemos separá-lo em partes independentes (não consecutivas) para aproveitar oportunidades de visitas mais  curtas ao castelo (excursões só manhã ou só tarde) tornando-o tb mais acessível em termos económicos.  Uma sessão completa (o dia inteiro , das 1o,30 as 17,3o ) custava 2 mil euros o que exigia um mínimo de 20 pessoas a 100 euros (incluindo a necessária inscrição prévia para almoço) devido à necessidade de colaboradores externos, nomeadamente cavalos e cavaleiros, além do cozinheiro e comestíveis.

A nossa equipa artística era constituída por 4 actores e 12 figurantes multifuncionais, ou seja: de manhã eram povo, ofícios e milites sergentos, ao almoço eram serventes de mesas, à tarde escudeiros e auxiliares dos cavaleiros e milites . A presença de público nos eventos era bastante flutuante, sendo irregulares os apoios oficiais. Por partes melhorou…    

Tomámos tb algumas resoluções estruturantes em relação ao trabalho da Associação: assim marcámos 4 datas de evocação templária a comemorar anualmente , uma para cada trimestre.

1 março- dia da fundação do burgo

inicio de julho- o Cerco do castelo

13 Outubro- óbito do Mestre Gualdim

29 dezembro- dia do patrono da charola- S.Tomás de Cantuária.


E definimos 3 objectivos a curto , médio e longo prazo, respectivamente :

- A vinda a Tomar do Relicário templário "Mão de S.Gregorio"  (que Tomar não via há 200 anos)  trazido pelo mestre Gualdim da Terra Santa . Objetivo já cumprido.

- A colocação de uma lápide  com o nome de todos os mestres templários, a colocar na igreja S.Maria- .para maior visibilidade desta igreja -panteão dos mestres templários. Objetivo já cumprido.

- O inicio de contatos externos para a criação da Rota templária europeia , a partir de Tomar (última sede completa na Europa). Objetivo em desenvolvimento.

Assim em 2012. assinalamos o primeiro encontro  com Troyes, com a nossa participação no colóquio internacional templário realizado pelo Departamento da Região de l’Aube  a 24,25 e 26 outubro.  

E aconteceu que ao 2º dia do Colóquio, nesse dia realizado na abadia de Claraval, travámos ocasionalmente conversa com François e Valérie Gilet, que participavam no Colóquio e a quem falámos do projeto da criação de uma rota templária europeia.

Considerando interessante a ideia, o casal Gilet abordou os responsáveis do Departamento de l’Aube para o projeto e o resto já sabem…



Podemos assim dizer em coincidência significativa que houve de novo a mão de S.Bernardo de Claraval sobre a Ordem do Templo…apadrinhando-a mais uma vez!

E por outro , cumpriu-se assim também aquela frase quase profética de Umberto Eco     que 30 anos antes após a visita ao castelo de Tomar , quando foi considerado património Unesco nos anos 80, escreveu no seu livro Pêndulo de Foucault, sugerindo uma união entre Tomar e Troyes: ”Tomar é o centro de seleção dos metais e a floresta do Oriente (Troyes) o celeiro principal, eis a origem de suas riquezas!” (pag 393).


 

  Em 1 março 2009 iniciamos a nossa participação oficial nas comemorações do dia da Fundação do burgo templário , integrando-nos no desfile habitual de colectividades.

Em 2010, ano das comemorações dos 850 anos da fundação templária da urbe de Tomar, representámos nesta data a Didaké na igreja templária de  S.Maria, para várias centenas de tomarenses. 

  

(10) –Evocação do Desfazer do Cerco de 1190 - junto à  Porta da Almedina do castelo com acesso pela Mata dos 7 Montes.


- A Associação Cultural Templ’Anima, propõe-se evocar no mês de julho um acontecimento exemplar ocorrido neste castelo templário de Tomar : o cerco feito pelo exército do Almansor em julho de 1190 e desfeito pelo grande mestre Gualdim “ a quem Deus salvou com seus freires” das mãos dos inimigos… segundo memorial escrito nas paredes deste castelo. A conservação/ valorização da Porta da Almedina e seus acessos passa pela sensibilização da comunidade para conhecer a sua história, reatar a ligação afectiva... Porta de entrada no burgo interior, desde o “arrabalde ”.



