26.4.11

Hoje saudamos as Tamargueiras em flor nas nascentes do nosso rio... afinal foram elas que deram o nome à cidade de Tomar !




Conforme se lê no  recente livro sobre O Mestre  (Gualdim), acerca do antigo rio Thomar (ou Thamara segundo os arábicos) :  É significativa  a familiaridade deste nome com o do rio galego citado na carta  do monge Duodechino, acerca da vinda dos cruzados a Lisboa em 1147, quando refere a sua paragem em Compostela:  “in portum galiciae qui Thamara dicitur”... Um milénio antes o geógrafo romano Pompónio Mela referia o mesmo rio da Galiza  por Tamaris , in “ De situ orbis”. 
Por sua vez  Estrabón   y Plinio el Viejo relacionam  o nome desse  río  com a planta que abundava  em suas margens : a  Tamarix, um  arbusto de pequenas flores branco-rosadas,   reunidas em densos cachos,  de folhas semelhantes a escamas e de cujos ramos finos se podem fazer cordas, existente em várias regiões da Penuinsula  Ibérica....
Seguindo a evolução da nossa lingua, temos a sua  referência   no primitivo selo templário do concelho de Tomar, designado por “Concilíi Tomarij”...
 Já os  galegos por outro, acabarão por chamar ao seu rio: Tambre - uma evolução específica, por queda da vogal intermédia... Atrás deste rio “ Trans Tameris”  se  formou aliás o condado de Trastâmara , em terras dos Trava, que iam até ao mar in Finnisterra...
     Ora a  Tamarix  é uma planta por nós (hoje) chamada Tamargueira. O local onde se desenvolve, geralmente nas margens de certos cursos de água, chama-se Tamargal. Perto de Tomar escontramos uma localidade chamada Tramagal( medievalmente chamavam-lhe Tarmagal). Na região de Ourém  há referencias antigas a  Tamarel e   Tomarães.
Há outras referências nas Hespanhas: como na região de Huelva/Sevilha e também junto á fronteira medieva  entre os reinos de Leão e Castela ,o vale de Támara, a uns 70 Kms a ocidente de Burgos que foi cenário de lutas (1037) e de acordos de paz (1127).
 Por sua vez na Catalunha as designações variam... tamaró, tamarell, tamarill (em Valência). 
 Em França, em  La Seyne sur Mer, junto á cidade de Toulon (a sul) há um lugar denominado "Tamaris"..onde abundava  aquela  planta,
Também em Inglaterra há um río Tamar. Já Ptolomeo na  sua  Geografía  refere a cidade de  Tamara, (actual Launceston), junto ao dito  río Tamar que serve de entrada à região da Cornualha.  .
Designação presente sob varias formas ,também a  Oriente... referida como sombra biblica de Abraão e até abrigo na legenda de  Osiris ...
     Deixando porém os “ramos” para regressar ao tronco... arbustivo:    é possivel assim, concluir que este nome medievo do rio- Tomar- (que depois deu o nome á urbe)- deve ter  origem no facto de em algum ponto das suas margens (a nascente) ser acompanhado de flora da bela família das Tamaricáceas, tal como o  rio Tejo que nasce em Espanha aí se chama Tajo devido à  abundancia do  teixo (tajo)  em suas margens...
 De facto um pouco acima de Formigais, na zona de Pelma/Alvaiazere na sua margem esquerda, há mesmo um lugar  chamado de Tramagueira - transposição popular de Tamargueira ...Aqui sem dúvida, tem portanto , grande peso  a fito-toponímia !..
A  reforçá-lo  e comprová-lo  citamos  textualmente de um estudo  recente do Instituto Superior de Agronomia, sobre a vegetação em ribeiras da bacia do Tejo “ Em rios onde a estiagem é elevada (afluentes do rio Nabão)  a tamargueira é o principal elemento constituinte da galeria  ribeirinha  ...in Revista Recursos Hidricos,vol 24,pg 84.
  ..Afinal a Tamargueira não é só ficção de telenovela…


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Outros destaques do livro  O Mestre Templario na Fundação de Portugal(edição Ésquilo 2011) 

-Uma  biografia  completa  do fundador da urbe “tamarense” onde se fica  a conhecer  toda a  familia de D.Gualdim Pais : dois irmãos (D.Vasco e D.Gomes) e uma irmã (D.Sancha).
 
-Vero livro das Horas-momentos de sua vida ...em 24 capitulos , que se iniciam  veladamente por uma frase , cujo total  na primeira metade do livro    uma versão  da  conhecida lenda local das moedas de ouro e na segunda metade dos capitulos compôem  o Pater ou oração diaria dos cavaleiros...

Tudo começa  no  alvorecer da cavalaria divina –1118…

  • Onde se fala do  Recontro de 1137  junto ao Porto Velho do rio Thomar   contra  uma força berbere do principe Texufine, subindo  até  Santa Maria de Cárquere (Lamego) arrasada nesse ano .
  • Onde se discute -  em Intermezzo -o  Templo de Recesvinto na Ribeira de Scalabidis...à  imagem da  “Santa Iris” de Clovis , o rei cristão merovingio (luminar e modelo da igreja da época)...e se fala de uma    região central de Iria à semelhança da  região irenica  galega, aqui : de Sant’Iria…AL’Iria  ou seja de Santarem a Leiria…
  • Onde se relata a comissão de serviço de Gualdim Pais na   2ª Cruzada :   onde se encontra   com Isis a  rainha -deusa egípcia-  e   com a famosa Condessa de Tripoli  cantada pelos trovadores...
  • Onde se referem as influências orientais em Tomar e arredores : as procissões festivas das primícias do pão em Tabuleiros,  à imagem  das procissões nas margens do Nilo  à  deusa Isis ,  onde  atrás do “estolista”  seguiam os portadores do pão  (sic)…e o Ritual  dos vasos de  “Cabeleiras” , a quando da entronização do Imperador, na festa anual  em Carregueiros,  como resíduo arqueo-teológico fenicio...
  • Também  referindo  a igreja da Divina Sabedoria (S.Sofia)  a par da Igreja da Divina Paz  (S.Iria) – na  Constantinopla justiniana –  ambas  igrejas  de invocação simbólica e não a santas reais, prática aliás comum na igreja oriental .  Depois personalizadas (como mãe e e filha) no 1º teatro edificante cristão conhecido, obra da monja alemã Roswita de Gandsheim, servindo á difusão da conhecida carta de S.Jeronimo ás mães, exortando-as  a serem  “sogras de Deus” (sic)!.. entregando-lhe suas filhas...
  • A Charola como espaço-cúpula  pintado de ilusão apresentando um fundo primeiro de falso aparelho  de influência borguinhã cisterciense…como em  Romain Môtier-sec XI- no Jura- (hoje Suiça). Modo de decoração singela, consistindo na imitação das pedras de construção, traçando sobre fundo claro linhas de cores diferentes , sobrepostas, representando as juntas .
  • Onde se fala da Aritmética de Boecio  presente na Charola : os números “ Parmente Par “ ou seja as potências de 2, ao centro o  8  e no deambulatorio o 16...
  • E finalmente e a  propósito do desfazer do Cerco de  1190 , apresentam-se  traços do carácter de Gualdim , sugerindo  uma sua reencarnação moderna: o soldado Milhões !