5.1.24

Crónica do ano 23

  


    

Este foi o ano das comemorações do VII  Centenário da passagem para a Glória do último mestre da Ordem do Templo , Don Vasco Fernandes, falecido em 1323, enquanto comendador da O.Cristo em Montalvão.

Um exemplo de transição  pacífica em Portugal, entre uma Ordem e outra, naqueles tempos áureos e  dionisinos, ao contrário de em outros países onde também existia a Ordem.

Este cavaleiro com origem no Entre Douro e Minho , como seu irmão, uma terra onde a Ordem começou, junto às vias de acesso a Compostela, enquanto também faziam assistência a peregrinos ( tal como no Oriente era sua função primeira) foi iniciado na Ordem, por seu tio (provável) D.João  Fernandes e foi feito mestre em 1295.

  No sábado , 22 de julho em Montalvão realizou-se a sessão  evocativa  O primeiro Orador foi Joaquim Nunes, presidente da Associação Cultural  Templ'Anima de Tomar, e membro do Conselho de Administração da TREF , que fez a evocação de Maria Madalena,  a Apóstola, segundo a nova nomenclatura do Vaticano e aqui presente em imagem original e única  nesta igreja de  Montalvão, sendo este o seu dia litúrgico. Destacando este facto, concluiu que uma terra também se  promove pela sua imaginária patrimonial.

Seguidamente sobre a vida do Mestre e da Ordem falou especificamente o presidente da Comissão  Científica portuguesa, dr.Ernesto Jana, com o recurso a mapas cronológicos e imagens monumentais ali projetadas.

Acerca das influências compostelanas presentes na lápide tumular,  única  possível de atribuição ao mestre Vasco Fernandes na igreja de Montalvão:  referimos  aqui a heráldica dos Fernandes segundo a imagem do livro do Armeiro-Mor (de 1509 a mando de Dom Manuel,  por João de Cros )   onde se refere Diogo Fernandes , nobre galego, conde de Portucale ,  séc XI e sec XII, conde de Guimarães, onde estão  presentes as vieiras . Quanto à lápide que se mostra da igreja matriz de Montalvão –onde descansa o mestre segundo as crónicas- anotamos que o hexafolio ao centro, está presente em várias  cabeças de sepulturas medievas em Tomar Quanto às vieiras : são o símbolo de um peregrino que regressa a casa do Pai , a Compostela- campus stella- campo de estrelas (ou via Láctea, a que todos pertencemos, com a Terra) – Dom Vasco Fernandes, companheiro de lutas com Dom Dinis e de  processos de paz: presente nos  acordos de Alcanizes, para definição de fronteiras.

A propósito, acaba de sair um livro de um ilustre montalvense-Luis Gomes- sobre este mestre. A ler !







Estiveram presentes no evento os coros de Jerez de los Caballeros  e  Canto Firme de Tomar . De notar a ausência do tb tomarense T.Honoris (tão omnipresente e avisado) mas que vestindo sua indumentária templária , prefere fazer presença em inauguração de hotéis…(será este um dos tais “  detalhes que  fazem a sua diferença” ?) ...e ser “cenário “  de um Grupo excursionista e “influencer” a querer meter-se em todo o lado, o dos  pobres Cavaleiros (sem cavalo)! .

No que concerne ao T. Militar , prossegue a sua saga desenvolvimentista assessorando a CIM Medio Tejo no que chamam um projecto piloto de âmbito nacional (!?)... mas afinal quem pilota aqui o quê ?...é caso para dizer tão novos e já pilotam (!) ,estes” líderes” de opinião!...Na sua óptica  de “estruturação” (ou será desconstrução?) de uma rede temática templária vão ampliando-a até com duplicações  estranhas. Por exemplo na Listagem de terras templárias anexam a  região do Foz  Coa…que não sei se alguém encontrou algum templário “grafitado”  nas rochas ou se é por causa de Muxagata que historicamente pertence à  comenda de outra região (Longroiva/ Meda) que tb está  na Lista e não pode estar portanto em 2 referências em simultâneo!  Também  inventaram na listagem de câmaras a abordar o Município de Idanha a Velha que evidentemente não poderá responder pq simplesmente não existe actualmente : só há uma câmara das Idanhas e é a Idanha a Nova ! 