Um Convite aos tomarenses - para mais perto de seu património - de que todos são co-herdeiros - afinal - e em honra de sua participação a desfazer o Cerco de julho 1190 comemorando a vitória !

–Oportunidade de festejar algo que seja seu ,de todos os vizinhos...essa é' uma gesta a lembrar a todos os da terra, porque lhes diz respeito.


PROGRAMA:

Visita comentada á Almedina e Porta do Sangue


10.30 h- Subida pela Mata : com gaita de foles e tambor –sendo atracções/pontos de paragem :

- A Cruz da Rosa com seus sinais apotropaicos laterais, inscrita pelos templários sobre a porta ,entre as torres imponentes da Almedina  e a Pedra dos Cavalos afrontados românica.


11 .30 H-- .Entrada.no castelo pela Torre da Condessa.

Memórias do Cerco (por D.Gualdim). Leituras.

-Combate-demonstrativo  final entre defensor e sitiante . Justa simbólica entre o Bem e o Mal . Lutas a pé , com máscaras ... 666 vs 515...o Diabo e o Divino.(Cordeiro)..

- Evocação da vila de cima (pela Templ’Anima-) 

Adentrado o castelo, ali mereceu especial atenção o exercício de recordação da vida do bairro ou Vila de cima, dos nossos vizinhos e familiares antigos... viajando em espírito até esses dias ... O casario de um lado e de outro, do eixo viário principal , com suas medidas calculadas através da contagem dos furos de barrotes nas muralhas ...umas 20 casas ,logo 80 moradores, serventes do Templo, cujo avistamento em seus mesteres, tentámos interiorizar /recordar, no fundo da nossa consciência ancestral e colectiva…


Este evento passou em 2016 - por nossa proposta - a ser o tema central da Festa Templária anual e em julho, promovida pelo município e que até aí era em data aleatória no mês de maio e sem tema.



(11)    A 13 de Outubro - na Igreja de S.Maria do Olival (Panteão templário)

Evocam-se nesta data , dois acontecimentos marcantes relacionados com a Historia de Tomar: é a data em que se comemora o  ´´desaparecimento `` da Ordem do Templo com a prisão dos templários e também a data de falecimento de Gualdim Pais mestre da Ordem do Templo e fundador do burgo cristão de Tomar.


Gualdim é um paradigma da Ordem : nasce no ano em que nasceu a Ordem –1118 e morre no dia em que ´´morreu`` a Ordem (13 Outubro)-o que é deveras significativo.


Programa

Uma visita comentada às inscrições pétreas desta igreja panteão templário e uma narrativa acerca do enterro do Mestre..

Para maior visibilidade da igreja templária de Santa Maria dos Olivais

S.Maria foi Panteão dos cavaleiros-mestres da Ordem do Templo,durante todo o sec XIII. Mas 2 séculos e meio depois , a pretexto de obras de ampliação ao culto , mas ainda sob a influência destruidora de sua memória na Europa , iniciada pelo rei capeto Filipe IV de França, foram mandadas arrasar todas as arcas tumulares daqueles mestres, nesta sua igreja-panteão!

E de elementar justiça à memória daqueles bravos e piedosos mestres - também pedagógico e valorativo para quem nos visita- que se perpetuem os seus nomes na igreja, colocando uma simples lápide , imitando tampo de sepultura , na igreja de S.Maria  com breve resenha biográfica (nome e datas de mestrado) de todos eles... Tal será fazer reviver veramente o espírito  do lugar e da Ordem fundadora também desta igreja mariana!

Aposta na vertical e de forma auto-sustentada com suporte, na capela de Gualdim , ali se pode ver a  lápide memorial dos Mestres do Templo.


 






(12) O quarto evento, no último trimestre do ano, é dedicado a São Tomás de Cantuária, patrono   da Charola templária  e cujo dia passa a 29 dezembro. No nosso blogue anunciamo-lo e será objeto de leitura por um orador na sala capitular da Charola, perante um seu busto.

E reza assim:  In illo tempore…em plena semana do natal, um crime abalou a Europa cristã e medieval: no dia a seguir ao dos Santos Inocentes, à hora de Vésperas o arcebispo de Cantuária caiu morto a golpes de espada, em sua própria catedral.

Tomás Becket nascido em Londres em 1118 (no mesmo ano do nosso Gualdim Pais) foi nomeado arcebispo de Cantuária em 63. Em conflito com o rei Henrique II acerca dos direitos eclesiais, acabou sendo assassinado a 29 dezembro por quatro cavaleiros do rei.

