12.11.12

A importância das Redes: da rede virtual FB à rede material/Rota do Templo... passando pela rede telúrica.


                 

O monte Thomar onde os monges soldados do Templo ergueram o seu castelo sede da mais famosa Ordem de cavalaria  medieval e hiperbórea  é atravessado por uma rede telurica energética  que cobre o planeta  e se polariza  em determinados locais sagrados como Chartres e Compostela.
Em Tomar é onde se cruzam Salomão e Iria :  o vale da Paz (que é o significado de Iria em grego sua origem)  e o monte dos Sabios  Cavaleiros  , porque está na dupla rota irenica / de Sant'iria ou Santarem  a Al'Iria ou Leiria , passando por santa Iria de Tomar e Cova da Iria (Fatima)  até Iria Flavia ou Padron à  entrada de Santiago de Compostela,portanto Caminho de Santiago por um lado ,mas também por outro:  Caminho do San'Graal  que os cavaleiros do Templo demandadores do sagrado Cálice, semearam de castelos -vigia  entre Tomar e Ponferrada na Galiza.

Vem isto a propósito das varias redes que estabelecem contactos entre  povos  e  tradições culturais afins ... Desde que a nossa Associação se formou em Tomar em 2006 que é um dos nossos objectivos (estatutarios) contribuir para a  criação de uma rota internacional templaria .  Durante o ano 2007 divulgámos essa ideia nos jornais locais  e a partir de 2008 encetámos um contacto epistolar com a Câmara nesse sentido.

                        

A questão central era e é de que tendo nós portugueses em Tomar a sede  da Ordem preservada mais completa (com igreja -Rotunda e castelo envolvente ) na Europa , deviamos despoletar este processo, seguindo as normas construtoras de rotas europeias expressas pela Unesco e sob a forma concursal apresentada pelo Conselho Europeu.
Tudo começou por um inventario de sitios europeus com memoria templaria, concretamente uma base de 10 locais  em cada um dos 5 principais paises europeus com tradição templaria e com algo ainda de pé para mostrar aos visitantes.
E começámos a pensar em contacta-los para esse efeito...

                         

O curioso e pedagógico é contar como surgiu o caso francês de Troyes. Há um ano atrás  através de um conhecimento  no Facebook   soubemos por um francês  da preparação de uma grande exposição templaria no Departamento de l'Aube  para 2012 evocando o concilio que pôs fim á Ordem do Templo em 1312 (VII centenario). Apadrinhando o site desse francês está um professor e investigador em Historia local , Thierry Leroy responsavel pelo museu templario de Payns, lugar do 1º mestre templario Hugo de Payns. E contactámo-lo no sentido da possibilidade de alargamento dessa exposição não só ao caso francês
mas também  aos outros paises para onde os templarios irradiaram como foi o caso de Portugal, desde os seus primeiros anos , estabelecendo-se em Fonte Arcada , não esquecendo que o próprio pai do nosso Afonso Henriques veio da Borgonha...

                      

O Departamento organizador de L'Aube , abriu entretanto convites á participação internacional num Coloquio sobre economia templaria em Outubro deste ano a fechar o periodo da Exposição . Foi sugerido o nome do professor Ernesto Jana .
E foi assim que surgimos na semana de 23 a 27 de Outubro em Troyes   para participar no Coloquio , ver a Exposição templaria e aproveitar para falarmos com responsaveis locais sobre a futura rota templaria europeia...
 O  Coloquio  decorreu no polo universitario de Troyes e  no antigo mosteiro de Claraval , estando presentes varios especialistas conhecidos da temática templaria  como os historiadores Alain Demurger e  Simoneta Cerrini . O nosso prof. Ernesto Jana apresentou a comunicação intitulada :."As origens das propriedades e dos rendimentos dos territórios templários: uma visão de conjunto."  As Actas das sessões  serão publicadas em maio do ano que vem.
                             

Seguidamente ao fim do Coloquio fomos recebidos amavel e interessadamente (numa rota entre Troyes e Tomar , ambas templarias) pelo presidente do Departamento regional de L'Aube e posteriormente fomos apresentados á directora do Turismo local  que nessa tarde e na manhã  seguinte organizou especialmente para nós  (como familia, afinal desde o nosso primeiro rei ...) uma visita exclusiva à  cidade (monumentos) e arredores (comenda de Avalleur e museu templario de Payns).


Regressados a Tomar , apresentámo-nos no Encontro Internacional que decorreu no Hotel dos Templarios , promovido pela Entidade Regional de Turismo , onde na sessão propria dedicada a um roteiro templario na Europa , falámos do apoio por parte de Troyes e ouvimos as comunicações também interessadas dos municipios de Ponferrada (Espanha) e  Perugia (Italia) .  

 Estamos portanto agora no bom caminho para  iniciar a Rota , já que dispomos de 4 cidades de paises diferentes para nos candidatarmos para o efeito. E assim cumpriremos o sonho -iniciado alguns anos antes- e necessário para colocar Tomar no mapa europeu e ao mesmo tempo melhor perpetuar a Memoria dos bravos cavaleiros  templarios .    Non nobis !

21.10.12

A Templ'Anima presente em Troyes(França) no Coloquio internacional sobre Templarios





Realiza-se na proxima semana integrado na grande exposição templaria  deste verão em Troyes um Coloquio  internacional  sobre a economia dos Templarios de  24 a 26 outubro 2012
Quarta-feira, 24 out (tarde):no  Centro Universitário de Troyes
Quinta-feira, 25 outubro: na Abadia de Claraval  ( a cerca de 50 km de Troyes, na cidade de Ville-sous-La-Ferte)
Sexta-feira 26 de outubro: no Centro Universitário Troyes

O comité científico é presidido por Michel Ballard ,  professor emérito de História Medieval na Universidade de Paris 1 Panthéon-Sorbonne
 Participam entre outros  a italiana Simoneta Cerrini,  Thierry  Leroy (museu de Payns ) , Damien Carraz, professor de história medieval  , Nicolas Dohrmann,   diretor do Arquivos e Patrimonio do Departamento de L' Aube ;Ghislain Brunel, chefe do Arquivo Nacional do Património (Paris), o ingles Mike Jefferson e o  alemão Karl Borchardt .

O nosso prof. de Historia Ernesto Jana-  intervem no dia 26  das 10-10.30 da manha ,  com. "A origem das propriedades e rendimentos dos territorios templarios.Uma visão de conjunto".

     

Entretanto faremos visitas e encontros com entidades locais.
Assim na quarta-feira visitaremos o Museu de Payns sobre o fundador da Ordem do  Templo.
Na quinta-feira, visitamos a abadia de Claraval, fundada por S.Bernardo . patrono dos templarios
O edifício da abadia  constitui  uma obra-prima da arquitectura cisterciense, relectindo  o ascetismo monástico  em suas linhas. O antigo refeitorio (hoje conhecido como Hostellerie des Dames,na foto acima )  apresenta  entre outras coisas, medalhões representando as virtudes .
A  Biblioteca de Claraval, formado a partir de 1115 , é o primeiro fundo francês medieval.Hoje confiado à cidade de Troyes, ele é composto de  1450 manuscritos  e  foi incluído na memória do registro da Humanidade pela UNESCO

Seguidamente ao Coloquio na sexta à tarde. reuniremos com o presidente  do Departamento de  L'Aube e com a directora local  do Turismo, sobre  perspectivas de  partneriado entre Troyes e Tomar , como a possiblidade de organizar uma rota especifica templaria  e a  eventual geminação entre os 2 regiões   , devido  a sua  afinidades historico-culturais  desde o sec XII (a começar pelo conde Henrique -pai de Afonso Henriques- oriundo da região Borgonha/Champagne)..





11.8.12

Os Círios de Dornes



Agora que somos quase chegados a Santa Maria de Agosto , evocamos outra festividade da Senhora em terras templarias. Dornes com sua torre pentagonal,sentinela sobre o rio Zêzere... Todos os Domingos, da Páscoa a S.Miguel em Setembro,  ali chegaram a ir  cerca de quatro dezenas de freguesias, algumas de mais de uma vintena de léguas de distancia...Hoje vem de camioneta; cada povoação com o seu pendão ou cirio com o nome da localidade, representando a promessa antiga e colectiva à Senhora do Pranto.
O compromisso pode ser cumprido apenas pela respectiva confraria em nome de todos.( Em Lisboa no cirio da Senhora do Cabo, vai ela desde o santuário visitar rotativamente as povoações...por mais cómodo)... Por vales e por montes,lá vão os romeiros(antes a pé ou de carroça) com seus cânticos ao Bendito e à Senhora,fazendo o percurso sinuoso até à entrada na vila, marginada pelas cruzes da Via Sacra. Há tambores e música e foguetes, à sua chegada ao Outeiro a pé.
Os romeiros sobem ao monte sagrado para estar mais perto de Deus, para que melhor ouça suas preces...desde sempre os cultos se associaram a lugares altos ou agrestes. Segue-se a missa com sermão,no alto da escadaria, mas fora da capela ao ar livre,por não caberem todos lá dentro. Durante a missa ou no final há a entrega dos votos ou paga das promessas no altar colocadas: velas,muita cera lavrada,ao Santuário: pés, mãos, troncos, formas humanas ,por graças recebidas. Antigamente seriam sacos de trigo e outros frutos da terra... Daqui segue a procissão solene com volta á povoação com a imagem da Senhora. Na procissão com seus pendões erguidos vai o padre sob pálio,os andores com os santos levados pelos confrades com suas opas vermelhas, uma mulher com açafate à cabeça com as oferendas em pano de linho lavrado,e finalmente os fieis em cânticos.
Depois terminada a volta á vila, espalham-se os romeiros pelo outeiro e sob as olivas ou à beira do Zêzere abrem os seus cestos de farnel e comem e bebem colectivamente.



