22.10.14

II - Afinal,quais são as origens e o que representa Santa Iria ? (Continuação)



Na imagem acima, Santa Casta, uma das tias de Iria, outra santa bem modernizada agora com um "new look"  (repintada) que esta' na igreja de Almogadel, perto de Tomar...
Interrogamo-nos hoje, na continuação desta estoria, se nao terá  viajado  santa Iria, entre Tomar e Santarém, sim, mas em sentido contrário ao da lenda e pela velha estrada romana, com os cavaleiros do Templo provávelmente...

2- A proposito da descoberta de Thomar, a abandonada...
E descendo os cavaleiros contra poente ali descobrem outras salas com seu pavimento ladrilhado de tijolos e, por uma abertura no terreno abatido, ali vêem umas criptas ou casas subterrâneas abobadadas (vide J. Sousa,1903),talvez sistema de aquecimento de um “balneum” (termas)com paredes espessas e cadinhos de grés...(até porque a norte avistam uma grossa conduta de agua que vem do rio, semelhante á de Conimbriga).
Próximo, viam-se ainda restos de outras casas, em volta de um pátio interior, quadrado, como era comum  nas ricas casas romanas (do Norte de África, Coimbra ou Torres Novas) com fonte ao centro; também na Andaluzia...
Mas a invenção (achamento) mais singular - foi segundo parece - ali a de 2 lajes de pedra mármore com inscrições...
                                                 (INTERMEZO)
-Aqui o 1º Sábio  interroga-se : - Mas que pedras eram aquelas?
Possivelmente, simples aras votivas aos deuses,  junto às termas ou curso de água, como era costume entre os romanos.. há indícios de possíveis templos ou santuários na zona, dedicados  a Marte e Vénus...daí a mosteiros dúplices, só devido a imaginações lácteas, como aquelas que inventaram o Campus Stella... sempre à procura de  “exempla”, para suas pregações!
Perto, encontrou-se também um medalhão (de pedra) em baixo relevo representando um touro votivo igual ao encontrado no verso de moedas de Augusto e Tibério.

2º Sábio-...Embora também pudessem pertencer à cobertura de urnas, com seu resguardo de telhões, à maneira de templo, como também era usual nas famílias ricas : foram encontradas 2  sepulturas cobertas romanas  perto do Forum... possívelmente  alguns Edis sepultados junto ...
E tal  como aconteceu na região de Bezelga,onde se encontraram (além de uma calçada de mosaico romano,com nós de Salomão...) umas 7  dezenas de ossadas da época romana, junto a um cipo,várias “pedras com letras”  e 2 moedas datadas: sendo o achado atribuído aos santos mártires donatistas norte-africanos (sec IV)  do abade Donato (fundador na região de Valência do mosteiro de Servitanum) e seus 70 monges errantes ,pobres e vagabundos, também chamados do “Circumcélio” (neste caso ,talvez por afinidade: Circum Sellium - realmente perto de Sélium!)...aqui mãos piedosas, julgando-se perante santos despojos cristãos, ali resolveram erguer uma espécie de capela funerária de contorno quadrangular, com seus arcos e cúpula redonda (tipo martyrium) sacralizando e aformoseando o lugar... Aliás por todo o País, muitas lápidas de cidadãos romanos deram origem a ermidas ou serviram de pedra de altar de igrejas cristãs posteriores!
E, para reforçar este ambiente “sacro”, foi encontrada ali na margem alcantilada do rio, uma gruta natural, de cujos paredes escorria água, convertendo-se o lugar desde logo em centro de veneração (porque misterioso, como qualquer gruta: muitas vezes santuários femininos) criando fama ali as àguas de serem milagrosas, curadoras de doenças (se já não o eram antes, na memória moçárabe da região)...