Assim  foi martirizado S.Tomás no ano de Nosso Senhor da Encarnação de mil cento e setenta e nos 52 anos de sua idade …



O mártir foi canonizado em apenas 3 anos (1173) e o seu culto apregoado por toda a cristandade. Canterbury (Inglaterra) torna-se centro de peregrinagem… em cujo caminho nascerão mais tarde os famosos Contos de Cantuária! de Chaucer. O seu túmulo converteu-se num centro de peregrinação de onde os romeiros trazem pequenas insígnias ( bustos de S.Tomás a cavalo, como os encontrados nos castelos de Palmela e Silves).

S.Tomás torna-se o patrono dos sargentos do Templo, sendo-lhe dedicada por sua irmã uma capela na igreja Rotunda de Londres, junto à porta do hall . Na abadia de Windham em Norfolk é dedicada em 1174, também uma capela a Becket . Em Salamanca e Toledo na Espanha igualmente. Também o castelo templário de Gisors na França tem uma capela dedicada a S.Tomaz de Cantuária na época. O próprio  S. Luis, Rei de França,  obteve de Inglaterra parte da cabeça do mártir S.Tomás, depositando-a na Abadia de Royaumont como preciosa relíquia.

Em Portugal... Em 1185 , segundo uma tradição, também o mestre templário Gualdim Pais, se deslocou a Inglaterra, a quando da consagração da nova igreja redonda do Templo em Londres, e trouxe para Tomar relíquias (dois ossos da cabeça) de S.Tomás de Cantuária, pelo qual tinha grande admiração, para enriquecimento de sua igreja. Provávelmente foi feito na época um relicário com formato de cabeça para guardar aqueles ossos (como era costume medievo). 

O nosso Infante D.Henrique se refere a seu culto em Tomar,numa petição ao papa Eugenio IV de 1434. E o mosteiro de S.Cruz de Coimbra possuía os “corporaes de S.Tomas ,com um pedaço de casula com que dizia missa “ (cf. rol de relíquias do mosteiro, feito em 1595).


No final da leitura ou intervenção por um orador, é feita uma breve representação-diálogo entre um soldado do rei e o arcebispo Tomás  acontecida nesse fatídico dia. Trata-se de um diálogo em verso rimado em 16 quadras (tantas como as faces internas do deambulatório da Rotunda) texto que foi por nós construído com base no relato em prosa de uma testemunha da época, Edward Grim. Caindo no fim o arcebispo sob a espada do soldado.


Consideramos em nota final que esta evocação , num quadro de eventos conjuntos recomendada pela Rota Templária, devia ser também igualmente comemorado anualmente pela Igreja Rotunda de Londres, devido à memória de sua capela de S.Tomás , ali mandada fazer pela irmã do santo, que era abadessa no Essex (Inglaterra).


  (13) EXposição Documental e Artística : As Cores da Ordem

Vamos agora destacar outro momento criativo da nossa Associação: a produção de uma exposição  simultaneamente documental e artística baseada nas 3 cores da Ordem templária. Realizada por ocasião da Conferência evocativa do 13 Outubro e de Gualdim Pais feita por membros do Comité Científico portuguès da TREF e que culminou com esta expo no centro histórico da cidade a Corredoura.(edificio Vieira Guimaraes).

Em um painel colocado à entrada explicava-se a articulação entre as 2 partes da expo: a documental e a artística.   “As cores da Ordem que são também as cores da cidade:o branco, o negro e o vermelho estão omnipresentes nesta exposição com seu simbolismo próprio. Também a cor do burel que os serventes do Templo usavam. Trata-se primeiramente de um registo da Ordem em Portugal desde o seu alvor até à sua evocação-memória de lugares e actividades nos dias de hoje.    