Recuando ao seculo XVI : Naquele tempo Dornes era uma comenda agrícola com muitas oliveiras e vinhas,onde havia 3 adegas da Ordem-talvez fazendo jus a seu nome-com Paço de cavaleiro de Cristo, rodeado de pomar e muros, que os vizinhos deviam reparar e cuidar quando necessário.A Virgem era pranteada (contra as pragas na agricultura) com bodo anual, 15 dias após a Páscoa, em procissão que ia até a Senhora da Orada, havendo aí jantar de confrades. (Também se ia à ermida de S.Pedro de Castro noutro outeiro próximo sobre o Zêzere,onde ainda no seculo XVIII acorriam milhares de fieis que ai deixavam ex-votos sob a forma de singelas e belas tábuas pintadas de caracter religioso,onde se anotavam graças e milagres recebidos).
Recuando às origens, consta que em finais do sec.XIII (1285) um ermitão que virou santo,de seu nome Guilherme, encontrara uma imagem da Virgem nos Albardães, depois de escutar por ali na serra uns suspiros e ais...E sendo a rainha Isabel ,um dia avisada por Guilherme (de Pavia),ali apoiou a fabrica de uma capela. Mas quem era este Guilherme? Por sua ascendência (vide anexo) pensamos que provem da união de 2 famílias- os Cogominhos e os Pavias- por casamento neste século XIII de Maria Fernanda Cogominho e Vasco M.Pavia. Esta união é sugerida mesmo pelas primeiras armas da vila: escudo esquartelado com quinas e leões alternados: sabendo nós que o leão pertencia ás armas dos Pavias e as quinas referindo provavelmente a série de 5 chaves que figuram no escudo dos Cogominhos. Num dos angulos da Torre pentagonal aparecem gravados numa pedra duas siglas semelhantes às chaves do escudo dos Cogominhos.



Por outro lado , o ramo Pavia - italiano - deve ter influenciado os cultos locais. Efectivamente neste século XIII foram compiladas no norte de Itália(Pisa,Cortona) pelos franciscanos, várias laudes ou composições de carácter popular, cantadas pelas confrarias entretanto formadas nas diversas procissões e representações comuns na época. (Aliás a presença franciscana na nossa região nesta década prova-se documentalmente).
Uma das laudes mais célebres e influente foi o Laudário do espiritual Jacopomo de Todi, que viria a servir de modelo mais tarde á composição pelo dominicano português André Dias do seu Pranto de N.Senhora das Dores em 1435,destinado a ser cantado pela confraria do Bom Jesus em Lisboa, no qual a Virgem canta e chora longamente a caminho do Calvário em melodia triste.
Ora, considerando a reconstrução da igreja de Dornes por D.Gonçalo de Sousa em 1453 e tendo em conta que G.Duby fixa a primeira representação da Senhora com o filho morto nos braços em 1419 e sabendo nós que a imagem escultórica,em madeira policromada,existente en Dornes, é comum a muitas outras que pela mesma época foram saindo da Escola Renascentista Coimbrã ;  de todos estes pontos podemos concluir que foi neste século XV que tudo se fixou aqui na forma actual. ( Também no Cirio de Almargem à Sªdo Cabo,se cantavam laudas)...
 Antes, já os judeus da Diaspora habitavam há muito ao longo do Zezere nas Beiras(desde Belmonte) buscando cultuar a Deus junto dos rios que eram próprios a sua tradição...aqui há referências a um S.Jordão , a um loco de Gericó e um lugar chamado de Judiaria...E sabe-se que têm um fundo comum em suas tradições,com os lamentos sírios importados para as Hespanhas ... Assim os suspiros e ais ali ouvidos antes ( o seriam de facto) como reminiscência de tais cultos naturalistas,antes de cristianizados...Talvez memoria dos prantos celebrando em Junho a Adonis,que morre e ressuscita todos os anos,o deus vivificador do trigo...S.Jerónimo presenciou-o e relata-o entre os gentios da sua época...Entre nós na vizinha vila beirã de Monsanto,nas procissões nocturnas da Semana Santa,mantém-se a existência do coro pranteador dos Héus,assim mesmo chamado...Tal como no Fundão (as 3 Marias do Héu) ..a caminho da comenda templaria de Castelo Branco...


3.7.12

Atenção: 4ª fª dia 4/julho -ultimo dia de inscrições


Em Tomar. junto á  Porta da Almedina do castelo . Domingo 8 de julho. . 
- 11horas- Evocação do Desfazer do Cerco de 1190. Acesso pela Mata dos 7 Montes.
- 12.30 horas- Colação Templária - refeição ao medieval, sujeita a Inscrições  
 até 4 / julho -quarta-feira á noite em  templ.anima@gmail.com ou Ent.Reg. Turismo (Corredoura) ou CETHOMAR 






Iniciação á  Cozinha Medieval (Conclusão) 


4- O Templo como catedral do convívio gastronómico! 


-Desde sempre a  Mesa é  um lugar de partilha e convivio, reunião ritual- de integração / identificação na comunidade- expressão de solidariedade basica de grupo. Onde se  celebra o prazer da refeição tomada em comum.

Entre comunidades monasticas é celebração da continuidade dos laços entre irmãos e evocaão crística - ou aquando de uma iniciação/recebimento de cavaleiro na Ordem um autentico festim liturgico...

 Estando a ordem repartida por toda a  Europa e Oriente, pretende-se apresentar uma cozinha ecuménica das regiões templárias...para o que buscámos para além do receituário franco já referido, os seguintes do Trezentos : Sent Sovi/Catalunha- Form of Cury/Inglaterra- Guter Spise/Alemanha- Libro di cucina/Italia e ainda ,mais tardios, os nossos “Livro da Infanta D.Maria”  e “ Caderno do Refeitorio” (Alentejo).- além de uma colectânea franca de receitas  de albergarias cruzado-templárias.no Oriente.
Sabendo por outro que a pitança é melhorada em dias de hóspedes ou festivos, comno manda a regra de S.Bento, selecionámos uma data (1286), cerca da qual se terá realizado  a admissão de um cavaleiro (o sobrinho do Mestre João Fernandes ,segundo uma testemiunha de inquirições dionisinas) . Aliter , consideramos também a presença real  D.Dinis  e Isabel ( habitual na região) de modo a elevar ainda mais o nivel da festança e aproveitando  para fazer pedagogia da separação de mesas por categorias sociais na época...

Em conclusão, visamos evocar prazeres ancestrais, viajar em direcção a um  tempo dourado, imergir completamente na época , através de uma ementa recheada de sabores...assaz de iguarias de desvairadas maneiras de manjares...onde tudo se praticará com a devida moderação,de sorte que nem pareça miser nem respladeça prodigalidade fantástica,. tudo cum excelentisimo grau de bondade e perfeição... um vero conclave iniciático na sabedoria templária!...

E escolhemos um determinado momento de evocação no outono dourado da Ordem do Templo .Eclesiásticamente, situamo-nos no temporal entre o papa Martinho IV(1285) e o papa Bonifacio VIII (1303) o que em termos de gostos alimentares pessoais significa  viajarmos das enguias ao Cordeiro.. ou semelhantemente em termos de espaço, peregrinar entre o Pranto de Dornes e a Aleluia de Cem Soldos... tudo no termo de Thomar...
E várias vezes adaptámos o nome dos pratos á nossa região,por terem algo em comum...

Coincidência significativa : sendo  esta parte do comer , a parte festiva habitual de outra ou seja a Didaké ou Iniciação do cavaleiro templario , circa 1286  ...também  “neste  ano de 1286, na Terra Santa ,depois de Nª Sª de Agosto  houve festa da coroaçãpo do rei Henry de   Chipre em Acre, na casa dos hospitalarios  onde representaram a Tavola Redonda e a rainha de Femenie com cavaleiros vestidos como damas e justando entre si ; depois,  freiras com monges, que se abençoavam uns aos outros e  ainda cenas com  Lancelote , Tristan e Palamedes  e muitos outros jogos belos e deleitáveis (Chronique du Templier de Tyr-(Sur)-439-secXIV-in Les Gestes des Chiprois  )
                                                            . . .

        “Explicit coquina  que est optima medicina “       
                         ( Form of Cury) 



        30     Viandas de Carne : para o tempo dito  normal

1- Cordeiro assado  papal   (Registrum coquine- Quatrocento-Italia)

2- Leitão   recheado- (Enseignsments|46|) + Cad. Refeitorio Conventual-Alentejo-Portugal) .

3- Frango assado da Terra Santa- (receita tradicinal-porto de Jaffa)

4- Ragout/guisado de javali/porco com lentilhas-  (receita templaria...cruzada)

  PAISES
  5- Mig-raust com leite de amendoas -Sent Sovi, catalan-trezentos)
  6- Capão de S.Tomás de Cantuaria– (Goce or Capon farced--Quartrocentos-Inglaterra)
  7-Frango com erva-doce/funcho- -(cozido)  Trezentos- Italia)      
  8- Guisado de galinha  . 30. Ein gut spise-Alemanha- Trezentos)
  9- Codornizes  recheadas-    Cailles-  Viandier…)


Segundos pratos / Alternativos

10--Fabata- ( Favas cozidas de  S. Luiz)-(Ménagier.- Cretonnée de féves nouvelles).
11- Legumes monacais  cozidos-    (Buttered Wortes- Harleian MS. 279 |   Inglaterra- Quatrocentos)
12-Omelete  do  Templo -  aliter: La belle allumelle-p.209-Menagier?)                  