3º Sábio:- Mas  voltando às tais lajes - que inscrições conteriam?
A tradição fala-nos de uma Casta e uma Júlia... Na hipótese de ter sido aqui  encontrada (entre outras ) aquela ara votiva a Pietá - abstração divinizada do panteão romano - dedicada por Valério Máximo e suas filhas (depois colocada no Castelo)...seria esse o nome das  filhas de Valerio? ... Culto flâmine também presente junto a Mérida e semelhante ao gesto de Tibério no ano 43 em Roma, dedicando também uma Ara Pietatis Augustae, com seus relevos onde são visíveis cenas  sacrificiais e processionais com carneiros e touros. Aliás a  imagem de um  touro em relevo numa pedra... jaz colocada, como sinal, na casa de Iria sobre o rio!...e a reforçar , existe uma moeda de Cascantum, do tempo de Tibério,com imagem semelhante...encontrada na zona.
Mas ,vejamos os nomes:  por outras pedras encontradas em Bobadela, Oliveira do Hospital, junto à  via romana frequentada por Valério,  sabe-se da existência coeva de uma tal Júlia Modesta , dedicante também de Aras a Pietá (culto familiar?) e com parentesco assinalado aqui na região, em S. Pedro Cast(r)o  : numa lápide que refere uma Antonia Modesta e uma Antonia Máxima... (Coincidência significativa: este epíteto de modesta  é uma variante de casta,entre outros significados,na lingua de Roma!)...
Aliás,se estes nomes aparecidos em vários locais correspondem ás mesmas pessoas,que comprovadamente  se  deslocavam amiúde,  então o rasto de Valério Maximo acaba em Coimbra ,onde se regista (vide Hubner)o seu epitáfio com 80 anos,á volta do final do século (podendo  portanto não ser este o conhecido cronista acompanhante dos feitos romanos)...
 
4º Sábio -Quanto à tradição existente duma  Stª Casta,freira, esta é mais tardia e não coeva.  Trata-se de uma popularização de um culto trazido para aqui pelos franciscanos da Umbria/Italia a Stª Rita de Cassia,mui popular desde sua morte  em 1457. Isso é visível no Almogadel, onde a imagem em hábito daquela patrona,é tratada no local  por santa Casta (popularização  de  Cassia)... Também próximo, temos o loco da Ave Casta ( primo castro romanizado e depois herdamento medievo de clérigo,com seus algares belos e misteriosos) certamente personificação do Paracleto : a pomba branca do Espirito Santo,mais a norte chamada de Stª Comba(de Columba).. aqui talvez memória rural romana de estatutária evocativa de Artemisa,a Casta (também representada por pomba).
Aliás na lenda de S. Iria,impressa e fixada pela primeira vez , nos breviários de Braga (1494) e de Évora (1528), portanto posteriores á morte de Stª Rita, abundam os  derivativos : Cassia, Casta, Castinaldo...
Cassia é omnipresente na região:  como mulher do governador, ou como mulher de funcionário romano na lenda de stª. Cita, pretensamente atribuivel à época imperial - sempre afinal em lugar de destaque - tão importante como foi no seu tempo a 2ª lei Cássia (43 AC) para a promoção dos plebeus a patrícios... o que também pode ser uma das memórias gratas aos municipes com assento no dito!
                 
A bela imagem quatrocentista de Santa Casta de Almogadel ,que "os filhos da terra" em 1983 resolveram  remodelar junto com  sua capela antiga , já que arruinada e fartos da ausencia de  apoiois oficiais ...(para o caso da imagem devem ter-se socorrido de algum pintor local...e talvez uma esteticista...) a culpa nao e' deles, face ao resultado actual ...o new look !