Assim mostramos em 6 pranchas: primeiramente a implantação da Ordem em Portugal em comendas, igrejas e castelos, documentados como tal. A segunda prancha intitula-se “Uma centelha que irradia pela Europa” : na verdade historiando as origens desta expo, ela  começou a definir-se uns anos antes com a intenção de participar na grande exposição de Troyes sobre os templários em 2012 (embora já não atempadamente)  pretendendo dar a conhecer outros lugares nomeadamente ibéricos por onde a acção da Ordem se estendeu. Assim diz o texto. “ A vinda do conde Henrique da Borgonha/Champagne e pai do infante Afonso Henriques à Galiza para ajudar na Reconquista ibérica, assinala o início da grande colaboração franca que lhe sucede. Após a criação da Ordem do Templo na Terra Santa, o seu mentor Hugo de Payns e outros deslocam-se por apoios, nos anos 25/26 pela Europa , por onde irradia a sua influência . Aqui recebem doações de Fonte Arcada e Soure e várias outras que D.Raimundo Bernardo, procurador da Ordem, subscreve. Outro procurador D. Guilherme Ricardo tomba na batalha de Ourique. Depois o novo mestre franco Hugo Martoniensis combate por Santarém e edifica em seu tempo a igreja da Alcáçova em Santarém, sede da Ordem. Aqui repousa junto com o seu construtor Pedro Arnaldo, conforme lápide visível na fachada sobre a porta.” Este Hugo é proveniente da Dordogne e será o último mestre franco do sec XII em Portugal, daí para a frente, serão portugueses.


Na 3ª prancha destacamos Gualdim Pais como cruzado na Terra Santa e o seu papel na defesa de Thomar a quando do Cerco de Almansor em 1190. Na quarta prancha falamos dos capitéis da Charola e da Lápide em Santa Maria dos Olivais. 

Na quinta, falamos do assassínio da Ordem e dos Relicários de Gualdim. 

Finalmente na sexta, falamos da Rota Templária nascente e de terras a juntar como Montalvão (aonde nos deslocamos na comemoração do óbito do último mestre português do Templo, juntando terras templárias ainda não membros, como Jerez de los Caballeros, vizinhos, de Espanha.





(14) Sequencialmente à parte documental, apresenta-se outra de natureza pictórica onde essas cores constituem formalmente a mancha predominante, por quem as absorveu subliminarmente vivendo na região.Obra de matriz expressionista -figurativa e abstrata- onde se expõem estados de alma e sentimentos. E sendo telas criadas por uma artista plástica - Carla Marina - que afirma “solidarizar-se com a sua natureza” associa-se-lhe também, pontualmente, a cor da pele no seu assumir de uma afirmação da Mulher dentro e fora da Ordem, ontem como hoje.”

São ao todo 16 quadros…tantos como as faces externas da Charola templária!                                    -E de tudo isto damos conta num magnífico catálogo de 70 páginas  produzido para o efeito pela Amazon…

No ano seguinte apoiamos tb uma expo de Carla Marina um mês em Vincennes junto a Paris, terra tb templária por suas memórias: exibição de uma porta vinda do Templo de Paris para seu castelo aqui e por outro memória dos primeiros mártires templários supliciados na floresta anexa a quando das perseguições de Filipe o Belo. Eram 10 quadros sobre a afirmação e luta da Mulher, no quadro das trocas culturais entre cidades geminadas. Dela afirmou o Office de Tourisme local na ocasião: “ une artiste qui transcende ses émotions dans chacune de ses toiles en de magnifiques explosions de couleurs”...

Um ano depois -já em 2023- apoiamos a artista tb na ida a  norte de Itália numa grande expo de 5 meses em Rovereto sobre Direitos Humanos  para onde fora selecionado um dos quadros da artista sobre os direitos da Mulher, ùnico português num âmbito de 30 e tal países representados. 




(15) Expo das 2 Madalenas - a Pecadora e a Apóstola - na igreja templária de Tomar

Tudo começou em 2016 DC: naquele tempo fui convidado juntamente com outras pessoas, na ocasião dos trabalhos de melhoramento da igreja matriz de Montalvão, para observarmos as lápides visíveis em seu solo na demanda de vestígios da sepultura do último mestre da Ordem do Templo, passado à Ordem de Cristo e aqui referenciado  segundo as crónicas.  A mim o que me suscitou desde logo enorme atenção foi a imagem de SMM ali presente!                                                             Pela sua originalidade e raridade: ostentando um livro dos Evangelhos na mão esquerda, tão perto da concepção primeira do cristianismo primitivo de um Hipolito de Roma (170 -236) bispo e teólogo,  que a apelidou de Apóstola dos apóstolos e tão longe da  imagem de uma Madalena pecadora como eu a conhecia em Tomar com um vaso de óleos aos pés.                                                                            Acontece ainda que há apenas 4 meses antes o papa Francisco a redefinira como Apóstola pela primeira vez, o que a coloca(va) no centro das atenções desde logo… assim, comecei a pensar numa oportunidade para expor as 2 Madalenas,  esta e a de Tomar, lado a lado em confronto pedagógico de versões: tal veio a  acontecer em 2019 na igreja templária de S.Maria dos Olivais em Tomar aonde a imagem se deslocou (por 3 dias) acompanhada por seu pároco .