Será um produto “templario”  diferenciador ou confusionista : que visa abranger uma salada de municípios (como Abrantes e Torres Novas) que tem a ver com outras Ordens ou eram régios !...No fundo, provém de um fundo (a-histórico) de “expertises” politécnicos, incluindo o homem que perdeu as eleições…E rematam que está previsto a sua divulgação no espaço europeu e internacional (outro?)... Na realidade o que se passa é simplesmente uma  forma de integração na Rota Europeia Templária , por exigência burocrático-financeira oficial , pois é impossível na fase actual, aderir à TREF, cada município templário português um a um , pelo que é preciso agregá-los  num colectivo associativo e depois sim fazer essa integração…coisa de que já se fala e sabe desde o episódio da Troika !  


Já nos bastava uma funcionária  autárquica  que confunde o tempo longo de Braudel com o  tempo longo dos cozinhados: arrolando na listagem de eventos templários um concurso de cozinha da TV realizado num jardim do burgo (omitindo outros, o que demonstra uma certa parcialidade) …ela que avalia eventos…nem distingue a dança arábica oriental de  outra arte ocidental !! (relembrando uma cena/ diálogo passado junto ao  NAC/Tomar) !


POR TOMAR INTERNACIONAL NA CULTURA E NA ARTE !

A nossa associação – Templ’Anima - também   colaborou na preparação da candidatura ao evento de arte contemporânea em Rovereto (norte de Itália, provincia de Trento) no Human Rights-Hope da AIAPI –Associação Internacional de Artistas Plásticos de Italia, único partner oficial da UNESCO no campo das Artes Visuais.  Evento internacional que decorreu desde 2 de junho até 2 novembro deste ano , onde participaram 38 países de vários continentes , sendo a tomarense Carla Marina a única portuguesa selecionada para esta mostra, por 5 meses, cuja duração é bastante excepcional.





Trata-se da maior exposição mundial de arte contemporânea dedicada aos Direitos Humanos, cujo curador, o Dr. Roberto Ronca, sabe fazer brilhar as obras dos artistas e potencializar a sua Arte. Conforme as suas palavras: "não damos prémios pomposos, mas a oportunidade de mostrar o talento de modo direto ao público... deixamos a aparência para os outros, nós somos a essência "!  Uma expo colectiva organizada em colaboração com a Fundação Campana dei Cadutti, sediada no norte de Itália, que propaga os Direitos Humanos, segundo as metas e objetivos da Agenda 2030 da ONU. Evento único no mundo , já na 17° mostra internacional e cuja vernissage decorreu no dia 2 junho. 



Este evento foi noticiado em primeira página pelo jornal Cidade de Tomar, mas houve quem deixasse cair a informação , enviada atempadamente, colocando-a em pendência permanente (portanto invisível)...como foi o caso de um site dedicado a Tomar, cuja motivação  ignoramos: será que o seu autor pensa que trabalhamos para a Câmara (em demasia, para o seu gosto?!)...a verdade é que não somos assim tão subsídio dependentes como outros ; se fomos à vernissage a Itália, cada um pagou a deslocação do seu bolso. Em vez de propagar uma artista da terra - cuja obra inclusive esteve este ano nos Corredores da  Assembleia da República  em Lisboa - ele prefere publicitar meias em plena Festa dos Tabuleiros…ah grande defensor da terra ou melhor das águas !


Para terminar , quanto a  este novo ano que começa - 2024  - e continuando na senda da exaltação da Urbe templária : propomo-nos  comemorar e destacar os 850 anos dos Forais de Tomar (II) e de Ozêzar .