19.2.22

Acerca da vida e origens do último mestre franco templário no Portugal do sec XII


Um contributo para a história da Reconquista:

Acerca da vida e origens do ùltimo mestre franco templario no Portugal do séc XII



Na fachada da igreja da Alcaçova de Santarém sobre a porta está aposta uma inscrição que nos fala de um cavaleiro franco Hugo Martoniensis mestre do Templo em Portugal e de Pedro Arnaldo (morto na conquista de Alcacer do Sal em 1158) ambos sepultados nesta igreja fundada pelos templarios na sequència da tomada de Santarém aos mouros em março de 1147 no âmbito da Reconquista ; tendo sido libertados na altura os irmãos do Templo ali presos desde a investida de Abu Zacarias a Soure em 1144 que levaram consigo incluindo o cura Martinho Arias , entretanto desaparecido (morto em Córdoba, soube-se depois).

O Templo participa aqui decisivamente ao lado do rei Afonso, que em reconhecimento lhes doa o eclesiástico de Santarem. O que daria depois origem a uma contenda com o bispo de Lisboa Gilberto Hastings (inglês) apenas resolvida no final da década seguinte com a troca desta urbe pela região de Ceras mediante acordo bispo rei de fevreiro de 1159 confirmado por bula do papa Adriano IV (tb inglês)...

Aquela lápide que data o fabrico daquela igreja em 1154 demonstra ter sido feita portanto antes daquela troca realizada em 59 e mais : dá ambos como falecidos ao apelar para o descanso de suas alma (RIP) , deve pois ter sido feita nos anos 58/59 sg Mario Barroca (Epigrafia Medieval Portuguesa, vol II, 1995.)



Sendo a região de Ceras recebida pelo já mestre português D.Gualdim Pais , interessa-nos averiguar sobre os mestres ou procuradores francos anteriores entretanto presentes no territorio nacional. Segundo a lista ou catálogo de frei Bernardo da Costa, D. Guilherme Ricardo foi o primeiro procurador do Templo “com predominio sobre outros” desde a segunda parte da decada de 20 (26/28) ate 39 pois morre na batalha de Ourique (aonde o jovem Gualdim recebe as suas esporas de cavaleiro). E a partir desta data D,Hugo Martonio até 1156 , sobre o qual nos vamos debruçar enquanto charneira de uma época (anos 40 ) decisiva na formação da nacionalidade.

Recentemente em outubro do ano passado fizemos uma exposição documental sobre os templarios em Portugal em seu tempo e a evocação de sua memoria por nós realizada desde o dealbar deste 3º milenio, sob o titulo “As Cores da Ordem”.

Ora o primeiro quadro dessa exposição referia-se exatamente à irradiação dos templarios francos pela área iberica, mormente o territorio luso. E a quando de sua apresentação (13 outubro ) referimos que esta expo era , até pelo titulo sobre a foto da Alcaçova de Santarem - “Uma luz que irradia pela Europa” - memória de um outro momento em que soubemos da expo de 2012 em Troyes sobre os templarios em França “Templiers-Une histoire, notre tresor” durante o verão daquele ano , em que visámos estar presentes , mostrando a presença irradiante daqueles cavaleiros no Portugal de sua época.

Embora tal não fosse possivel na altura, dado que já estava tudo aprazado para o evento incluindo seu grafismo e conteúdos , tudo feito com bastante antecedência. Assim sendo não deixámos de ir visitá-la e acabámos sendo convidados a tomar parte no Coloquio de encerramento da expo em outubro 2012- com as consequências que se conhecem: podemos mesmo dizer que S.Bernardo pela 2ª vez apadrinhou a Ordem... Pois no 2º dia do coloquio que decorreu no mosteiro de Claraval , encontrámos um casal de entusiastas templarios (Valerie e François) que no seguimento de uma conversa informal sobre a hipótese de uma Rota templaria europeia, foram falar com a presidencia do Departamento de L'Aube ...e assim se iniciaram os contactos para o efeito!