Junto ao altar aonde foi exposta, encontrava-se um texto abordando o tema de quem foi S.Maria Madalena.

Nascida em Magdala, cidade piscatória da  costa ocidental do Mar da Galileia, Seria de família abastada, por sua independência e bens com que auxiliou os apóstolos.(Lucas, 8,3). 

A identidade de Maria Madalena, contudo — ao longo dos séculos — confundiu-se com a da pecadora anônima, mulher que lavou, ungiu e secou com os cabelos, os pés de Jesus na casa de Simão, o fariseu (no Evangelho de Lucas 7.37-38) e também foi identificada com Maria de Betânia,, que no Evangelho de Mateus (26.6-13), unge também a cabeça de Jesus com um valioso perfume.

Devido principalmente às homilias de São Gregório Magno generalizou-se a ideia de que as três mulheres eram uma só pessoa. A Legenda Áurea no séc XIII vai fixar a estória e biografia da santa , a partir dessas homilias..

--- Mas não existe razão na Bíblia para acreditar que eram todas a mesma pessoa. Maria Madalena não era a única mulher que seguia Jesus . Este era o fundo da questão ainda na época quinhentista , em pleno concílio de Trento : uma ou mais Marias ?..

Aliás a referência a Madalena “com 7 demónios” (16.9) foi acrescentada ao Evangelho de Marcos -o mais antigo- que terminava em 16.8, segundo especialistas biblicos. Esse final longo foi depois transcrito por Mateus e Lucas… Mas a moderna exegese desmente essa identificação. Nas últimas décadas, esta imagem foi revista pela Igreja. No seguimento do concílio Vaticano II , em 1969, os predicados "penitente" e "pecadora" foram excluídos da seção dedicada a ela no 'Breviário Romano'. Isto eliminou um estigma que havia sido acentuado por ocasião da ContraReforma, e do concilio de Trento.


(16) A representação iconográfica de Maria Madalena


-O estigma que pairou sobre Madalena, manifestou-se, inclusive, ao nível da sua iconografia, De um modo geral, Santa Maria Madalena aparece representada com o atributo mais conhecido do pote dos óleos com que terá ungido Jesus, como se poderá ver olhando a nossa Madalena da capela gualdínica , com o pote ou vaso de perfume aos pés…



 A relevância da imagem existente na Igreja Matriz de Montalvão

Mas o principal atributo da imagem de Montalvão, de Santa Maria Madalena, é o livro de Evangelhos exibido na mão esquerda, ilustrativo da sua condição de “Apóstola dos Apóstolos”, segundo a já mencionada denominação . Trata-se, de uma raridade, apenas com paralelo, com uma escultura em pedra eventualmente quinhentista e da oficina de Coimbra, existente no museu Machado de Castro, de autor anónimo.

O principal detalhe é a apresentação do livro em si mesmo, em detrimento do pote de perfume.

Assim, constata-se a existência em paralelo temporal das 2 versões . A do frasco de perfume e a do livro… mas com predominância esmagadora , no que se conhece de obras, da versão da pecadora… reflectindo as mentalidades da época.

Na imagem de Montalvão, embora dissimulado à frente, também apresenta a cabeça semi-coberta pelo manto, contrariando assim a imagem dos cabelos soltos e a descoberto da mulher pecadora , habitualmente presente na pintura respectiva de época.

Relevante, em termos, eventualmente, de datação da imagem, as vestes da imagem de Montalvão são rematadas na zona do pescoço, com mais visibilidade, e nos punhos, com uma gola ou rufo encanudado ao estilo da época renascentista (séc. XV e XVI).

Os primórdios do culto a Santa Maria Madalena, em Montalvão:

No levantamento paroquial realizado por Frei António Nunes de Mendonça (vigário de Montalvão,1758) é mencionado um altar dedicado a St. Maria Madalena, presumivelmente existente na desaparecida capela dedicada a São Marcos, de onde a imagem mostrada na Igreja Matriz,(datada de época medieva, fins do sec XIII) poderá ser originária.