13- Tarte da Trindade 192. Flampoyntes.- : England, 14th century  : Forme of Cury |        -                

14Tarte de alho,queijo,passas e especiarias.Libro di cucina- sec XIV –Anon.Toscano-ITALIA-

15- Empanadas de carne- Nola
16- Pasteis de carne- Livro D.Maria

PAISES
17-Tarte de queijo e bacon-.( 44. Ein gut gebackenz  )---ALEMÃO
18- Almondegas  cozidas-.. (LIMONIA/Hummâdîya) : Kitâb al-Tabîkh- Bagdad  -sec XIII.-ANDALUZ
19- Folhas de vide  recheadas de carne-  .... comendas italia e oriente... ITALIA

Sobremesas:

20-Manjar branco  de um capão (ou galinha). Viandier –França-do Trezentos) .
21- Queijadas   -(Almojavenas , do Livro de D. Maria, Portugal)  
22- Fartens – receita de origem árabe , comum no al-Andalus.
23-Cus de lobo- do  Almorol -  ( barquilhos)- in Domingos Rodrigues  -II parte- 4,4)
24-Crepes-Crispellas-Lib.Coquina,-Blaunche-escrepes–Trezento|B.L.Additional32085.Anglo
25-Fruta da Sertã-Nola
26-Doce Verbo –(ou Rolo do  profeta Ezequiel) (Gyngerbrede-Harleian MS.-Quatrocento-Inglaterra.

PAISES
27- Mirrauste de maçãs-   (243. MIRRAUSTE (158)  ?  de  manzanas-pomada?)-   CATALÃ
28 Rissois de  fruta-90-Rysshews of fruyt :  sec XIV - Forme of Cury- INGLÊS
29- Doce de S.Gregorio Nazianzo-     doce Armenio).
30-Postre S.Longinos-leche frita-ESPANHA /-Leite grelhado-roasted milk(47.Ein geriht)-Alemanha





                 30  Viandas das Quaresmas –   banquetes do Purgatório  -   nov-março

Rol de Peixes:

1-Receita do peixe Templário  . (Comenda de  Richerenches –França).
2-Sável  tagano ou  fataça assado na  telha-   Tradicional,regional)-        
3-Fritada de Irós do rio-  Cad.Refeitorio  e Dornes-comenda da Ordem)

4--Ameijoas na caçarola-   - Nola )  
5--Vieira do Caminho-  To make Nowmbyls: England, quatrocento
6--Mexilhões -Menagier
7--Peixe de S.Iria  - Tradicional- Zezere, cozido adaptado)
8-Peixota Franciscana  -(Hespanhas-região de Burgos)-

PAISES
9-Enguia assad(Elus Bakyn-Quatroctº-MS HarleyEngland- - Enguias S.Guilherme de Pavia. Nola.
10-Lucio recheado-.  ( 17. Von geülten hechden)-ALEMANHA
11-Peixe frito com molho agridoce- ( A dauce egre., sec XIVº- Utilis Coquinario- INGLATERRA
12- Lucio com romãs - comenda de Coulommiers- -FRANÇA
13- Dourada  recheada de ameixas de  Damasco- cozinha de albergue templario-CRUZADO)


Segundos pratos/ alternativos

14-Favas andaluzas-  La cocina arábigo-andaluza-
15-Ervilhas-para um dia de peixe -Ménagier (Potages comuns) -  Trezentos  -França.
16-Pasteis nutritivos-. Enseignsments |170|- Por fere pastez norreis -França-Trezentos
17- Empada de peixe-Cad.Refeitorio
18- Panelada de molho branco de alho porro-  Menagier”-França/ 90-Potage de Porrada - Nola).
19- Castanhas- puré castanhas .

PAISES
20-Fritura de ervas com mel-  . ( Forme of Cury-: |  156. Frytour dos erbes- Trezentos- Inglaterra).
21-Puré de Jerusalem.- Ein gut spise- 62. Ein mus – quatrocento- Alemanha.
22-Torta de peixe e frutas-   | Forme of Cury | 175- Tart de Brymlent.  –Inglaterra-trezentos.
23-Pasteis de peixe-.  (Ein gutter spise .15. Von pasteden- Alemanha- Quatrocento)-


Postres/Sobremensas

24-Milharas ou carolos de mel ----Tradicional)
   25- Confeito de marmelada- -  Libre de  confits". cuatrocentista  –catalan
   26- Cidrada conventual-(Cad. refeitorio, do seiscento-Portugal
27- Castanhas em mel - Tradicional)..

 PAISES
28-Fritos de maçã para a  Quaresma -  Libro di cucina-quatrocento- (Anonimo veneziano)-italia).
29-Tarte fresca de leite de amendoa e frutos para a Quaresma-England,Quatrocento-Forme of Cury)
30  -Tarte de noz e maçã-...  61. Einen krapfen- Guter Speisen-Alemanha-do quatrocento.  


  E aqui termina este tratado das viandas , segundo os desvairados usos das nações do Templo...
 Deo gratias!    

Á  Ração !   ...À Ração !    ...Irmãos !  ...                              





2.7.12

Em Tomar. junto á Porta da Almedina do castelo . Domingo 8 de julho. . - 11horas-


                                                 
Em Tomar. junto á  Porta da Almedina do castelo . Domingo 8 de julho. . 
- 11horas- Evocação do Desfazer do Cerco de 1190. Acesso pela Mata dos 7 Montes.
- - 12.30 horas- Colação Templária (refeição ao medieval, sujeita a Inscrições prévias
 até 4 / julho -quarta-feira á noite em  templ.anima@gmail.com 
ou Ent.Reg. Turismo (Corredoura) ou CETHOMAR 

Organizado por  : Templ'Anima-Associação Cultural , de Tomar . 
 Apoios: Ent.Reg. Turismo Lisboa e Vale Tejo.  e CETHOMAR 





Iniciação á  Cozinha Medieval (Continuação) 

3- Onde se fala de um “fogo lento”  experimental...

-  A cozinha evoluiu num tempo lento: Não o dos tachos mas o da história... o tempo longo das estruturas, de que fala  F.Braudel.
-há receitas fixadas há seculos na sua forma e interpretação-   as maneiras de se alimentar inscrevem-se tb nesta teoria da longa duração...
Observa-se que entre os sucessivos  receituários há ligações,encadeamentos,analogias que transcendem as épocas...
 Assim podemos dizer que há uma certa continuidade, na baixa idade Media, concretamente do Duzentos ao Quatrocentos, que é o periodo em que incide esta longa demanda na tentativa de demonstração da cozinha monastico-cruzada e cortês, contemporanea dos cavaleiros templários (à  falta da original e própria)...

Desde o sec XIII, aparecem  livros de cozinha em toda a Europa . Do Trezentos são conhecidos, integrados num codice terapeutico atribuido a Mondeville -físico de Filipe o Belo!(ligado aos templários,pelas piores razôes...)   3  manuscritos  de receitas: Enseingnemenz,/franco,  Tractatus de modo preparandi/monastico e Liber de coquina/toscano, além de um rolo-único sobrevivente no género-pertencente ao bispo de Sion e mais tarde copiado por Taillevent no Viandier...

O receituário é apresentado  em geral sem as proporções dos ingredientes.  Se se pretender fazer uma actualização , há que ter cuidado na interpretação das receitas medievais :  ter em conta a natureza épocal dos  ingredientes, utensilios ,termos empregues para os modos  de cozedura,
Sabores e  aromas são de  reconstrução dificil…principalmente atenção ao paladar-não muito estranho-cozinhado de forma aceitável para a época- (deles e nossa...) um certo equilibrio no doseamento das especiarias, para não causar enjoo, devido a elas serem omnipresentes do primeiro prato á sobremesa... em suma: trata-se de um desafio experimental e histórico em que é preciso provar ,alterar e misturar de novo, até que o palato,o olfacto e a intuição...ditem a obra alquimica comestível...o sucesso requer alguma experimentação!

No que respeita `a composição dos menús, observa-se que há varios serviços. dois,três ou quatro, por refeição, mas dentro de cada um desses serviços, figuram varios pratos justapostos e não sequenciais, dos quais os convivas escolhem um ou dois.

No  serviço franco que estrutura  a refeição gótica , os assados (peças inteiras,recheadas, postas no espeto e finalmente trinchadas á mesa)  situam-se sempre no centro da refeição, sendo precedidos pelos potages(leves ou grossos) e entradas ( charcutaria,frutas frescas) e seguidos pelos entremetz e sobremesas,depois de levantar as toalhas...(vide Menagier)
Mas não se trata de um esquema rígido. Os vários serviços podem afinal ser percorridos por potages/cozidos e patés...tal como pela  mistura salgado-doce...(os sabores doces só são reservados á sobremesa a partir do sec XVII)...

Na sua origem, os entremets (literalmente: as "entre-iguarias") são  servidos entre uma iguaria e outra , enquanto os convivas esperam pelo próximo serviço . Podem ser comestiveis ou um momento  de música ou momos...

Algumas Referências Históricas sobre Menús :

REGIMENTO de 1258- 2 viandas(carne ou peixe) adubadas , sendo uma de 2 guisas(modos)

-A todos os freis-2 pratos de vianda à  escolha- art, 185- Regra  da Ordem do Templo.

