A
distribuição do Bodo encerra a Festa e cumpre a abundância do
Santo Espirito Consolador .
Coincidência
Significativa : a 3ª Idade ou do Paracleto foi anunciada pelo abade
Joaquim de Fiore para o mesmo ano em que nascia D.Dinis (1261) o rei
charneira da Ordem Templaria e de Cristo e que com sua mulher
D.Isabel de Aragão criou a Festa do Espirito Santo Imperador.
O
pão é desde sempre o alimento por excelência do Homem.
Mas
como nasce, antes de enfeitar as cestas da Festa ?
Esta
a nossa Demanda pelas suas origens tomarenses : uma viagem no tempo
e no espaço...
“ O
FORNO DE POYA”
“A
nascente das Alcaçarias mais para o lado da Ribeira há uma pequena
casa de 3,5x2,5 com outra que é de cozedura. Casa de pedra e
cal,térrea com porta de pau e alpendre que é forno de lenha.Ali se
conversa aguardando sua vez de cozer o pão. Entramos a ver. O forno
circular está contra a porta encostado á parede,ladrilhado de
tijolo e a boca tem porta de ferro,com seu poial de pedra para
tabuleiro do pão..
O
forneiro enchera-o de lenha miuda esteva e gravetos guardados na casa
ao lado.Agora que o interior está esbranquiçado e já acabou de
arder,puxa as brasas para a boca do forno com pau comprido e limpa o
resto com vassoura de erva. No poial o taboleiro com sua taboa e
pano,onde estão os pães amassados redondos com sua cruz marcada
ao meio e outras marcas,dedadas ou pauzitos de junco,que são para se
saber de quem é com este sinal particular,pois as massas levedadas
são trazidas por mancebos de casas e outras feitas pelas
amassadeiras de poia.
No
pouso de pedra pode também ser feito na hora segundo as necessidades
pelo masseiro que trabalha a massa (de farinha, fermento, sal e água)
sob a vista do mestre do pão a ver se o aprendiz tem boa mão...
O
forneiro deita então o pão ao forno com uma pá colocando-o
cuidadamente desde o fundo ás carreiras.Isto vimos aproximando-nos
para ver, sufocando-nos o calor à boca do forno...depois fechou a
porta para o pão ganhar cõr e cozer durante uma ou duas horas
conforme a fornada,benzendo-se e dizendo um pater noster...
Por
cima da porta de ferro está uma cruz a negro de fumo a velar,para
que daqui saia bom paõ alto e crescido.
Este
forno é explorado por servente da Ordem, sendo de poia que é o pão
de paga pelo serviço,escolhendo o forneiro o melhor de cada 20 um.
Faz
em media umas cinco fornadas por dia.Paga-se tambem poia à chameira
ou varredor quando há. E tirada a poia se leva agora o pão . O
cheiro agradável a pão quente inunda o ar circundante. Apertam-se
as gentes em volta. .E partindo um nos sabe verdadeiramente bem de
Deus.!
(Excerto
do livro em preparação acerca de uma viagem à Tomar medieval - :
De Eyria a Sophia – isto é .simbólicamente desde o vale da Paz
ao monte da Sabedoria ).