5º Sábio- Noutra hipótese, haveria junto ao rio alguma inscrição pétrea, fazendo referência à construção do espesso muro de cantaria ali erguido pelo acampamento militar romano denominado em latim: Castra Julia, por oposição a Praesidium Julia que significa guarnição ou praça principal (esta sediada em Scalabis O que também é coerente com a memória dos povoadores que referem aqui: uma fortaleza  e coincide com os sinais no terreno: paredes espessas de  dois pés e a assinalada presença de Maximiano, o construtor de muralhas  .  (conforme o miliário).
No Duzentos,quando se dá também a invenção do rio Nabão (antes rio Thomar) afirma-se num manuscrito “ sive Nabão fluvio,qui fluit justa castrum de Thomar”
É provável pois, que este conjunto de circunstâncias locais e temporais, fornecesse assim material para a lenda posterior de S. Iria e de suas “tias” Júlia e Casta .
Não esqueçamos que até Compostela, nasceu da lápide de  um simples cidadão romano! A peça mais jacobeia que existe é afinal uma ara romana (dedicada a Neptuno) onde se começou a dizer , que ali se amarrara a barca do Apóstolo...e que  depois, por isso, serviu de base a altar cristão no sec VI  em Stª Maria de Iria (Padrón)... Enfim, na época quaisquer letras latinas/romanas na pedra,excitavam as imaginações dos clérigos( e não só) medievais... sempre na demanda de santos em terra, monstros ou sereias no mar e dragões no ar! (hoje ainda há contudo  sinais intrigantes a serem considerados (por alguns letrados e não só) de origem extra-terrestre...mas geralmente sem carga divina...
   Coincidentemente... noutra região também de actuação histórica da Ordem do Templo, em Fonte de Arcada /Penafiel do vale de Sousa  - mais própriamente no Monte Mozinho, veio a ser “cristianizada” uma outra construção  tumular, com aras aos deuses do panteão   romano; e por ali serem encontrados muitos pesos de tear, certamente, se  criou a lenda de ser aquele o local da vida e martirio  pelos godos – no Cinquecento -  de uma tecedeira cristã chamada Iria.

6º Sábio- Mas aqui (Tomar), pela proximidade sabida de um mosteiro ou igreja  (de Sélio, de que trataremos adiante) se deu a invenção de uma Santa Iria, freira degolada - na tal gruta milagrosa - e atirada rio abaixo, a que  associaram Casta e Júlia como “tias” também freiras... criando-se assim a fama de ter havido cá um mosteiro dúplice, segundo a literatura legendária das Astúrias, pródiga em fornecer biografias  e nomes dos quais mal se conhece o lugar ou data de existência...
Mais próximo da verdade talvez o rimance popular, que em terras do Templo- como Santarém e Monsanto- canta Iria  levada por um cavaleiro... Efectivamente ao próprio Templo não seria desagradável , já que obrigados a perder Santarém, tão duramente conquistada  (sua sede) e transferidos para aqui de armas e bagagens, terem trazido consigo também o culto famoso da santa, criando aqui outro polo aglutinador de  gentes em torno daquela tradição. Terá  viajado a santa, entre Tomar e Santarém, sim, mas em sentido contrário ao da lenda e pela velha estrada romana, com os cavaleiros do Templo provávelmente!...      Verdadeiros cavaleiros “irénicos” , se atentarmos também naquele outro sentido: de se “entenderem”,  conjunturalmente, com outros povos do Livro...

E disse o 7º Sábio-  O que acho significativo , é que mais tarde com a queda da memoria do Templo , se desse também a “queda” do brasão original do burgo (que contava a estória do martírio de Iria em 4 quarteis) restando só a imagem da santa, certamente por pressão popular, se tivermos em conta, certas discussões camarárias no fim da Idade Média, sobre o Selo da Vila.
Depois deu-se também descaminho às lápides originais, fabricando-se uma nova “lápide conjunta” que explicava serem Casta e Júlia tias de Iria, “justificando-as” assim... Na escrita em pergaminho, costuma-se chamar a isto, um falso...

(selo do concelho de Tomar, no sec XIII, sg. nossa reconstituição, a partir da descrição de Pinho Leal)

-E o 8º sábio rematou :  “Descaminho”  que também aconteceria às próprias sepulturas dos Mestres da Ordem na época do tristemente célebre Frei António  o “nosso” Filipe, o Belo(!)... feitor de autos de fé a vivos e mortos, livros e pedras (!) - cujo irmão (Moniz) andou na fabricação do convento quinhentista  das Clarissas, ali onde era memória de Iria...