- Refeição de S.Luis-1234-Sens-Quaresma --cerejas c/pão trigo branco,2-favas novas cozidas em leite, 3-peixe-enguias em filetes e grelhadas,lagostins ,empadas, requeijão, 4-arroz em leite de amendoa perfumado c/canela=manjar branco, 5-fruta de epoca.

- Abade laguy a seus confrades- -1378
1- entrada - vinho ,   coscorões,  maçã cozida , figos e cerejas
2-prato c/molhos, peixe cozido ou grelhado ,carne assada, caldo cereais
3- conservas/compotas-confeitos bolos/fritos -frutos secos, empadas,
-
Locais templarios :
- Fonte Arcada-1144- visita do bispo porto-3 carneiros ,2 leitoes ,4 cabritos ,4 patos,
12 galinhas, 2 puçais de vinho, 2 onças de pimenta ,alhos, cebolas, pão trigo,
 0.5 alqueire de manteiga e 40 ovos.
-Soure- 1295-o mestre dá aos cónegos visitantes- 1 carneiro esfolado, 16 frangos,50 paes trigo,1 almude de vinho.

D.João I-no Rossio:carne assada,confeitos de erva doce e amendoa,cidrões e cerejas

Menus/rações monasticos :
1- - Cluny-sec XII-costumes de Ulric
2 refeições todos os dias.- com reforço nos dias de festa…
Almoço- 2  pratos de legumes cozidos –1 libra de pão-1 hemina de vinho, mais suplemento ou Pitança- 3º prato de frutos  e legumes
Come-se em silencio, escutando leituras edificantes-comunica-se por sinais..

2- Abadia borgonhesa- dias especiais- refeiçoes extraordinarias como nos palacios…
Sopa de legumes substituida por  pratos de carne  e uma torta com ovos- sec
Vinho temperado com mel.. sec XII
3- Rações  mosteiro de Corbie/França- Em Corbie,  , cada irmão recebia diariamente 1,700 kg de pão, 1,5 litros de vinho), cerca de 100 gramas de queijo, 230 gramas de legumes secos (favas ou lentilhas), 25 gramas de sal, um grama de mel e 30 gramas de gordura animal./toucinho   .  

4-Menu de Pombeiro: - 2 pratos de alimentos guisados (peixe ou carne de aves)…
-1 prato de legumes e /ou frutos (cozidos ou frescos) conforme a época

COZINHA CATARA- FIM DO SEC XIII
  Aves de capoeira-galinhas ,ovos-, gansos, carneiros e ovelhas, flancos de porco salgado ou fumado-  gelatina de trutas, peixe frito em azeite,  - empadão grande para os bispos..


Comendas Templarias  catalãs  -visitações de 1289: Dispensas :
Em  MONZON-250 carneiros para a mesa do castelo.- Em-CORBINS-8 porcos e 2 leitões

Modelo alimentar Nobres-sg Livro de contas da Catalunha-sec XII:
 --Carnes finas-galinha-frango-capões e gansos/criação.
Tb carneiro-porco-cordeiro. Ausencia de produtos de caça

1.7.12

Domingo 8 de julho. - 11horas. Evocação do Desfazer do Cerco de 1190





Em Tomar , junto à  Porta da Almedina do castelo. Domingo 8 de julho. 



- 11horas. Evocação do Desfazer do Cerco de 1190. Acesso pela Mata dos 7 Montes.
- Justa simbólica entre o Bem e o Mal . Lutas a pé , com máscaras .
- Visita à Pedra dos Cavalos e à Cruz da Rosa.
- Tiro aos Filipetos(Filipe o Capeto,etc) . Demonstração com Arco longbow.

- 12.30 horas- Colação Templária (refeição ao medieval, sujeita a Inscrições prévias ,
 obrigatorias até 4 / julho -quarta-feira  em   templ.anima@gmail.com
ou Ent.Reg. Turismo (Corredoura)
ou CETHOMAR

Organizado por Templ'Anima-Associação Cultural ,de Tomar .
Apoios:  Ent.Reg. Turismo Lisboa e Vale Tejo e   CETHOMAR .
Referido na  Newsletter  da Entidade de Turismo  e também na Agenda Cultural da Camara.



                                INICIAÇÃO´ À  COZINHA  MEDIEVAL

1—Natureza externa :  apresenta-se com  uma Identidade
“A  cozinha medieval faz parte do património cultural europeu. Para lá de pequenas diferenças regionais,encontramos  receitas de cozinha comuns a toda a Europa medieval. Os cozinheiros utilizam tecnicas culinárias comuns, as elites europeias gostam de sabores próximos, os médicos tem discursos comuns em matéria de dietética  Encontramos uma base comum que nos permite falar de uma cozinha medieval europeia.” ”-Lilliane Plouvier« Multiculturalité, identité européenne et habitudes alimentaires » (Project CE -DG Education et Culture)2000  

De facto, se observarmos o relato de alguns  banquetes e festas senhoriais encontramos  productos básicos semelhantes, abundância e  variedade de pratos selecionados conforme os temperamentos,um  serviiço  ordenado segundo categorías sociais , presença de músicos e histriões, importância da surpresa ...

Contudo há alguma diversidade dentro desta unidade.. A Natura oferece aos homens alimentos diferentes segundo as regiões e em cada região há opções entre produtos conforme a sua cultura, pensamento ou crença... Há um significado simbolico dos alimentos... manifestação de  particularidades culturais (arabes, judeus,cristãos)....
Diz o Al-Khithab  a propósito das varias nações : “muitos são afeiçoados e inclinados para os alimentos que outros detestam.”..
Assim os cátaros ,no fim do sec XIII, comem flancos de porco salgado ou fumado,mas ignoram o melão e alcachofra, trazidos peloa  árabes no Trezentos  á  Catalunha..(Montaillou)

Observa-se uma diferenciação religiosa e social no consumo., como diz Teresa de Castro in La alimentación castellana e hispanomusulmana bajomedieval ( 1996) : “Os castelhanos são  por própia vontade essencialmente carnívoros, e gostam de carne, de gorduras animais e de outras formas de guisar que não sejam os fritos (os fritos à base de legumes verdes constituem a entrada da Pessah judaica)... Os  muçulmanos  vêem-se a si mesmos  como sóbrios no gasto e  consumo alimentares, e não muito  carnívoros. ..No  Al-Andalus  as frutas e os cereais são os alimentos mais elogiados, e o vinho o mais  criticado...  Estamos perante um paralelismo, não face a  uma convergência alimentar, no mediterrâneo hispânico ”.
Há sem dúvida,uma influência indirecta da cozinha muçulmana na cozinha cristã  como resultado de um longo período de contacto na fronteira em movimento... principalmente quando o Al-Andaluz era um modelo cultural luxuoso a imitar (vide a loucura das especiarias sg F.Braudel)..
.No entanto há que fazer uma análise cuidada do receituário: assim, quando se fala num prato  mourisco  isso pode tão só significar uma côr mais escura de um prato...não uma receita igual...


2- Natureza interna : na  preparação é  uma  arte da  Metamorfose

Desde o mundo classico (greco-romano)- a cozinha é entendida como a  arte de combinar alimentos, meio de correção da natureza e de manter o equilibrio dos humores (elementos que compõem o corpo) com alimentos temperados e equilibrados (recuperando esse equilibrio se doente-sg. o Hipocrates o medico grego) - adicionando alimentos de natureza fria ,quente ,húmida ou  seca e suas combinações,   compensando os humores insuficientes ou corrompidos nas partes doentes do corpo –(vide Tacuinium Sanitatis,sec XIII)

Como afirma J.Flandrin  (in Historia da Alimentação) , a propósito da arte culinaria enquanto arte correctiva dos alimentos: “Assim as virtudes naturais ou qualidades dos alimentos-que são instaveis-podem ser acentuados reduzidos transformados pelas condições do meio e pela pereparação ou tratamento culinario dos alimentos.  Os varios modos  de cozinhar são assim meios para modificar as propriedaes naturais dos aliments e para melhorar a  saúde.     Cozinhar misturar transformar -  eis a suprema  Arte da cozinha : também tornar os alimentos mais agradáveis ao paladar e mesmo á vista” ...  como na  metamorfose ovidiana !
Com  os árabes a cozinha torna-se uma arte do tempero  e de  combinação de ingredientes  que modificam sabores e consistências ( propriedades dos alimentos). As especiarias dão sabor ,salientam o paladar, diferenciam iguarias : se a acidez é excessiva corrige-se com adoçantes ou mosto  - dai o agridoce. A acumulação de ingredientes e especiarias-tem função de correção dos aliments,segundo o mouroRazi ...

Cozinhar-cozer-tem pois como função primeira-tornar alimentos mais digestos . De facto  a  cozinha nasce e convive com o  receituario magico e a farmacopeia-(herbarios)  com sua utilização ritual e simbolica... receitas relacionadas com a saúde- a que Bruno Laurioux chama a “cozinha medicinal” ...No sec XIII surgem obras  manuscritas contendo preceitos de saúde e de cozinha destinados á aristocracia : como o  Régime du corps  de Aldebrandin de Sienne( 1256)  que   recomenda as  especiarias na condimenrtação das carnes para as tornar mais  digestas-  a digestão é uma cozedura corporal…(enquanto os alimentos vegetais são de dificil digestão para estomagos nobres) …
A condimentação tem função de corrigir os vicios dos alimentos…alimentos humidos como a carne de porco levam mais  sal, alimentos secos e delicados como galinhas e  perdizes-levam pouco sal…

Assim através dos condimentos, se aumenta a bondade dos alimentos . Mudando o sabor de um alimento, modificava-se a sua natureza...segundo se julgava na época...
Barthelemy, o Inglês, defende em seu quadro de sabores, que estes ordenados por suas qualidades(quente,temperada,fria ) ... são transmutáveis nos que se lhe seguem, por acção do calor...pela cozedura...
Como exemplos destas transmutações : os frutos verdes de sabor acerbo ou acido adquirem por acção do sol ao amadurecer um sabor doce ou gordo...por sua vez, o mel de sabor doce, toma um sabor amargo ao caramelizar por acção do fogo.