Ora e voltando ao assunto : enquanto decorria a nossa recente exposição que esteve durante um mês presente na Corredoura em Tomar , deparámos na NET num site de arte (onde tb divulgamos a expo) uma referència a um castelo de Marthonie em França na zona da Dordogne. E esta referência onomástica levou-nos a investigar o assunto.

Que castelo era aquele e o que se nos oferecia sobre o movimento templário naquela localização à epoca?...



O castelo dito de Marthonie situa-se em St. Jean de Cole referenciado como lugar de ocupação templaria como muitos outros nas proximidades e sabe-se que embora na sua versão actual este castelo seja do sec XV houve originalmente outro no sec XII (destruido durante a guerra dos Cem Anos em França ) que tomara este nome por ter sido adquirido juntamente com terras ,segundo documento , por uma familia originaria de Milhac de Nontron mais a norte mas proximo , exatamente de um lugar chamado La Marthonie. (Fonte: Bulletin de la Société historique et archeólogique du Périgord, 1878,pg426 - vd BnF Gallica).




Houve portanto uma familia nobre em la Marthonie com varias ramos de apelido (documentados na região durante o Duzentos ) e que já existiria no século anterior por sua vária descendência (vide fonte anteriormente citada). Há ainda uma igreja (fortificada) de S.Martinho que é memoria local de pertença a uma comenda templaria (sem data referenciada) em Milhac de Nontrom. (Dordogne).

Esta região -a Dordogne - localizada no vale do Vézère ( com ressonãncias ...com o vale do Zêzere da nossa Ceras templária !) fazia parte à época do condado de Perigord e integrava a Aquitania .

Ora sabe-se que o condado de Poitou foi uma das sete primeiras provincias mencionadas na regra dos Templarios, e as comendas situadas na Aquitania faziam parte da provincia Aquitaine-Poitou , às ordens de um mestre de provincia, segundo Alain Demeurger in “Les Templiers ; Une Chevalerie Chrétienne Au Moyen Age”, 2008.

A questão é pois saber desde quando haveria essa comenda em Milhac?



Analisando a envolvência verificamos que a primeira noticia que temos refere-se à comenda de Andrivaux desde 1139 a cerca de 40 km de Milhac : “no ano 1139 Geoffroy de Cauze, bispo de Perigueux , querendo chamar os freis do Templo para sua diocese, da-lhes esta paroquia (Andrivaux) e establece-os no claustro abandonado...(igreja de St.Maurice) que se tornou o centro de onde os templarios se estenderam -irradiaram- por toda a provincia do Perigord” segundo a “ Histoire du grand prieuré de Toulouse et de diverses possessions de l'orde de S.jean de Jerusalem dans le sul-ouest de la france ...” de M.Antoine Du Bourg , 1883 (fonte Gallica, Bibliotheque nationale de France) Pg 521-522) o qual cita uma fonte mais antiga : a Galia christiana- obra beneditina da congegação de Saint-Maur, sob a direção de dom Denis de Sainte-Marthe, 1715 ).tomoII. Bispados de Bourges et Bordeaux.



E logo de seguida no inicio dos anos quarenta surge-nos indicios de uma comenda anexa em St. Paul de la Roche , a 35 km de Milhac e a 52km de Andrivaux .

Efectivamente numa nota à genealogia de Guy Flamenc de Bruzac ( Geneanet ) afirma-se que :

“Aux environs de 1140, Guy Flamenc de la Roche-Saint-Paul, seigneur du château de Bruzac (Saint Paul la Roche relevant de la seigneurie de Bruzac) fait don de terres et bois aux Templiers (venus en Périgord en 1138) qui édifient une commanderie, qui devient rapidement la plus importante de la région. Les seuls vestiges restants en sont la maison du commandeur de la commanderie, dite « Templars ».