(Entretanto Gualdim regressa a seu  primeiro dia tomarense ... prosseguindo pelo carreiro ermo, que ainda vence a vegetação que o rodeia, outrora rua concorrida ,de norte para sul) .
À distância de um tiro de funda ,descobrimos  sinais de presença humana diferente, a avaliar pelas lápides encontradas: de lavor figurativo com desenhos geométricos gravados, cruzes gregas, rosas de seis fólios, palmetas estilizadas, cachos de uvas simbólicos (tal como o vinho se liberta da uva, assim a alma se liberta do corpo... eis a vinha do Senhor)... estávamos  pois agora em zona goda e cristã!
E mais a sul,  entre silvas e urzes, velhas paredes derribadas e uma cruz de ferro. Eis um mosteiro ou abadia cristã!... E senti  uma emoção forte , olhando aquele campo santo. Houvera alí, sem dúvida,uma igreja tipo basilical com seu poço batísmal a sul e  outras construções, certamente humildes, casas quandrangulares, místicas de pedra calcárea e madeira: ainda se viam sinais nas paredes dos encaixes de grossas traves, de carvalho porventura... talvez oficinas, cozinhas ou celeiros e currais, onde os monges guardavam seus carneiros...
Paredes edificadas sobre estruturas /antigas romanas aproveitadas e mais lápides e ossadas paleo-cristãs,tendo junto aneis,colares e até moedas ... tudo,  no chão  que  vai da frente da igreja até ao rio.  E me chamou a atenção uma moeda do imperador  cristão Constantino, com 2 soldados em pé olhando-se  de capacete e lança apoiando-se nos escudos...Ah aquela  universal milícia  que vamos ressuscitar!
 ...E enquanto os nossos  se dessedentam da jornada, num ribeiro de Canas que ali passa junto à igreja a sul  ...entretanto,  medito, imóvel, de pé, a mão  direita no punho da espada, enquanto meus lábios murmuram um Pater pelos irmãos que alí viveram e morreram... Ah,como seria belo aquele tempo, em que o cântico do Kheroubikan se elevava ao céu como “per fumum” (incenso) e os monges rezavam na postura antiga - de pé, braços abertos - enquanto o ostiário avançava para o altar, com os vasos sagrados, sobre um tapete de ramos e flores... Depois, quantas portas estouradas, quantas profanações, cripta devastada, a cruz derribada e substituída pelo crescente...a atestá-lo : uma moeda muçulmana ali encontrada datada do século oitavo e a ceramica escura :púcaros de barro e potes com asas,de bordos com perfis de secção triangular ( datada de á volta do milénio),encontrada nos  arredores
                                                                         {
Segundo as memórias escritas e confirmadas , aqui se localizou, efectivamente, a paróquia de Sélio, no século VI, na continuidade da Sellium romana; denotando ser esta uma urbe desenvolvida à época . Tal o afirma o Paroquial suévico de 565, que descreve a diocese de Coimbra (governada por Lucêncio, do Lorvão) estendendo-se do Douro até Selium (pelo menos até 650) e pertencente à metrópole de Braga.
Naquele tempo foi metropolita de Braga, S. Martinho de Dume o conversor dos suevos arianos em 559 - aquele que escreveu ao rei dos suevos, as chamadas “cartas irénicas” (tal como “Formula Vita Honesta”) ou sejam:  apelos à compreensão e ecumenismo. (á letra: Irénico vem de Iria ou paz em grego). Coincidência significativa: também se encontrou aqui uma moeda de Tessalónica (Grécia)...

Documentalmente, no século XVI,o cronista Pedro Alvares Seco, afirma haver aqui  2 mosteiros criados no ano 640, um de frades beneditinos em S,Maria do Selho e outro de irmãs clarissas ,ali onde era sinal de S.Eyrea,que sofreu martirio em 653...Provavelmente uma data de conveniência,porque assim tinhamos talvez uma monja e menina virgem de 13 anos,ideal para a lenda (segundo o intervalo de tempo que medeia entre as duas datas)...
 Mas essa  afirmação sofre pelo menos de 2 erros ou imprecisões: primeiramente, se foi Martinho de Dume quem os fundou, nunca poderia ter sido nessa data concreta , pois já não era vivo , vivera um século antes!...(S.Martinho chegou à Galiza em meados do sec VI e foi nomeado bispo cerca de 561,data do 1º Concilio de Braga. A sua acção pastoral insere-se numa série rápida de reis suevos,com curtos reinados,demonstrando uma certa instabilidade temporal- vide a Crónica coeva de Joâo Biclarense)... Aliter: não poderia ali ter havido na época, um convento das clarissas, pela simples razão de que S.Clara (que  fundou essa ordem) viveu no século XIII ou  seja ,uns  seis séculos depois!...
Caso aquela estória estivesse  associada  ao tempo de Martinho...podia muito bem ser afinal expressão da luta directa havida entre cristãos e arianos , suevos e godos (recordada pela tradição anterior da Iria tecedeira de Fonte Arcada, morta pelos godos)... Recordemos o tempo de Leogivildo ,o godo, que reune um sínodo ariano em Toledo e devasta o reino suevo em 584,tomando o seu tesouro real,repositório de sua história e tradição; lutas contra Hermenegildo o filho que se rebela em Hispalis/Sevilha por questões religiosas...e a própria perseguição a Joâo Biclarense que se refugia na região de Gerona...