Entende-se na época, que tudo o que alimenta veramente tem em si pelo menos um pouco de sabor doce...portanto moderadamente quente.
As substancias que apenas tinham sabores frios(acerbo,acido) ou quentes(acre,salgado) não podiam servir de alimento,mas apenas de medicamento e/ou condimento. Por isso-uteis para equilibrar o sabor ou temperamento dos alimentos demasiado frios ,demasiado quentes ou insuficientemente doces... cozinhar é também e afinal uma operação de adoçamento...
 Os gostos ou repugnâncias sáo fisiológicos...caracteristicos do temperamento de cada um...Assim, cada um devia comer segundo sua natureza ou humor dominante.
 Daí resultava que  no serviço medievo á mesa colocavam em simultâneo, defronte dos convivas  varias iguarias ,das quais cada um escolhia segundo seu gosto ou temperamento...  (Continua)...

9.6.12

Exposição Templaria em Troyes (França) este verão



Em 2012, Aube en Champagne, berço da Ordem do Templo, convida à descoberta dos primeiros templários através de vários eventos durante seis meses:



Grande Exposição em Troyes (França) : Templários. Uma história, o nosso tesouro 
do dia 16 de junho ao dia 31 de outubro de 2012,

Colóquio internacional, s/Templarios- 24/26 Outubro-Troyes- onde participará a n/Associação Templ'Anima, com o prof. Ernesto Jana.



Templários, uma história nascida em Champagne

A história da Ordem do Templo está estreitamente ligada à história de Champagne e, particularmente à do atual departamento de l’Aube. Fundador e primeiro mestre do Templo, Hugues de Payns nasceu num vilarejo perto de Troyes. E foi no concílio de Troyes, em 1129, que a regra da Ordem foi redigida e adotada sob a égide de Bernard de Clairvaux. A região Champagne reúne grandes figuras da Ordem do Templo e das Cruzadas. Na Idade Média, sob impulso dos condes de Champagne estabelecidos em Troyes e em Provins, esta região é, por excelência, a terra dos aventureiros do Oriente…

Templários, os tesouros de Aube en Champagne

Setecentos anos após a dissolução da Ordem no Concílio de Viena, em 1312, a exposição Templários. Uma história, o nosso tesouro revela a história e a vida da Ordem apoiando-se nas últimas descobertas científicas. O visitante caminhará do imaginário à realidade histórica.

As peças mais importantes serão expostas. Entre elas: o rolo do processo que restitui, sobre mais de 20 metros de pergaminho, os interrogatórios dos templários. Este precioso documento, raro e frágil, constitui um empréstimo, a título excepcional do Arquivo Nacional. O público terá igualmente acesso ao tesouro monetário da comenda de Payns (Aube) –1ª comenda templária do Ocidente – bem como aos tesouros arqueológicos da comenda de Avalleur (Bar-sur-Seine, Aube), expostos pela primeira vez .

Seis meses de acontecimentos para todos

Para completar a exposição… conferências, um colóquio internacional sobre a economia templária, espetáculos e visitas guiadas são propostas a partir da primavera de 2012. Para percorrer a trilha dos templários em Aube, foram igualmente organizadas caminhadas, passeios e caça ao tesouro (na floresta do Oriente), e visitas aos locais emblemáticos: comenda de Avalleur, museu dos Templários-Hugues de Payns, visita guiada à cidade de Troyes em Troyes sobre o tema dos templários, abadia de Clairvaux…



Exposição aberta todos os dias, do dia 16 de junho ao dia 31 de outubro de 2012, entre 9:30 e 19:00. Troyes. Hotel-Dieu-le-Comte. Entrada livre

Museu Hugues de Payns aberto todos os dias, exceto às segundas e terças-feiras

Comenda de Avalleur, Entrada livre, todos os dias entre 14:30 e 18:00

Abadia de Clairvaux- visitas guiadas todos os dias

Veja o site Aube Templiers 2012

26.5.12

Os Tabuleiros em Carregueiros ou outra prova das influências orientais nos cultos da região



                                      
A propósito da procissão dos Tabuleiros que se faz todos os anos na freguesia de Carregueiros(Tomar)   e mais uma vez  hoje  27  Maio. ..Domingo do Espirito Santo: concentram-se os tabuleiros no adro da capela de Santo Amaro sita na rua da Cerca.São da altura das raparigas que os trazem e correspondem tradicionalmente a uma promessa feita ou agradecimento de graça recebida. Tabuleiros com suas fiadas pentaculares(5 canas),cada uma com 6 pães de 400 gramas,enfeitados com flores naturais e espigas de trigo; encimados pela  pomba do Espirito Santo.
Procissão que traduz a antiga oferta das primícias das colheitas,o linho e o pão,sob a forma de fogaça a depositar no altar, como ainda se faz no lugar do Freixo-Alviobeira(por exemplo)onde antes da missa há a recolha dos tabuleiros e oferendas.Também fora do concelho,nas regiões da Batalha e Leiria,as moças desfilam com açafates de pão enfeitados à cabeça.   Raparigas com o traje branco virginal rendado,faixa de seda colorida,sapatos de carneira branca;os mancebos a seu lado de fato domingueiro.
Á frente, alçada a cruz de prata,logo seguida de dois confrades- mordomos com lanternas e o Pendão;segue-se o juiz com a coroa de prata lavrada;ao todo sete confrades do Divino Espirito Santo com suas opas vermelhas; precedendo-os os bombos e gaita de foles.Depois o povo. Segue a procissão até ao outeiro da igreja de S.Miguel - o santo dos lugares altos - já fora da povoação.  Ali há missa cantada e benção do pão; benzem-se os tabuleiros e revezam-se os irmãos.  No regresso a procissão dá a volta às ruas da povoação e segue até casa do juiz,distribuindo-se ali o pão bento. Dantes , até ao sec.XVII, o bodos faziam-se nas igrejas...
Em sua casa,enfeitada com vasos de trigo,feijão e aveia - os quais são semeados 3 semanas antes - crescendo no fundo escuro de uma arca e  pela ausência de sol, nascem uns filamentos amarelados assim como cabeleiras louras. Então o juiz sentando-se na cadeira,entre as cabeleiras,vai impondo sobre a cabeça de quem o desejar, a coroa ,ao mesmo tempo que invoca o Espirito Santo, comunicando as suas graças,a esperança messiãnica na potestade divina,de que a terra sempre dará bons frutos..
.À tarde há baile á frente da casa do juiz,cantando-se ´a desgarrada e bebendo vinho ofertado pelo juiz.
Repare-se no vaso com as cabeleiras ...ao lado do juiz , numa evocação que fizemos o ano passado durante a festa dos tabuleiros em Tomar, junto á albergaria medieval de S,Brãs .

No dia seguinte faz-se a entrega da coroa e do livro de registos da confraria ao novo juiz,depois do almoço ritual de carneiro,com os confrades mais velhos,ficando alguns borrachos.Na sua nova morada faz-se a conferência das alfaias e os juizes dão o beijo da Paz medieval.   Realce para o facto que a coroa de prata da freguesia é uma das mais antigas e preciosas do concelho ,que durante as invasões francesas esteve escondida de baixo de um degrau de pedra na soleira de uma porta da terra....
Estralejam foguetes à compita ostentatória entre velhos e novos mordomos,durante horas!
Actualmente o numero de tabuleiros tem vindo a diminuir,tal como noutras freguesias,devido á raridade das promessas. No rosto dos jovens que os transportam é visivel o cansaço  e não só pela falta de hábito de transportes á cabeça: a questão é que dantes eram todos mesmo romeiros e havia neles uma força interior que os animava,era o "enthousiasmus",a entrada do "sopro de Deus" neles,a fé na promessa...Hoje resta a afirmação de identidade do lugar...que esperamos que continue!
Quanto á origem da festa, costuma dizer-se que se perde na noite dos tempos... curiosamente é da escuridão no fundo da arca, onde germinam as cabeleiras, que vem a luz sobre o assunto.Sem significado ou  relação lógica aparente,neste ritual dos mordomos é possivel afinal descobrir uma espécie de vestigio de arqueologia teológica, tradutor da sua verdadeira origem...
Efectivamente relata-nos Ernest Renan na sua "Missão na Fenicia" que ali encontrou vários vestigios de cultos a favor das chuvas e da regeneração da vegetação,entre os quais o seguinte cerimonial: as mulheres cultivam em suas casas os chamados "jardins de Adónis", formados por vasos domésticos nos quais se semeiam no escuro e no calor das habitações, gramíneas como o trigo e ervilhas;as plantas germinam rápido sob a acção do calor,mas expostas à luz logo murcham,devido à fraqueza de suas raizes,simbolizando o definhamento da vegetação- a morte do trigo pelas ceifas - a existência efémera da divindade.  Também no sul de Espanha,   Franz Cumont, no seu estudo sobre a antiguidade dos cultos sevilhanos , constatou  que nos primeiros séculos da nossa era se compravam vasos e sementes,plantando-se e semeando-se os "jardins de Adónis" por ocasião das festas locais; os quais se levavam em procissão percorrendo os crentes descalços os campos . No final os jardins efémeros eram lançados no abismo ou poços.Ritual segundo ele introduzido nas Hespanhas pelos fenícios e cartagineses,o qual parece, ainda não desapareceu de todo...Também em Monsanto se fazem despenhar potes de flores nas festas locais...