Guy IV (1113-1148) et Adhémar IV (1110-1148), co-vicomtes de Limoges qui disputaient le territoire à Guy Flamenc, viennent l'assiéger en 1143, avec l'aide de Boson II (1110-1443), vicomte de Turenne (beau-frère d'Adhémar IV). Lors du siège de la commanderie de Saint-Paul-la-Roche, Boson II est tué d'un coup de flèche6. Effrayés, les deux vicomtes s'empressent de lever le siège et quittent la contrée”.

Encontrámos tb auxiliarmente referências a este cerco in “Nobiliaire de Limousin”, tomo 3, pag 581 ,feito pelo abade Joseph Nadal (1712-1775) assim como em Nicolas Vitor de Saint-Allais in “Nobiliaire universel de France ou recueil général des généalogies”, volume 14, page 186.(aqui quanto à sepultura desse Boson II a 21 dezembro de 1143) o que ajuda a situar a questão de St Paul la Roche nos inicios da decada de 40 portanto. Por outro sabemos que esta casa da comenda estava na rota de peregrinação a Compostela que passava no Perigord... De relembrar que para a mesma época (sec XII) e a 7o km a leste de Milhac se encontram os frescos templarios da capela de Cressac bem conhecidos.


Ora e o que tem toda esta região a ver connosco em Portugal ?

É sabido que foi em resposta a apelos da Reconquista iberica que D.Raimundo e D.Henrique vieram da França (Borgonha) com muitos outros cavaleiros naturalmente. E há noticia de que numerosas expedições partiram da provincia da Aquitania para defender os reinos cristãos em Hespanha e lutar contra os mouros .Aquitanie faz fronteira com Navarra e Aragão …acima fica a Borgonha/Champagne...Toda atraçao é feita pois em termos de Cruzada...

Ora acorrer a uma inquirição dionisina de 1314 para “demonstrar” as eventuais origens da chegada do Templo ao que seria Portugal na altura do condado...é que resulta bastante impreciso, sendo memorias desfocadas no tempo .Assim segundo inquiriçoes D.Dinis 1314 “ era fama e crença na terra que tendo o conde D.Henrique guerra contra os mouros os freires templarios vieram a elle e pediram-lhe mercê que os admitisse no seu serviço”, porém outros afirmaram que eles fizeram tal petição foi a el rei D.Afonso I -segundo copia do texto feita por Viterbo da “Inquirição dos usos , costumes e jurisdiçoes dos templarios...”

Torna-se pois abusivo fazer a invenção dos templarios no reino no tempo do conde D.Henrique que morre em 1212 quando ainda não havia sequer templarios desse nome em Jerusalem pois os primeiros ganham esse nome apenas quando o rei Baldiuno II em janeiro de 1120 no concilio de Naplouse lhes doa dependências suas na ex-mesquita de al-Aksa junto às ruinas do Templo de Salomão para sua sede ...portanto ainda não existia tal designação antes dessa data !

O mesmo quanto à menção de sua atribuida presença aqui na primeira metade da década de 20.

É a inexactidao documental de datas em copias alguns seculos posteriores que está na origem destes erros frequentes em documentos antigos devido à degradação dos mesmos, quando são transcritos não tendo em conta os calculos corretos quanto às datas e Era em que foram feitos.!

Assim quanto a documentos transcritos como sendo da primeira metade da decada de 20 , a realidade é que um deles (venda de D.Ejeuva Aires) é considerado por Viterbo de 1152 (e não 1122, derivado de um X aspado) e outros dois documentos são compras feitas en nome do “magister Ugonis “ que realmente foi mestre entre nós mas na década de 50 e não na década de 20 . Estão neste caso portanto os 3 primeiros documentos apresentados por P.P. Costa em Rev.Letras,Porto, 2013 , como sendo mais antigos : o segundo refere um frei Martinho Pais (tal como o primeiro doc) coevo de D.Ugo...e o terceiro (venda de Egas Soares ) data de 30 anos mais tarde segundo tb Viterbo (1155) tb no tempo e referência a D.Hugo! Trata-se afinal do nosso Magister Ugonis, assim mesmo escrito tb na lapide da Alcaçova de Santarem.