 Mas, segundo outros,tal mosteiro dúplice e familiar (Iria e suas tias) da regra de S.Bento,  teria sido fundado por S.Frutuoso, que de facto viveu na data assinalada, e portanto torna aparentemente, a cronologia mais coerente.
 Só que por outro , S.Frutuoso não aconselhava mosteiros familiares, antes  criticava aqueles que  criavam  por si mesmos mosteiros em suas casas e terras, com seus parentes e servos (conservando a propriedade indivisa)... “onde se levantam discórdias e até perdição de almas”...quanto muito esta estória serviria como exempla ..se atendermos a seu desfecho e ao facto de ter havido,segundo sinais no terreno, um túnel ligando os ditos  mosteiros, ficando,.segundo a estória… a igreja  noutro local, junto ao paço referido!.(em S.Pedro Fins)....
O certo da época, é a realidade debatida em concilios regionais ,acerca da permanência de concepções diversas de monaquismo e crenças não ortodoxas entre cristãos e seus pastores , como o “cassianismo” e a decadência moral , condenados no 2º concilio de Hispalis/Sevilha(619) e a denúncia de residuos de priscilianismo gnóstico, de longa tradição lusitana,  no 3º concilio de Braga (675)... as experiências de coabitação em ascese de S.Paciano...dualismos e tentativas de separação da alma de seu envólucro grosseiro ou sarcófago em vida (curiosa aquela tradição de um sarcófago que se abre no meio do rio, mostrando/libertando seu santo conteúdo)... e outras teses de ligação directa  ao divino sem intermediários ( aqui confessores assediadores,etc)...
– Havia uma tal confusão doutrinal  na sequela do arianismo  acerca da natureza de Deus- que a discussão caira literalmente na rua como se queixa  irónicamente Gregorio de Nissa  evocando “o cambista que , perguntado pelo curso da moeda , responde com uma discussão sobre gerado e não gerado; entra.-se na padaria : o Pai, diz o padeiro, é maior que o Filho, nas termas ,perguntais se o banho está pronto. alegam-vos que o Filho saiu do nada !”...

 - Mendez Pelayo afirmou  que estas doutrinas continuaram subterrâneas na Galiza até à invasão árabe. Nós diríamos que até à Reconquista!... Pois  aquando da conquista de Lisboa  vemos  nas palavras de um  bispo referir Donato e Pelagio como santos varões...
 - O certo também  é que a regra de S.Bento é  só do final do  sec VIII . S.Bento funda a sua comunidade em Aniano no ano de 782....não podendo portanto aquele mosteiro ser observante de tal Regra...aliás a primeira comunidade beneditina no território de Portugal só se assinala no sec XI, segundo A. Matoso!
 E quanto a mosteiros fundados por S.Frutuoso nas  Hespanhas , estão registados apenas o  Peonense, Visuniense, Rupianense, Complutense, Novo, Montélios e ilha de Cádis)...

    A velha estrada que passava frente a S.Maria do Selho :   seguia depois para sul, onde se bifurcava;  uma via seguia a ligar-se a Emérita por Punhete/Abrantes, enquanto a outra descia para o rio Tomar, cruzando-o através de uma ponte em corcova com seus arcos romanos, em direcção a Santarém pela via XVI –o Pio Itinerario...( ponte agora  submersa,junto a S.Lourenco)..

                                 (Continua)

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