20.5.12

Reconstituição do selo do concelho de Tomar em fins do sec XIII


  

Evocando o primeiro simbolo identitário conhecido do burgo de Tomar, no sec. XIII..

Em resultado do nosso trabalho de pesquisa sobre esse selo -entretanto desaparecido- chegámos à seguinte  reconstituição do que seria a bandeira primitiva do concelho , com vista à valorização da memória das origens ;elaborada com base em figuras de iluminuras medievais, por ser

conhecida apenas descritivamente,


Ponto de partida: a informação do historiador  Pinho Leal, na corografia“Portugal Antigo e Moderno”,1873- que  afirma o seguinte. :

“A bandeira da vila,tal como o selo do concelho era ainda em 1319: de escudo redondo dividido por cruz em 4 partes : no primeiro quartel , o conde Britaldo com ceptro; no segundo Banão com um punhal na mão direita, junto a uma árvore; no terceiro uma torre ou castelo; no quarto Iria degolada , caindo ao rio... com inscrição em redor”.

  Procurámos também  confrontar esta informação ,nomeadamente com   um documento de 1288 na Torre do Tombo com selo do concelho (referido pelo prof.  Armando Castro), mas já nada é perceptível hoje no selo, devido a ser de cera...in gaveta de Documentos da Ordem .

Assim a  composição da  imagem  é obtida  a partir de uma selecção de figuras  de iluminuras coevas, de modo a manter o traço de época.  E o tipo de letras da inscrição em redor , é baseado  na inscrição pétrea primitiva existente no castelo acerca de Gualdim.  

A solução encontrada foi cotejada com a opinião de varios historiadores locais. 


Com base neste  desenho já  foi elaborado  um pendão em pano  com 70 cms de altura. 

Esperemos que possa ser hasteado em próximas cerimonias públicas do concelho.  

 

 

22.4.12

O Segredo de Madalena




                 
Que fazem  Maria Madalena e Gualdim o Mestre templário , no mesmo espaço?

Venha ver para crer…a realidade para além das estórias de Dan Brown, que não conhece os verdadeiros sinais …essa parte do tesouro tal como outras está realmente em Tomar e não  em França…
Ha indicações para aqueles que tem olhos para ver…

 O  codigo de Dan Brown confabula a partir de uma construção eclesial de fins do  sec XIX  (Rennes-le –Chateau/França)   erguida há pouco mais de cem anos pelo padre Sauniére em menagem a S.Maria Madalena ; nas vizinhanças de uma  antiga e modesta comenda  templaria (Aleth les Bains).  Tal deu fama a esse lugar e a muitos outros onde corre a sua estória, incluindo locais ingleses que rápidamente duplicaram o numero de visitantes…que vem em busca dum halo de misterio  …
Porém ,nós  aqui em Tomar,  temos para oferecer outra realidade e bem mais antiga sobre o assunto, mas desconhecida da maioria dos nacionais e dos estrangeiros…
Comecemos pelo principio . Quem era  esta S.Maria Madalena , que a igreja Oriental hoje comemora (  2º   Domingo apos Páscoa)…

               
Natural de Magdala, cidade da  costa ocidental do Mar da Galileia,  Maria Madalena era  uma das discípulas mais  amadas do “rabi” Jesus , segundo as memórias disponiveis da época , acompanhando-o para todo o lado desde que O conheceu. Madalena é a que lhe lava os pés  cansados do Caminho, com um frasco de bálsamo, a que assiste  à  Crucificação, e a 1ª testemunha da Ressureição.   
Depois segundo uma tradição veio de barco para sul de França com familiares , onde acabou seus dias,ajudando a evangelizar a região.

São trazidas da Provença  as ossadas de Madalena para  Vezelay-Borgonha-  onde se ergue igreja com  fabuloso portal ,expoente artistico da época em 1118, o mesmo
ano do inicio da Ordem templaria a Oriente e também  ano do nascimento do nosso Gualdim Pais nos arredores de Braga.

 S.Bernardo- que pregará a 2ª Cruzada deste portal, chama entretranto a cavalaria templaria “ à obediencia de Betania “ o castelo de Maria(Madalena) e Marta(sua irmã) .Ou seja : os freis cavaleiros devem fazer seu serviço cortez a esta "noiva espiritual  " Maria de Betania ...tal como as freiras se entregam a Cristo (ficando suas mães como “sogras de Deus” na curiosa expressao de São  Jerónimo)…
No seculo seguinte a  Legenda Dourada  de  Jacob de Voragine, cronista e arcebispo de Genova  chamará significativamente a  Madalena –iluminata e iluminatrix- (iluminadora) - a que confere a Luz-  portanto iniciada e iniciadora…

E o seu culto expande-se por varias regiões de França. Em 1295 o centro do culto polariza-se em St. Maximin (Dep. de Var) onde foram reconhecidas  ossadas superiores  às  de Vezelay  - ainda hoje há  anualmente uma  procissão da cabeça de Maria Madalena- o crâneo em exibição na basilica local- recoberta com máscara dourada quando sai á rua em Julho…(neste ponto convêm lembrar a célebre acusação do culto às cabeças- atribuido aos templários)… 

 Naqueles tempos a cavalaria tratava a Mulher por igual …o tempo dos romances  de Amadis e Oreana ,  na tradição arturiana de que ainda resta no nosso Quinhentos : a saga de Palmeirim  em Almorol e as medalhas metalicas dos arreios dos cavalos dos freis ,onde se figura a iniciação por uma mulher ( que na linha do que relatamos  da Legenda , bem pode ser Maria Madalena, a iniciadora)… e uma palavra Amor…(iniciático/espiritual).

                      
Depois  sobreveio a morte dos ideais cavaleirescos , com o Renascimento enquanto contrario à ordem antiga  definindo-se pela negação das” trevas” (mas onde contudo havia luz ) onde a mulher perde estatuto -antes poderosa-vindo da antiga tradição céltica  presente na Galia de Chartres  sendo S.Bernardo um dos ultimos avatares dessa época .
Aqui em Tomar , o nosso Filipe o Belo tenebroso  chega  2  séculos depois de França- o frei Antonio Moniz (nome ainda com sucessores) arrasa a tumularia dos mestres cavaleiros templarios …ao mesmo tempo que encerra a cavalaria nova no Convento- de onde contudo alguns ainda resistem –disfarçados de pastores , encontrando-se na Mata dos 7 Montes  (sg conta a Lusitania Transformada) esse pedaço da floresta do Sangral…que cerca o castelo de Tomar…
Aqui talvez como memoria escondida desse periodo aureo o ultimo ” templario” perseguido…talvez o que assinou DP nos frescos dos primeiros claustro conventuais  conseguiu deixar  nesse mesmo sec XVI  ,no Panteão dos Mestres,  a sua  mensagem  secreta nas mãos  de S. Madalena de mãos  postas, significativamente  colocada na capela templaria …Se repararem olhando de baixo mas com sentido elevado verão o sinal: as suas mãos desenham uma fechadura-sinal da chave do misterio…ali colocado disfarçadamente e só visível  de certo angulo -o da Verdade  templaria irénico- ecumenica entre filosofias e géneros (onde tb havia freiras neste seu castelo principal,um dos 3 a Ocidente e hoje único completo)… Afinal Madalena está assim  unida  à  filosofia templaria desde o ano de seu nascimento…e a S.Bernardo como seu mentor… resíduos de uma velha  iniciação matriarcal…a que se seguiu  o banimento oficial das mulheres  co-celebrantes rituais  até hoje..  Alguns até incomodados com a sua presença nessa capela  fazem crer  que ela é  santa Barbara –porque está a olhar para o ar, esquecendo o pote de perfume a seus pés…que a identifica sem margem para dúvidas…






Ah , este lugar é para ver no seu conteúdo total,incluindo a nova listagem lapidar recentemente ali colocada  de todos os mestres do Templo ali sepultos…Porque aqui permanecem secretas vibrações que valem uma visita de muitos… sejam nacionais ou estrangeiros…Passem a Palavra !
  

7.4.12

Diacronia Processional



 A princípio era o Bem e o Mal. Na natureza sucediam-se os dias fastos e os nefastos em número semelhante...


Face às variações astrais , acidentes climáticos, morte e visão duma terra que floresce e gera frutos, os homens - esses Adões desterrados na floresta Primordial - invocam a magia da natura que os rodeia . A dança, o corpo, o tan-tan, o grito, são o primeiro diálogo com o sobrenatural, exercício expiatório ou prece de uma benesse...

E a festa repete-se circunstancial por todas as latitudes, sedimentando-se temporalmente os cultos sob as mais desvairadas formas rituais.

                         
No antigo Egipto, Isis, a deusa dos mil nomes, a que concedia a cevada e o trigo, era cultuada através de uma procissão de crentes: na frente ia o chantre com o simbolo da música, um livro de hinos teológicos e outro de regras de conduta; seguia-o o horóscopo com o símbolo da astrologia - um ramo de palmeiro- e os quatro livros herméticos sobre os astros; após o que vinha o Escriba sagrado, com plumas na cabeça, na mão a régua ,o tinteiro e a cana para a escrita hieroglífica; depois o Estolista com a vara da justiça e a taça das libações;finalmente o profeta com sua túnica, em cujas dobras leva a Urna sagrada exposta. Acompanhando os ministros da classe superior, seguem-se outras classes de fieis, como os pastophoros ou curandeiros e os que levam os pães.