-Porque se haveria de considerar (como quer P.P.Costa) que se estava falando naqueles documentos do mestre Hugo de Payns que estava em Jerusalem na primeira metade da decada de 20 ?!

Ora deste , quando veio à Europa -apenas na 2ª metade dessa década- não há referencia de que viesse à peninsula ibérica , mas apenas a Italia, França e Inglaterra .

“ No outono de 1127 Balduino II e o patriarca de Jerusalem enviam Hugo de Payns e 5 de seus companheiros ao Ocidente para aí procurar ajuda” in “Hugues de Payns -La naissance des Templiers” pg 32 de Thierry P.F.Leroy . Sob a forma de recrutamentos.e apoios . Assim eles estão na Champagne no outono 1127, no Poitou na primavera de 1128, na Normandia Inglaterra e Escocia no verão 1128 e na Flandres no outono 28 , antes de regressarem à Champagne a tempo do concilio de Troyes (janeiro 1129) e em todos esses lugares recebem doações : do conde Thibaut II uma casa para sua sede, do conde de Anjou/Folques e no Poitou , assim como na Inglaterra e Flandres sempre doações..Vide “Le périple d´Hugues et la premiére vague de fondations” pg 40-44 da obra citada anteriormente.

Aliás naquela confusão documental ou “invenção” relatada anteriormente , é preciso esclarecer que as compras tal como os escambos são feitos pela Ordem num segundo momento depois das doações , para completar dominios . Além de que se constata portanto que a Ordem veio pois à Europa para procurar apoios - doações e homens - e não para ir às compras !

Aliàs as grandes doações ao Templo de D.Teresa circa 1128 de FontArcada e Soure- que se podem enquadrar naquele movimento global da Ordem pela Europa com balizas precisas: 1127/28 - referem procuradores concretos do Templo nestas partes : sao eles D.Guilherme Ricardo e D.Raimundo Bernardo respectivamente e sem alguma referencia ao tal magister Hugo (de Payns)! Ora , porque nas compras o procedimento haveria de ser diferente do das doações?!

Aqui no reino o citado Guilherme Ricardo será o organizador do Templo em Portugal (como se infere das palavras já citadas de frei Bernardo da Costa ) à imagem de Bernard Rolland enviado à Provence , referido por Simonetta Cerrini in “La Revolution des Templiers”,Paris 2007.

Portanto aquelas alusões a D.Hugo nas vendas referem-se pois ao nosso D.Hugo Martoniensis vindo da Dordogne provavelmente nos anos 40 quando o Templo aí é noticia irradiando pela Aquitania e continuando pela Iberia , com origem possivel numa familia ilustre de Marthonie (Nontron) – e certamente filho segundo- numa época que vai do desastre de Soure à sagração da Alcaçova de Santarem , em cuja lapide se refere exatamente como “magister Ugonis”...

Sobre a sua obra encontramos informações em Frei Bernardo da Costa sobre as campanhas em que este mestre tomou parte ao lado do rei Afonso” combatendo na conquista de Santarem e de Lisboa na reconquista de Leiria e nas correrias do rei por Castela”...Refere-se tb o cronista à grande quantidade de doações feitas à Ordem em seu tempo “ se copiassemos todas seria muito avultada esta História” in F.Bernardo da Costa -Historia da Militar Ordem de N.S.J.Cristo” 1771,Coimbra.

E acrescentamos nós : também muitas compras (a compôr dominios) como são exemplo aquelas 3 já referidas , recebe tb Longroiva em 45 , o eclesiástico de Santarém em 47 e funda a igreja da Alcaçova de Santarém em 1154. , sendo mestre até 56. Também em seu tempo a Ordem recebe a cruz pátea vermelha segundo bula de Eugenio III. (1147). Honra à sua memória !