…Como assinalável coincidência o facto da imagem de Madalena repousar entre colunas salomónicas, em seu nicho junto ao altar mor ...sendo que o último Mestre da Ordem do Templo de Salomão (D. Frei Vasco Fernandes ,depois comendador da Ordem de Cristo em  Montalvão, onde viveu os últimos anos de vida, após a extinção da Ordem Templária ) tb terá sido sepultado bem perto no altar mor , segundo a tradição...

Mas olhando de novo e pedagógicamente para a nossa Madalena de S.Maria de Tomar na capela gualdínica vejamos um pormenor ou detalhe intrigante...um sinal ou mensagem velada eventualmente aqui deixada talvez pelo último templário perseguido da nova Ordem de Cristo (daqueles- dos velhos partidários- referidos como pastores furtivos da Mata na obra  Lusitânia Transformada)...talvez o que assinou DP (Diogo Pires?) nos frescos dos primeiros claustro conventuais (Henriquinos)  conseguiu deixar  nesse mesmo Quinhentos,   no Panteão dos Mestres,  a sua  mensagem nas mãos  de S. Madalena de mãos  postas, significativamente  colocada na capela templária …Se repararem olhando de baixo mas com sentido elevado verão o sinal: as suas mãos desenham uma fechadura-sinal da chave …ali colocado (disfarçadamente) e só visível  de certo ângulo …

Hoje com a reunião das 2 imagens de Madalena cumpre-se a Mensagem!

Madalena é a chave ...entre o Alfa e o Omega !

É através dela que se refaz uma ligação perdida (há muito) entre terras templárias, todas comendas de uma mesma Ordem ...a do Templo ! Com a sua vinda a Tomar , assim se unem Tomar e Montalvão, a terra do primeiro mestre aqui sepulto , Gualdim Pais, com a terra do último mestre, Vasco Fernandes ali sepulto! O alfa e o omega em terra portuguesa...assim se refaz e pratica tb a Rota templária actual...com esta expo!

Madalena, ela , é o veículo dessa união / transformação em que ela própria se transforma , na imagem iconográfica, através de seus atributos : Do Vaso da pecadora ao Livro da Apóstola ! A Nova Madalena ! Hoje redignificada pelo Vaticano  !Madalena exige hoje um novo olhar! Para crentes e não crentes!    A ver e pensar …





(17) Uma contribuição para a história e ficção ligada aos templários e à sua Rota:

um novo livro “Thomar-Do vale da paz ao monte do Templo (De Eyreia a Sophia)”


No âmbito dos 850 anos dos forais de Tomar, Ozezar e Pombal (1174-2024): apresentamos uma perspectiva de Thomar nos finais do século XIII. Um encontro com a vida da sede templária ao longo de um fim de semana, uma viagem exterior e interior, o mais abrangente e detalhada possível, com visualização do burgo através de reconstituição inédita pictoral da época.

Um espaço e um tempo que são nossa identidade, através da descrição dos campos e das culturas no termo em tempo de lavras e colheitas, azeite, vinho e a descrição dos ofícios medievos comuns a suas ruas e seus cultos, identificando afinidades regionais, aumentando o conhecimento da marca templária, dando-lhe um valor acrescentado. Um vero mergulho na época, de que sereis testemunha e tereis experiência no Caminho.





Trata-se de uma peregrinagem por altura do são Martinho à vila de Thomar e seu termo: uma viagem de 3 dias em que  cada capítulo relata um território percorrível a pé  durante as horas diurnas de 1 dia…

Em subtitulo (parêntesis) : Eyreia e sophia tem um significado simbólico: 

primeiramente os campos prontos a lavrar (célticos)  segundo o historiador José Mattoso, mas tb raiz nominal  greco-bizantina  desses séculos de lenda e cultos orientais trazidos para ocidente. Por sua vez Sophia faz referência à sabedoria divina dos cavaleiros do templo salomónico …conhecedores profundos da Biblia .

É preciso desvendar o espírito de época em que tudo é simbolo…

Onde se afirma que o passado tb está dentro de nós….. e se apela às Memórias   e   aromas  …das Moendas e lagares.

Um percurso esforçado- recolhendo  elementos de desvairadas fontes mas credíveis- não especulações - daí as 500 notas ou mais necessárias para fundamentar ou discutir asserções  ditas…mais exatamente são 515 como o número do mensageiro divino de Dante!