A propósito dos pães em procissão - é bom lembrar - que a região de Selium (hoje Tomar) se integrava no tempo dos romanos em plena rota isíaca para Emerita, onde descansavam as legiões; há referências, pelo menos em dois lugares, nessa via a aras votivas dedicadas pelas sacerdotizas romanas de Isis : em Tucei e Cabrei (vide Hubner, CIL II ) .

Entretanto na antiga Síria tinham lugar os chamados Prantos de Thamuzi ou choro ritual pela morte do deus da vegetação a quando das ceifas...

Nos primeiros séculos da nossa era encontramo-los na Andaluzia (mais tarde travestidos na Semana Santa sevilhana!) trazidos pelos mercadores e mareantes fenícios - os cananeus biblicos - cujos cultos se mamtêm inalteráveis durante milénios...

Da mesma área, também os adeptos de Atis-Cibele importam para o império romano o costume de imponentes procissões aquando dos equinócios de Março, onde se transporta um pinheiro-simbolo da divindade-envolvido em fitas de cor roxa; no seu séquito, as mulheres choram : "héu, héu, Salvator noster"...tal como mais tarde nos rituais da Paixão, se lamentarão os monges bernardos...

Já na era cristã,a 25 de Abril em Roma,pratica-se a "ambarvalia": procissão através dos campos para pedir boas colheitas;o cortejo em fila , devido à estreiteza dos caminhos,seguindo desde o Corso até ao bosque sagrado dos arredores,onde se sacrificam as vísceras de um animal.

No seculo IV o papa Libério pensou adaptar esta procissão aos tempos cristãos,mas mantendo o itinerário...Mas é só no século IX,com Leão III , que se establece com vinculo certo na semana de Pentecostes, a chamada penitencial ou rogativa,onde o rei descalço e o povo participam, percorrendo os campos durante 3 dias, com a cabeça coberta de cinzas.

Na Ligúria, leva-se na procissão o Draco: estandarte que tinha pintado um dragão,simbolo do diabo.Durante os três dias, o Draco tomava várias posições segundo uma simbologia determinada. Assim no primeiro dia, ia á frente da procissão, de cauda erecta - estandarte vertical - representando Lucifer, o principio do Mal, arrogante...

No segundo dia,quando as orações começam a fazer efeito, o Draco passava para o meio da procissão e "baixa a bola" ou seja a cauda(!)-estandarte inclinado. Finalmente no 3ºdia o Draco passava para o fim da procissão e ia de cauda plana, rastejante - estandarte deitado - significando que já fora vencido...

Na passagem do milénio a febre processional intensifica-se perante o terror do desconhecido. A própria missa é uma sucessão de procissões: ao introito a dos clerigos pelo deambulatório,ao Ofertório a dos crentes,a comunhão até ao altar, acompanhadas do cãntico dos salmos bíblicos.

A sociedade medieval torna-se uma civilização visual: nas cerimónias solenes desfilam o cruciferário,o evangeliário, os candelários,o turibulário,etc...

Toda a procissão é como uma viagem primordial até ao Deus Criador de todas as cousas visíveis e invisíveis.Surgem relatos de viagens fantásticas nesse sentido, como o da navegação irlandesa do abade S.Brandão e seus monges,em demanda da ilha mística,errando durante sete tormentosos anos,pelas águas da iniciação e da purgação ou a provação regeneradora até atingir a Terra da Promessa.

Também a lenda da viagem de Túndulo,em visão ou sonho,percorrendo os infernais subterrâneos onde se torturam os condenados às trevas,ao fogo e ao gelo; depois a ansiedade do Purgatório e por fim as delicias do banquete celeste...

Imitando a viagem biblica do Rei David, a quando do transporte da Arca da Aliança, as peregrinações tornam-se a mais perfeita forma de ascese dos tempos da cavalaria. Viagens de penitência,purificação e gozo,até junto dos tumulos e reliquias dos Lugares Santos: Compostela, Roma e Jerusalém.Aqui se demanda a Vera Cruz e a Arca.

Para os vilões ou peonagem que não podiam ir tão longe, resta-lhes por exemplo a chamada Légua de Jerusalém, na catedral de Chartres (sec.XIII), labirinto de 12 m de diametro e 200 m de comprimento, que os fieis percorrem até atingir o centro, significante da Jerusalém Celeste...

Ou os monges que não saiem de seu mosteiro,viajando processionalmente pela quadratura de seus claustros,e retornando ciclicamente ao mesmo lugar,orando e meditando,na demanda da Revelação dos mistérios de Deus.Assim por exemplo, em dia de aniversário de defuntos, no convento de Thomar: depois da missa,se ordena a procissão desde a Charola à Claustra do Cemitério,indo diante da cruz o acólito com a água benta para aspergir as sepulturas,o celebrante com capa preta e o diácono a sua esquerda com o hissope.Percorrendo várias estações ou paragens- onde haverá preces e cânticos de responso- voltarão à igreja, aonde porão a cruz à cabeça do túmulo simbólico, ali feito com um pano de cruz de tela no chão ,cercado de círios; lançando-lhe o capelão por fim a benção.
                  
...Entretanto já o Pontifical dos Santos substituira o velho calendário lunar/agrícola: em Portugal,caso único na Europa,os próprios dias da semana dedicados às divindades astrais(dia de lunes,martes,etc),se convertera numa série ordenada de dias de féria liturgica romana(2ªfeira,3ª feira,etc)...

O próprio municipio de Lisboa establece em 1365 que dai em diante e"em este termo non se cantem Janeiras nem Maias nem a outro mês do ano"...As maias,eram ritos naturalistas,com flores no inicio do mês de Maio,suspendendo-se grinaldas nas ombreiras das portas-saudando a Primavera florida- como se praticava no tempo de frei Luis de Sousa na ermida da Senhora da Escada ao Rossio em Lisboa, justificando-se nessa altura tal ,como sendo comemoração de quando N.Senhora fugia para o Egipto e fora denunciada por uma flor aos seus perseguidores , vindo então um arcanjo a pôr flores em cada porta,confundindo o inimigo...

Mas todavia, as práticas ligadas às anteriores crenças mantêm-se na memória do povo : acredita-se nos encantamentos e agoiros, rogam-se pragas...os santos óleos e a hóstia usam-se para praticar sortilégios ( como no caso do milagre de Santarém, do sec XIII).

Acontece uma fusão de crenças e prácticas,uma assimilação e ritualização, de que a própria Igreja aproveita a forma tentando injectar novos conteúdos.

                   
Cem Soldos(concelho de Tomar) : A festa das Cruzes e seus simbolismos .

Na manhã de domingo de Pascoa, começam a chegar os jovens ao largo da igreja,com suas canas enfeitadas com cruzes de flores de giesta,artisticamente fabricadas.

Entram na igreja individualmente e no altar fazem canticos. O padre não intervem.

Depois saiem processionalmente: à frente uma fila de jovens com campainhas agitadas com frenesi e o cruciferário.Atrás multidão de cruzes floridas.Marcham em passo de corrida pelas ruas da povoação.Passada uma hora regressam ao largo e dirigindo-se aos degraus da igreja ali partem as cruzes contra a pedra,Morreu o cristo-Homem,viva o cristo-Deus.Ressureição.

Esta festa das cruzes tem tradições na região de Leiria,onde é costume espetar as cruzes ornamentadas de flores nos campos de cultivo contra os maleficios no agro.Também em Barcelos, no Minho,sincretica com o maio florido,se festeja a cruz.A 3 de Maio se faz a procissão da invençãõ(achamento) da S.tª Cruz e há desfile de romeiros com suas rusgas e tocatas. No chão constrioem-se tapetes de pétalas de flores naturais: ofertas do povo.Durante 3 dias cinco homens confecionam a escada da Paixão e o Coração de N.Sª das Dores.

Mas para além das cruzes enfeitadas comuns , há dois aspectos em Cem Soldos que interessa salientar,os quais estão ligados à temática dos enterros reais e liturgicos dos seculos XV e XVI .Assim uma vez mais em retorno,vejamos o caso dos tocadores de campana e a questão da quebra das cruzes.Primeiramente o relato do funeral do rei Carlos VI de França em Notre Dame(1422) segundo G.Duby :" Foi levado o corpo,como se leva o corpo de N.Senhor,na festa do Santo Salvador;por cima do despojo real um dossel de ouro levado por quatro ou seis parentes,30 servidores levam o corpo aos ombros,repousando no leito com o rosto descoberto; à frente as Ordens e os cânticos;havia duas filas à frente de pobres servidores,vestindo de preto,chorando mui alrto e levando tochas e 18 pregoeiros do corpoi; também 24 cruzes de religião,que precediam os tocadores de campainhas".

Aqui temos partindo da identificação que é feita entre o rei e o divino(comum á epoca)o espelho das procissões da Paixão: os confrades levando a imagem aos ombros,a presença dos prantos ou carpideiras,e no que diz respeito a Cem Soldos,a ultima linha é sucinta:os pregoeiros (aqui os que gritam:O Senhor ressuscitou-Aleluia!),as vinte e tal cruzes (aqui as dezenas de cruzes enfeitadas) e os tocadores de campainha(aqui também presentes).

Vejamos agora a questão das cruzes à luz do regimento português de 1502 acerca do levantamento dos reis.
                 