Joaquim Nunes, C.C. da TREF



27.1.22

Nem todos os lugares com uma cruz redonda são templários!

 



Várias  pessoas e agremiações , umas de boa fé outras nem tanto... julgam ver templarios ou comendas deles em todos os lugares deste pais onde vejam uma cruz redonda.

Ora houve mais ordens neste pais : Hospitalarios, Santiaguistas, etc com seus espaços proprios.. Alguns locais “transferiram-se” de Ordem...mas o que importa é saber se existiram como tal na origem e se há documentação a prová.lo.

Igrejas construidas depois do fim dos templarios não sao templarios embora em sua decoração frontal possam ter cruzes de Cristo e/ou de Malta …e há mesmo outras coevas da Ordem que os historiadores não integram como tal

Quando falamos em documentação referimo-nos a memoria escrita de época, não moderna ou crenças e lendas locais e se consta ou não do rol das Comendas velhas da Ordem .( E nós fazemos uma distinção entre a Ordem do Templo e a de Cristo: na primeira o seu Mestre era eleito por seus pares , na segunda o Mestre era nomeado pela Corte, o que altera totamente o espirito de independencia da Regra anterior) .

A origem da cruz redonda é oriental...e bizantina -como se vê nas fotos, mostrando Capadocia e Grecia e tambem se encontra entre nós tanto na Baixa como na Alta Idade Media... em algums portais de igrejas do norte que nada tem a ver com o Templo , assim como na região centro: por exemplo numa parede interna da igreja de Santa Clara em Coimbra.

Alguns até veem templarios em Portugal antes mesmo deles existirem (ocultos por certo) no tempo do conde D.Henrique ... focaremos isso no proximo artigo do Blog .


O caso mais recente é uma novel agremiação neotemplaria- mais uma- que invoca o sacro nome da Ordem de Jerusalem em vão e que acha que todo o pais é templario, pois já o primeiro rei o seria , dai comendas em Guimarães e outros lugares que nunca o foram...aonde os amigos e conhecidos abundam..... talvez lá passasse algum dia algum.templario ...afinal a guerra extendia-se de norte a sul naqueles tempos...ou então descobriram/inventaram alguma marca local ...(será esse tipo de disparate que vão consubstanciar -junto com outros- no anunciado museu “templário” ?!!)

Estes primam por uma vivência fraternal de jantares e filantropia...e entretanto trataram de registar “Dias Templarios” assim como aquele do norte que registou as samarras alentejanas...tal qualmente...registando aquilo que já existe há muito...! enfim uma fuga para a frente...para não perder o comboio.


Estes são aliás uma refundição de uma outra ordem neotemplaria tb anunciando caridade e filantropia - que se apresentou há decada e meia em S.Maria, quando trouxemos pela 1ª vez a Mão de S.Gregoruo em exposição...e de que mais tarde um figurão comentou a nosso respeito que isso de “ir a Troyes do proprio bolso:nunca” ...esquecendo aquela afirmação dos cavaleiros “como sempre tinham praticado, indo a todas as partes com suas pessoas, armas e cavalos e sempre á sua propria custa” in Inquirições dos usos e costumes dos templarios- referido por Viterbo.

Esta Ordem nova foi fundada por um medico (militar) ...que qual Palaprat investiu 10 cavaleiros (sem cavalo) na igreja de Tancos dando inicio à comenda de Almourol ... a 1ª instalação dos tempos modernos, segundo pomposamente anunciado...em outubro 2007 ...dizendo a um jornal que sempre gostou de ordens de cavalaria (honorificas) .(sendo já membro de varias ordens)...a ideia surgiu-lhe por convite em Espanha !

Quanto ao senescal tb medico (veterinario: talvez por causa dos cavalos a haver ) apaixonou-se pelos misterios templarios a quando de um voo (a inspiração veio do alto, portanto)...ambos referências na Ordem que faz trabalhos de caridade e lobbies(pressão)...mais esta que aquela...