Incluso  memórias de infância e experiências pessoais intemporais- como o possesso… um longo período  de reunião de coisas dispersas- arqueologia de emoções perdidas!


Mais generalista do que especialista, delineando com paixão o produto, aqui o apresento nas suas linhas principais: na introdução e dando uma base cientifica para a época, apresentam-se os personagens mais conhecidos do tempo e seus pensamentos, uma idade de experimentação e do primeiro renascimento; o séc XIII na Europa e em Portugal, o casal real D.Dinis e Isabel de Aragão, a ação dos Bernardos …o Templo salomónico nos forais - 1286 um ano charneira em que o rei visita Thomar…


(18) 3 dias em 1286...


1º dia  -imersão na floresta do Sangral- assim apelidada pq é a nossa floresta central por homofonia simbólica e real- pois é também região de atuação e vivência dos cavaleiros da Demanda !

E citando : “Uma sensação forte e deleitosa nos envolve ao olharmos os raios de luz, que o vento subtil agita, escoando-se por entre a folhagem agora densa , enquanto desvairados pássaros de belas plumagens, saltando de arbusto em arbusto, cantam aprazíveis e angelicais trovas que nos maravilham, apesar de não sabermos ainda a linguagem das aves, como San Francisco, que as escutava como a santos doutores...Neste caminho espantoso, orla entre dois mundos, buscando as pegadas de Deus, olhai em redor, a terra harmoniosa, vero evangelho natural, onde cada cousa é expressão do Verbo oculto - verdade velada -excitando a humana atenção: aqui andou a mão direita do Criador, traçando como em pergaminho iluminado, sinais e avisos para nós conhecermos”... 

Onde se fala de viajantes-almocreves e peregrinos, o albergue do Templo, a aparição da besta demoníaca no matagal, …um tempo de lavras nos casais - hortas e casas,  a procissão dos bêbados no tempo do vinho novo e a aproximação  à várzea fértil…onde labutam escravos mouros.

2º dia-a entrada na vila -albergarias- e o chão de pombal, o campo de feira, o regateio e as trocas, as moendas e lagares , as ruas dos moinhos e corredoura, 

os ofícios e os  açougues- os judeus e seus cultos. Citando de novo: “Vamos pois reconhecer o recorte imutável do rio e dos montes, ver os chãos e almoinhas, que o homem fez frutificar com suas bondades, entrar no casario e falar com seus moradores conhecidos: João Tuiseu, Calça Perra, Mestre João Fernandes. Provar o que comem e bebem, observar as mézinhas que tomam, as rezas ditas, os sons e cheiros, as sombras de um dia (ou fim de semana) de descoberta permanente e extática! Percurso encantatório onde todas as emoções e prodígios são ainda possíveis”...

Passemos ao 3º dia-manhã-- a subida ao castelo, a alcáçova e cozinhas, a torre menagem e o reduto dos cavaleiros - o herbolarius e as poções, a Charola e o capitulo, a almedina, o físico e as donas.

3º dia tarde- aquém da água - S.Eyreia-e SanFins ou a viagem dos cultos…

 S.Maria dos olivais  e os mestres sepultos, a reuniao do concelho, a visita de isabel a seus gafos em santo André … e finalmente a caminho de Dornes,  onde o espera um enigma salomónico a resolver com simples palavras, testando os conhecimentos aprendidos…


(19)   -Antes do Conclusio o livro contém um desdobrável mostrando mais em detalhe a urbe de Thomar no séc XIII com sua vila de baixo e vila de cima , ilustração que teve a colaboração a aguarela da artista plástica Carla Marina.  

E na conclusão se parte da Biblia para avistar o futuro da Rota Templária Europeia:  

Lê-se em Zacarias (14:16), o penúltimo profeta bíblico (que incentivou a reconstrução do Templo),  que no futuro haverá uma imensa Festa das Tendas para a qual são convidadas todas as nações.  E no 8º dia da festa das tendas se ergueu o Templo de Salomão...ou  a tenda de pedra de Tomar, a Charola oitavada, evocativa do 8º dia!

Assim se cumprirá a Rota do Templo: Quando todas as nações desta Religião festejarem (eventos) em comum em suas sedes jerosomolitas!






Termino : Não a nós mas a Eles (Templários) a Glória !