Quando o velho rei morria,um arauto gritava:Morreu o rei,viva o Rei!:Desciam-se as bandeiras e os sinos tangiam"como carpideiras de bronze aiando desesperos",,,adiante menestréis tocando trombetas.Vão da porta da Sé á porta da Alfandega,seguem ao Rossio e depois ao castelo de S.Jorge.No dia seguinte: Os procuradores dos mesteres e todos os outros atrás referidos, saiem do minicipio levando à frente um dos procuradores da cidade arrastando uma bandeira negra,Atrás o cortejo em duas filas vestindo luto e ao centro os juizes,segurando cada um,o seu escudo negro.Marcham até à Sé,anunciando a morte do rei.

Á porta da Sé, ouvia-se um estalido seco da madeira pintada de negro: assim se quebravam os escudos do rei! Regressando à liturgia e constatando que a cruz é o estandarte,simbolo,marca e escudo de Cristo,é evidente a analogia e o simbolismo da quebra das cruzes em Cem Soldos...Aqui se quebra o escudo do Cristo morto,e libertam-se as flores do Cristo Vivo,ou dito de outra forma: da morte nasce a vida, tal como afirma para os iniciados, a rosa nascendo da cruz , á entrada da Almedina, no castelo Templário de Tomar.

Ora Cem Soldos fica a 7 km de Tomar e era uma comenda templária. E torna-se assim bastante elucidativo quanto a uma explicação sobre a acusação filipina feita aos templários sobre os impropérios á cruz...afinal está aqui uma memoria/residuo arqueoritual visível de que tal não passava de um momento ritual na admissão/iniciação do monge templario, que se passava geralmente por alturas da Páscoa. Dúvidas?.. Vão ver com vossos próprios olhos ! É mais um momento/local a não perder na região de Tomar...

30.3.12

Aos interessados em entrar no espírito templário do Lugar




Ultrapassa o Umbral...e Conhecerás o Mistério !

                              

Acerca da representação   Didaké- Iniciação do templário

Naquele tempo dionisino, existia um Portugal verdadeiro e fundamental, caracterizado pela cooperação e pela fraternidade…hoje uma alma em dormência , nas palavras de Agostinho da Silva.
Efectivamente, a atrofia de memoria cultural, e o endeusamento do efémero, é um traço dominante a partir da 2ª metade do seculo XX . A grande maioria de nós já não é capaz de identificar as passagens centrais da Biblia ou dos clássicos, que foram o alfabeto de nossas leis e instituições...(G. Steiner)
A espessura da memória só será preservada, se dermos importância acrescida ao tempo histórico e á reflexão sobre o mistério das coisas e da vida.... ligando o conhecimento á compreensão deste nosso mundo : este , o vero culto da Sabedoria ...afinal a Idade Media foi o início da Europa de hoje ! (H. Godinho-Un .Nova) .
Urge preservar as raízes de nossa identidade e para tal , a melhor defesa (da tradição , do tempo mítico e do espaço sagrado) é torná-las vivas, fazer a recriação, actualização ,desses valores perenes e do património… (J.M Anes)
Com a perda do sentido da memoria da humanidade, o vazio entrou em nossas vidas e a calma e a luz são-nos quase alheias. Tabucchi, considera como constante premonitoria do ultimo seculo,o dessasossego(mal estar) diagnosticado por F.Pessoa ..desilusão de viver, falta de prosperidade e paz...a inquietação que nos assola.

O reencontro com essa idade de Ouro, é a nossa Demanda, aqui e agora, nesta cidade irénica ou da paz espiritual...através de uma acção cultural, entendida como aquele “misterioso elemento que despertando , permite abrir momentâneamente a nossa percepção...possibilitando o encontro com essa verdade , que nós sozinhos dificilmente poderiamos alcançar (Peter Brook) ...ou nas palavras de outro autor cénico : por uma animação teatral “enquanto forma de meditação , que alargará o aparelho sensivel do homem, à visão dos espaços secretos “ (Wilson, 92).
O texto propõe uma construção para a realidade da época templária, desenvolvendo-se como um vero “Jeu” entre o que permanece oculto (enigmas , lacunas documentais) e que é visível ,mostrado, revelado (Phainomenon.) numa aproximação coeva , tanto quanto possível á distância de uma geração ( de 30 anos) no que respeita a nomes, actos ou pensamentos...
… Texto mìstico de prosa e algum verso, espelhando uma época de transição, á imagem da literatura de chantefable como “Aucassin e Nicolette” composto no sec XIII… com partes para serem contadas e outras cantadas…

A acção ritual acontece circa 1286- no castelo templário de Tomar, onde o Mestre da Ordem, D.João Fernandes, inicia um sobrinho em Capitulo, segundo um testemunho, relatado nas inquirições de D.Dinis de 1317.
Evocação histórica, balanceada entre o rigor historico e a necessidade de agradar a um vasto publico, buscando divulgar e explicar , sem se tornar uma tese ou missa pesada para os convivas... mas sempre tendo em conta que o ritual tem um presença considerável na vida social da época : um mundo de gestos, mais do que palavras escritas, como diz o historiador J. LeGoff…onde as figuras serão reanimadas pelos ritos ... como na velha crença egípcia.
A organização do tempo ficcional acompanha a estruturação do espaço : 4 actos - cada um em sua mansão...Trata-se de uma encenação “ao medievo” tipo auto da Criação- que se desenrola no Terreiro do castelo ,como Iniciação através dos 4 elementos : Terra- Água–Ar–Fogo,á semelhança do que está figurado nos capiteis da Charola e conforme á doutrina Hermética:“a imagem do que está em cima:é o que está em baixo


Uma representação didáctica em defesa e louvor da Milícia Templaria ...

Efectivamente, baseados na tradição universal ,mas tambem na local e alicerçados na autenticidade da Regra primitiva descrita por R.Pernoud, tentamos esclarecer as 3 principais acusações feitas aos templarios no seu tempo: o beijo na boca, a vituperação da cruz e a adoração da cabeça "bafometica"... afinal : um ósculo cortez, a evocação da Paixão e o culto das reliquias na época... respectivamente!



Cenográficamente naturalista- já que é o proprio monumento real que nos envolve... com suas muralhas, portas, arcos, frestas, capiteis, abóbada, escadas,arvore ,tanque... em sua função original... mas que não só os mostra, também os anima- dando-lhe vida, alma- expôe emoções/vibrações de época...uma autêntica atmosfera do lugar, tanto no espiritual como no temporal , acercando-nos da vida do sec XIII.



Mostra a passagem para a luz do candidato, a sua evolução espiritual...através da via probatica e do sacrificio...”no estado de degenerescência, depois da queda, é pela pele (pelas provas,dor espiritual,sacrificio corporal) que se hão-de clarificar/iluminar os espiritos... diz Artaud.

Expôe o conflito da alma, arena de luta, na visão da monja Hildegarda de Bingen
( sec XII) , entre o bem e o mal - numa linguagem visual ,comum a hoje e ontem…

 



Acção dramática , onde há um percurso iniciatico ,uma progressão/subida ao Terreiro, como Purgatório/ purificação do cavaleiro, na via do espiritual : á imagem do caminho fragoso e difícil de Dante …mas no fim, alegre e deleitoso…como dirá o nosso Camões, ( Lusíadas,9.90) - ao atingir a platónica Planicie da Verdade ou paraíso terreal na Charola, pequeno planalto coroando o Monte sacro , onde reside a cavalaria mística e hiperbórea (a norte do castelo).







Aqui tudo obedece a um simbolismo : se as cores e vestes indicam uma posição social, os objectos ,esses, não são vulgares instrumentos, são meios de fazer pensar e sentir, estimulando a imaginação dos convivas, que meditam e percorrem o caminho da Demanda, ao encontro do Espirito da Luz .
Em suma: uma viagem colectiva /peregrinação de aperfeiçoamento e conhecimento : há algo mais , para além do visível , a procurar !.. Onde se recupera a comunhão do teatro medieval... onde todo são envolvidos e participam em união.
Porque aqui divertir é ver de outra forma, uma nova visão transformadora, elevando a sua consciência do mundo em que vivem e da vida ...favorecendo o Espirito da fraternidade , a que apelava J. Rousseau in carta a D’Alembert (1758) : “ convertam os espectadores em espectáculo, façam-nos actores, façam com que cada um se veja e goste de si proprio, para que desse modo se sintam mais unidos”… Em suma, um teatro edificante, proporcionando uma mudança de atitudes, do individualismo/egoísmo á solidariedade! ..tão necessária Hoje !

E atenção : .Não é teatro isabelino,. .. .é simplesmente animação teatral ao medieval , do tempo em que a récita saiu para a rua , ensinando aos leigos os mistérios, como os laudesi franciscanos.. .cuja expressão mais próxima ainda se pode ver em Braga no auto de S.João Baptista ,sobre o carro das ervas que percorre a cidade.
Deve ser visto não a 3D mas a 4D … integrando a dimensão tempo ou seja tentando ver /compreender o ser/estar medieval,..não através de julgamentos criticos hodiernos… Há aqui uma desmontagem teatral- um regresso no tempo...com o rigor dos gestos e palavras significantes de época, não mero exercicio estético …
Finalmente : Trata-se de um trabalho criado de raiz, específicamente para este lugar...não algo apenas com afinidades vindo de fora ou alheio à historia do próprio monumento...

Os cenários da representação podem variar segundo o tempo e as circunstâncias .

Reservas Obrigatórias para o e-mail : templ.anima@gmail.com ou tel 913612411 .
Datas a agendar , para grupos.