Para estes todos os castelos da região sao templarios : castelo de Torres Novas, tambem o de Ourem...tudo é templario...passou por lá algum talvez ...ou há lá uma cruz …!!

Também há quem aonde vê um carneiro ou melhor um cordeiro vê logo S.João Batista, embora as suas vestes não condigam com a sua representação tradicional...(talvez Encoberto).

Isto lembra-nos um técnico conferencista “templário” do Politecnico que inventou um pedreiro judeu na Charola devido a ter lá visto desenhada uma estrela de 6 pontas ...com cruz ao centro !!!... como se a existência da estrela anunciasse per si um judeu (dantes anunciava o Messias )!!! ..aliás este técnico adora estorias (repetidas) de cavalos a assistir a missa na Charola ...sendo omisso noutras questões ou perguntas. Uma vez enquanto moderador tentou impedir um considerando que faziamos em relação ao mau trabalho da Rota do Romanico na altura e que ele apresentava como bom exemplo a seguir... (vide n/ blog de dezembro 2017 a propósito da falta de garantía de acceso aos recursos (monumentos fechados, chaves em paradeiro desconhecido, etc).


Outro exemplar : é um guia-mestre em desenvolvimento de produto de turismo cultural dissertando sobre turisno criativo com o intuito de sustentar o objetivo final , aonde inclui: “ a interpretação também é turismo cultural” ...e assim teorizando inventa na pratica depois , aberrações do ponto de vista historico , que estarrecem os proprios funcionarios do castelo, contribuindo para a desinformação do publico..

Onde há carência de verdaderos intérpretes do patrimonio cultural , com informação actualizada e rigorosa , não há qualidade de produto!

Quanto à gastronomia medieval, a sua posição é : quanto a comer com os 3 dedos da mão á época ...isso nunca !...(Valha-nos S.Cipriano) ... prefere os pratos de porcelana e os copos de cristal das assembleias filosoficas da neoOrdem...

Este guia mestre- endeusa series tipo canal Historia , fantasistas, contribuindo para manter (o publico) nas trevas quanto á idade media...

Refiro-me a uma serie especulativa sobre artefactos “preciosos” colecionados durante 19 anos – numa epica demanda ...reliquias (falsas) dos cavaleiros...”sente-se a energia a sair dos itens”...de um esconderijo não revelado por uma dupla de caçadores de tesouros do seculo passado! E já por cá andaram tb “escavando” caves de bom vinho e outros buracos a jeito. Tb já estiveram no Convento na adega “iniciática” pois claro...e no cemitério henriquino.

A mitologia templária é infindável...um filão como a venda de “reliquias” na época quando reis e bispos gastavam fortunas para ter reliquias em suas igrejas...algumas pertencem a santos desconhecidos ou sao de natureza incomum...(Como se repete agora ! ) Buscavam-se corpos de santos , ossadas, por todo o lado: Italia, Africa, Oriente Europa.. e a afluência de peregrinos acabava beneficiando os santuarios e igrejas...

Muitas são reliquias contestaveis : tunica de N.Senhor, berço de Jesus, a Esponja santa, lança de Longuino (em Miravet), vaso de leite de N.Senhora, lágrimas do menino jesus, dentes de Cristo , anel de noivado de N.Senhora (na catedral de Perugia) , um pé de um santo inocente...o prepúcio do menino...até o freio santo do cavalo de Constantino- forjado com os pregos da vera cruz...os “francos” adquirem tudo ! Tudo somado os pedaços da cruz darão para uma floresta inteira e haverá santos com 10 cabeças...

As reliquias são objeto de tráfico, roubo, contrafeitas, substituidas, copiadas ...até hoje pelos vistos! S.Luis rei de França paga pela coroa de espinhos o triplo do que lhe custou toda a igreja da S.Chapelle e decoração , em meados do sec XIII (1240) …

Muita atenção portanto a estes novos mercadores no material e no espiritual perigosos agentes de confusão e perda...vendilhões do Templo !


Quanto à Associação de Desenvolvimento Ribatejana cujo historico de cooperação- previlegia a animação na area do desporto e aventura, comercializando produtos de Turismo activo, declara-se em fase de esforço geral no sentido da valorização do patrimonio cultural e natural...mais este que aquele !

Consta por aí que é um organismo sustentado com dinheiros provenientes da União Europeia, com excesso de técnicos, e escassez de trabalho já realizado...( explorando algum trabalho ocasional-de que há queixas- nomeadamente no tratamento de vestuario ligado á Festa Templaria ...) que finalmente entregou e bem a Festa Templaria á Camara de Tomar ...pq não era vocacionada para aquilo ! A começar pela escolha de uma data vazia e aleatoria.. só por que estava disponivel no calendario!

São mais de 30 anos de captação de fundos , nomeadamente para ações de formação com capacitação , de varios milhõesde euros ao nivel do turismo cultural... Capacitados ?(palavra muito na moda) ... Sim! : apresentam uns capacetes novos tipo moto brilhantes a desfilar na Festa ...nunca souberam de guerra nenhuma !

A equipa desdobra-se em estrategias … , tirando partido de vantagens que decorrem do alargamento... como andar a reboque dos vizinhos espanhois...Vamos falar de uma experiência acontecida há alguns anos com o projecto “Territoria Ordinum.”..

No âmbito deste projecto confessam não terem experiencias de cooperação , apenas com uma ADL transmontana...

Destacam como acção prevista: - jornadas de interpretadores culturais com contadores de estorias... e tem como eixo estrategico : a recreação e dramatização ligada aos templários ...mas nunca falaram connosco... tal como o tecnico do Politecnico... ambos tentaram branquear e passar ao lado da experiencia anterior da nossa associação para tentarem reinar sozinhos na Festa templaria...nunca é de mais relembrá-lo !

(Agora para não perderem o comboio da Rota Europeia andam alguns a colarem-se propagandisticamente ao trabalho já feito ...por interesses próprios... )

Quanto a gastronomia medieval por desconhecimento improvisaram no dominio do ministerio moderno ou até bruxedo e magia ... a avaliar pelo turismo activo que apoiam como na foto de um evento no castelo de Torres Novas...

Os objectivos daquele projecto de cooperação apresentados por um consultor da equipa coordenadora do projecto , o “Campo de Calatrava” seu chefe de fila eram entre outros:

1-b) Contribuir para a activação de um segmento de mercado turístico de perfil cultural e de orientação esotérica ou de desenvolvimento pessoal relacionado com a cavalaria.

2- ...No que respeita ao património tangível e intangível é necessário distinguir e trabalhar em sinergias em prol da História (objectiva) e do significado (subjectivo ou psicoanalitico) ...talvez um caso de psicanálise !


Este projeto com Espanha coloca o conheci,mento como modo de sustentação do objectivo e visa até : dotar os empreendedores de conhecimento da historia das Ordens...

Consideram que este projecto de cooperaçãpo transnacional leva-nos aos desafios relacionados com os tesouros dos templarios, dos mitos á realidade de nossos dias..mas ficaram-se por aqueles...os mitos !

Vejamos só esta pérola in “ abordagem da educação intercultural”: as ordens de cavalaria cristã - tiveram a sua origem e se alimentaram da influência das irmandades muçulmanas !!. Com esta S.Bernardo deve andar às voltas no tumulo irado...enquanto o Velho da Montanha -que tb usava as 3 cores- se regojiza na sua tumba....é ele afinal o leader espiritual disto tudo .. Ora irmandades monásticas já existiam antes da chegada dos mouros à peninsula !


A Raiva e a Dor instalam-se no coração... (Olivier, le Templier)


É pois extraordinario : os malabarismos “estóricos” que estes fazem...!! só para fazer jus a inovação e ajuste aos varios parametros da UE ... neste caso para destacar o valor da Irmandade (entre os povos).

E não sâo os únicos nesta Demanda : vide o caso “Templar” de Castellon pois nuestros hermanos tecnicos de candidaturas (algumas infrutiferas e desaparecidas ) vão sendo muito inovadores e criativos em Historia...é cada uma que brada aos céus!!!...estes defendem que a igualdade de sexos sempre esteve presente na Ordem (!! ) para integrarem o H 2020...

..” Todo o articulado deverá ser abordado numa perspectiva de igualdade de sexos e numa perspectiva de periferia central”...

- O leader- Castellon- representa uma oficina de projetos europeus (univ+empresas) estratégico para a dinamização cultural turistica...daquela provincia espanhola (afirmam eles). Assim contactaram/arregimentaram recentemente entre outros : a região de Coimbra, Malta e até a Dinamarca !

Do conteùdo e espirito do projecto vê-se que misturam a velha Ordem com ordens neotemplarias de hoje (como se isso fosse patrimonio!!!) aliás considerando que ela ainda existe , em seu articulado...

Referem até o nascimento das ordens militares latino americanas no sec XIII !!! (a velha estoria de que os templarios em seu tempo estiveram na America ... provavelmente subjugaram os indios através de comendas )!

O que é certo é que neste documento/projecto depois de se expraiarem pelo mundo , omitem o nosso monumento templário emblematico e português : a Charola de Tomar , que fingem desconhecer ! …

Assim vão (?) as candidaturas vindas dos tecnicos “vizinhos” em termos de rigor histórico!

Por outro lado mais interna e especificamente temos em situação de morte anunciada a rota dos Mosteiros aparecida há meia duzia de anos com .muitas parangonas e poucos resultados...  nem o Operador de todos os dias convenceram a incluir de pleno Tomar no circuito em autocarro diario ..desde Lisboa a Fatima, Batalha,Alcobaça e Nazaré...mas só apenas em 2 dias na semana...O operador “não tem tempo a perder “ (com isso de templarios) ...disse-o uma vez (anteriormente à criaçao desta rota de mosteiros) ) quando lhe propusemos em sua sede na capital a passagem por Tomar ..leia-se não tem kms a perder com o desvio...talvez seja isso. Ora o desenho de rota deve ser acessivel todo o ano e nao so as vezes- um desenho que tenha em conta os interesses e expectativas e motivaçoes mais recentes dos turistas e não só os interesses “estacionários” da Oferta. Que se possa começar e abandonar em diversos pontos do percurso...a isto chama-se Maleabilidade “operativa” segundo os especialistas...E sabe-se como continuam a sair todos os anos obras sobre os templários em toda a Europa...e há 5 paises com templarios que para cá convergem – como nas vias Calixtinas- pois é-lhes familiar e subliminar o apelo e atração !

Mas é certo que uma rota cultural nao se converte automaticamente em um itinerario turistico :-deve contar com um conjunto de elementos, no cultural e no turistico, que tornem a rota atrativa e diferencial.

Deve conter uma sinalização unificada que não varie de tamanho , cor, conceito e disposição ao longo da Rota . Aqui se inclui que o logo integral nao pode ser escravo do fundo ou suporte ou seja -não sendo transparente- não pode absorver as cores do fundo -deve permanecer invariável (digam lá o manual onde está escrito o contrario se é que não anda alguém a ler os livros de pernas para o ar ou simplesmente não os leu ou esqueceu as bases )!

Mais: deve alimentar as motivações da demanda individual e de grupo. Incorporar um ócio enriquecedor , participativo, dinâmico e aprazível ..

Urge estender a Rota Templária a mais lugares (internamente) ou sob a forma de associações locais ou por um conglomerado de municipios.

Non nobis mas a Eles -os Templários- a Glória !